Bitcoin permanece estável, o que pode sinalizar novo teste em US$ 86 mil
A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin – BTC está cotada na manhã desta sexta-feira (18) em R$ 495.088,24. Apesar dos dados ruins na economia americana,o preço do BTC quase não se moveu nas últimas 24h e, com isso, os touros conseguiram segurar o nível de US$ 84 mil, fato que pode fortalecer um possível retorno para US$ 87 mil.

Análise Bitcoin cenário macroeconômico
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, durante um evento no Economic Club de Chicago, alertou que o banco central poderá, em breve, enfrentar um dilema difícil entre controlar a inflação e sustentar o crescimento econômico.
Diante da crescente incerteza quanto aos impactos econômicos das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump, Powell reconheceu que, embora a inflação deva subir e o crescimento desacelerar, ainda não está claro qual dessas pressões exigirá maior atenção do Fed.
O tom mais agressivo de Powell fez o mercado reavaliar as expectativas de cortes nos juros. Segundo a ferramenta FedWatch do CME Group, os mercados esperam que o Fed comece a reduzir os juros a partir de junho, com três ou quatro cortes de 0,25 ponto percentual até o fim de 2025.
O analista Innokenty Isers, destacou que os efeitos econômicos, que devem ir desde uma inflação mais alta até um crescimento mais lento, provavelmente também superarão as previsões iniciais.
Por um lado, os mercados financeiros já precificam cortes nos juros para compensar o impacto negativo sobre o crescimento. Por outro, os efeitos inflacionários esperados das tarifas complicam qualquer movimento em direção ao afrouxamento monetário. No momento, o Fed adota uma abordagem de cautela, e Powell reiterou que não há pressa para ajustar os juros no curto prazo. No entanto, economistas — incluindo os do Goldman Sachs — elevaram para 45% as chances de uma recessão, chamando as tarifas de o maior aumento de impostos nos EUA desde 1968.”, afirma.
Na mesma linha, Beto Fernandes, analista da Foxbit, destaca que de um lado, a União Europeia cortou juros e prometeu novas retaliações ao tarifaço de Trump. Do outro, Trump criticou Powell e deu sinais de que pediria sua demissão da presidência do FED.
Assim, segundo ele, embora isso pudesse gerar um mal-estar na política monetária norte-americana, os investidores não parecem ter digerido mal essa informação. Mesmo assim, as chances de um corte de juros na reunião de maio foram praticamente zeradas com os comentários recentes.
“Este cenário fortalece ainda mais a visão que estamos tendo de um Bitcoin resiliente. Mesmo que a criptomoeda não tenha conseguido superar algumas resistências de preços, ela também não caiu abruptamente, independente dos ruídos externos. Ou seja, a situação parece estar potencialmente mais controlada para o BTC do que para algumas ações”, afirma.
Análise técnica Bitcoin
Os ativos digitais voltaram a atrair fluxos positivos por meio dos ETFs, com destaque para o Bitcoin, que registrou entradas de US$ 107 milhões, enquanto o Ethereum permaneceu estável. A movimentação indica uma retomada cautelosa do apetite institucional.
Apesar da queda nos volumes de negociação, os fluxos sugerem que os investidores institucionais estão gradualmente retornando ao mercado. “As instituições começam a favorecer os ativos digitais por sua resiliência relativa frente aos mercados tradicionais”, observou Valentin Fournier, analista da BRN.
Segundo ele, a recente movimentação de preços também indica uma possível descorrelação com os mercados acionários, o que reforça a tese de investimento de longo prazo no Bitcoin e em outras criptos. A Solana se destacou em relação aos pares nos últimos pregões. O desempenho foi impulsionado pelo lançamento, em 16 de abril, de um ETF de Solana no Canadá.
“Esse movimento pode acelerar a pressão sobre os reguladores dos EUA para aprovarem produtos semelhantes”, afirmou Fournier.
Ele destacou ainda que o ETF canadense inclui staking, o que aumenta seu apelo para investidores em busca de rendimento. Embora os fundamentos da Solana permaneçam sólidos, o analista alerta que há risco de correção no curto prazo após a recente alta.
O mercado como um todo mostrou um leve arrefecimento no momento:
- Capitalização total: –0,2%
- Bitcoin: –0,15% (ainda abaixo da resistência de US$ 85 mil)
- Ethereum: –1,15%
- Solana: –0,56%
“O Bitcoin já enfrentou duas rejeições em US$ 85 mil, o que sinaliza uma possível correção de curto prazo”, explicou Fournier. Segundo ele, o mercado está passando por uma fase de acumulação mais ampla.
De acordo com o analista, os catalisadores de longo prazo seguem presentes — como a desaceleração da inflação, o impulso dos ETFs e potenciais avanços regulatórios. Porém, “as tensões tarifárias no curto prazo continuam limitando o potencial de alta”, pontuou o analista. Com isso, a expectativa da BRN é de que a fase de acumulação persista enquanto as negociações comerciais globais avançam. A liquidez, no entanto, deve impulsionar um novo rali adiante.
Fournier conclui: “Mantemos exposição significativa a ativos digitais, mas com flexibilidade para aproveitar eventuais quedas”. A atual estratégia da BRN inclui:
- Exposição robusta a criptos, com 35% em caixa
- Posição overweight em Bitcoin, devido à sua resiliência macroeconômica
- Visão neutra para Solana, com viés positivo no médio prazo
- Visão neutra para Ethereum, com foco no valor de longo prazo apesar da fraqueza recente
Já Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio, afirma que o preço do Bitcoin vem trabalhando em uma micro lateralização de curto prazo entre as faixas de preços de US$ 82.900 e US$ 86.430 desde o dia 12 de abril.
“Ao analisar o fluxo, é possível observar que a força compradora continua predominante, o que sugere que o preço da principal criptomoeda do mercado poderá buscar as regiões de liquidez de curto e médio prazo nas faixas de preços de US$ 87.530 e US$ 89.500 como ponto de resistência. Caso a resistência acima não seja superada ou entre força vendedora revertendo o movimento, os suportes de curto e médio prazo estão nas faixas de preços de US$ 79.590 e US$ 74.800”, disse.
Paulo Aragão, apresentador e fundador do podcast Giro Bitcoin, afirma que a recente capacidade do Bitcoin de se manter acima de US$ 84 mil, mesmo com as tensões nos EUA, demostra sua capacidade e sinaliza uma recuperação.
“Tenha calma, ainda pode haver novos testes em US$ 80 mil, mas a tendência de alta está inalterada”, disse.

Portanto, o preço do Bitcoin em 18 de abril de 2025 é de R$ 495.088,24. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0020 BTC e R$ 1 compram 0,0000020 BTC.
As criptomoedas com maior alta no dia 18 de abril de 2025, são: Bittensor (TAO), Artificial Superintelligence Alliance (FET) e Immutable X (IMX), com altas de 11%, 10% e 6% respectivamente.
Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 18 de abril de 2025, são: Fartcoin (FARTCOIN), Mantle (MNT) e Leo Token (LEO), com quedas de -14%, -5% e -3% respectivamente.
Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil e do Caderno Baiano. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão.
Fonte: CoinTelegraph
Foto de Alesia Kozik