O preço do BTC estabilizou em US$ 103 mil aguardando um catalisador para impulsionar uma nova alta, contudo, caso este fator para o rompimento demore a aparecer é provável que os ursos testem o nível de US$ 100 mil ainda nesta semana
A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin BTC está cotada na manhã desta quarta-feira (14) em R$ 583.099,74. O preço do BTC estabilizou em US$ 103 mil aguardando um catalisador para impulsionar uma nova alta, contudo, caso este fator para o rompimento demore a aparecer é provável que os ursos testem o nível de US$ 100 mil ainda nesta semana.

Bitcoin análise macroeconômica
André Franco, CEO da Boost Research, destaca que os mercados globais avançaram com o alívio nas tensões comerciais entre os EUA e a China, após a redução das tarifas por 90 dias, e com a inflação nos EUA ficando abaixo das expectativas, com o CPI subindo apenas 0,2% em abril.
“Esses fatores aumentaram o apetite por ativos de risco, impulsionando os índices S&P 500, Nasdaq, e também o Bitcoin. O impacto no curto prazo no preço do Bitcoin tende a se permanecer positivo, com o aumento do apetite por ativos de risco à medida que mais dados econômicos são divulgados”, disse.
Beto Fernandes, analista da Foxbit, aponta que houve muita resistência macroeconômica ao longo do dia, mas o enfraquecimento do dólar ajudou o Bitcoin a manter um viés mais positivo e se direcionar cada vez mais aos US$ 105 mil.
Segundo ele, ao contrário do que muitos esperavam, a inflação ao consumidor mais amena nos Estados Unidos não trouxe um alívio claro. Ao contrário, mostrou que a economia do país está potencialmente fragilizada, com consumo e produção tendendo à queda.
“Não à toa, a gente até viu Trump pressionar mais uma vez Powell para um corte de juros. Algo que não surtiu efeito da última vez e também não movimentou a aposta dos investidores para a manutenção das taxas na reunião de junho. Enquanto isso, os fundamentos específicos do BTC sugerem uma fase de acumulação. Neste caso, muitas baleias estão comprando e muitos investidores estão mantendo suas posições, mesmo com a recente subida de preços”, disse.
Segundo Isac Honorato, CEO do Cointimes, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de abril veio abaixo do projetado, reforçando a perspectiva de corte de juros em 2025. Para Honorato, essa queda na inflação é determinante para o apetite por ativos de risco.
“O Bitcoin se beneficia diretamente da redução de taxas, pois atrai investidores que buscam proteção contra a desvalorização monetária.”
Além disso, o discurso de Donald Trump na Arábia Saudita contribuiu para o clima otimista. O presidente afirmou que os mercados financeiros “podem ir muito mais longe”, elevando o sentimento bullish entre investidores institucionais. Para Isac Honorato, essas falas têm impacto direto, “mesmo sendo um discurso político, a afirmação de Trump cria um ambiente de confiança entre grandes players.”
Além disso, a inclusão da Coinbase no S\&P 500 também é vista como um fator relevante para o mercado cripto. A corretora se torna a primeira exchange listada no principal índice da bolsa americana. De acordo com estimativas da Jefferies, a novidade pode gerar até US\$ 16 bilhões em compras forçadas por fundos passivos.
“Isso representa não apenas um reconhecimento do setor, mas também uma injeção significativa de capital que pode beneficiar o BTC e outras criptomoedas indiretamente”, destaca Honorato.
Bitcoin análise técnica
Apesar do otimismo, analistas recomendam cautela. Para Joel Kruger, estrategista da LMAX Group, o cenário permanece positivo, mas com possíveis correções: “Estamos vendo uma pausa técnica, mas o sentimento segue extremamente positivo. A entrada institucional continua forte, com potencial para levar o BTC a novos recordes até junho.”
No entanto, o movimento de alta também impulsionou altcoins, como ETHFI e Eigenlayer, que avançaram mais de 30%. Mesmo assim, Paul Howard, analista da Wincent, alerta que o capital institucional será seletivo: “As altcoins estão subindo, mas os projetos fracos vão desaparecer. Os mais resilientes devem capturar boa parte dessa nova onda.”
O próximo alvo de resistência está em US\$ 106.000, e há chance de realização de lucros antes de uma nova tentativa de rompimento. A Bitfinex projeta que o BTC pode alcançar entre US\$ 150.000 e US\$ 180.000 neste ciclo, apoiado pela força dos ETFs e pelo cenário macroeconômico favorável às criptos.
Embora o rali do Bitcoin pareça longe de acabar, os analistas concordam que a volatilidade deve aumentar e que os movimentos de alta tendem a ser mais seletivos. “Projetos sólidos têm mais chances de prosperar nesta nova fase do mercado”, destaca Honorato.
Para Valentin Fournier, principal analista de pesquisas da BRN, diante dos fatos, a estratégia atual permanece fortemente exposta a ativos digitais, com um peso considerável em altcoins para capturar o potencial de alta no mercado.
“A composição da carteira é de 40% em BTC, 25% em SOL, 20% em ETH e 15% em caixa. Mantemos uma exposição significativa a ativos digitais, especialmente altcoins, para aproveitar o momento de rotação que continua forte. Embora o Bitcoin possa revisitar máximas históricas se o momentum positivo persistir, a falta de ímpeto de varejo pode limitar os ganhos no curto prazo e o BTC pode enfrentar dificuldades para romper as resistências locais.”, afirmou.
Paulo Aragão, apresentador e fundador do podcast Giro Bitcoin, destaca que dados recentes revelam que a quantidade de Bitcoin acumulada por investidores de longo prazo atingiu um recorde histórico de mais de 16 milhões de unidades. Esse movimento representa um aumento significativo no número de moedas retidas, indicando uma pressão de venda mínima e um comportamento típico de períodos anteriores a grandes ciclos de alta, como os de 2016, 2020 e início de 2024.
Para ele o aumento no acúmulo por holders de longo prazo é um sinal fundamental positivo. “Esse movimento mostra que as grandes baleias não estão vendendo em momentos de força, mas acumulando, o que é um claro indicador de que o mercado ainda não está superaquecido.”
Historicamente, quando a quantidade de Bitcoins nas mãos de holders de longo prazo atinge patamares elevados, o mercado tende a se estabilizar antes de novos ciclos de valorização. Esse comportamento já foi observado anteriormente nos períodos de capitulação e nas zonas de acumulação que antecederam grandes ralis. Aragão destaca que o cenário atual é muito semelhante aos momentos que precederam os bull markets passados.
“Estamos vendo um comportamento clássico de retenção por parte de grandes investidores, o que reforça que o mercado está se preparando para um novo ciclo de alta. O mercado está longe de estar superaquecido, e os fundamentos permanecem robustos. A acumulação por holders de longo prazo é um indicativo de confiança na valorização futura do ativo”, conclui Paulo Aragão.

Coinbase no S&P 500 reforça a tese cripto
A partir do dia 19 de maio de 2025, a Coinbase Global Inc. fará parte do seleto grupo de empresas que compõem o índice S&P 500. A inclusão da maior exchange de criptomoedas dos Estados Unidos no principal índice acionário do país representa um marco significativo para o setor. Segundo Dovile Silenskyte, analista da WisdomTree, essa mudança não é apenas uma reestruturação, mas um sinal claro de que as criptomoedas finalmente conquistaram seu espaço no núcleo do mercado financeiro.
Para fazer parte do índice, a Coinbase teve que atender a critérios rigorosos estabelecidos pelo Comitê de Índices da S&P Dow Jones, incluindo capitalização de mercado mínima de US$ 20,5 bilhões, alta liquidez e lucro positivo em períodos recentes.
“A Coinbase não entrou de forma discreta – ela conquistou seu lugar ao atender cada métrica com convicção”, afirma Silenskyte.
A inclusão da Coinbase vai além do simbolismo, representando uma verdadeira institucionalização das criptomoedas. Segundo Silenskyte, isso significa que o setor cripto não é mais visto como um segmento volátil e marginal. “Estamos falando de um endosso estrutural. O cripto está sendo incorporado ao núcleo da arquitetura financeira”, ressalta a analista.
A entrada da Coinbase no S&P 500 acontece em um momento estratégico para o mercado digital. O Bitcoin superou novamente a marca de US$ 100 mil, impulsionando o otimismo em torno dos ativos digitais. Altcoins como Solana, Ether e XRP também têm recebido forte fluxo de capital, indicando um possível ressurgimento do mercado alternativo.
Desde os anos turbulentos de 2022 e 2023, quando enfrentou um mercado em baixa e forte pressão regulatória, a Coinbase conseguiu reverter o cenário ao reduzir custos, atrair fluxos institucionais e diversificar suas fontes de receita, incluindo staking e infraestrutura blockchain. Esse movimento estratégico culminou em lucros contábeis significativos em 2024, um dos requisitos para sua inclusão no S&P 500.
“A Coinbase não apenas sobreviveu à volatilidade – ela a dominou”, destaca Silenskyte. Agora, com sua inclusão no índice, a exchange cripto passa a integrar o mesmo patamar de gigantes como Apple, Microsoft e JP Morgan. Isso significa maior visibilidade e um fluxo constante de capital passivo proveniente dos trilhões de dólares vinculados ao S&P 500.
Para Silenskyte, a entrada da Coinbase no índice é um divisor de águas para os investidores institucionais que ainda tinham dúvidas sobre a legitimidade do setor. “Se a Coinbase agora é considerada digna do S&P 500, a infraestrutura cripto não é mais marginal – faz parte do estabelecimento”, comenta.

Portanto, o preço do Bitcoin em 14 de maio de 2025 é de R$ 583.099,74. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0016 BTC e R$ 1 compram 0,0000016 BTC.
As criptomoedas com maior alta no dia 14 de maio de 2025, são: Raydium (RAY), Ethena (ENA) e Tokenize Xchange (TKX), com altas de 16%, 12% e 9%, respectivamente.
Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 14 de maio de 2025, são: dogwifhat (WIF), Virtual Protocols (VIRTUAL) e Floki (FLOKI), com queda de -4%, -2% e -1% respectivamente.
Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil e do Caderno Baiano. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão