Bitcoin enfrenta pressão com juros mais altos, tensão no Oriente Médio e queda nos ETFs. Mercado observa decisão do Fed nesta quarta-feira.
O preço do Bitcoin – BTC na manhã desta quarta-feira, 18/06/2025, está cotado em R$ 580.326,22. Os touros estão lutando para manter o suporte de US$ 104 mil para impedir um movimento maior dos ursos que pode levar o BTC para US$ 100 mil.

Bitcoin análise macroeconômica
André Franco, CEO da Boost Research, afirma que os mercados globais permaneceram voláteis diante da escalada do conflito entre Israel e Irã no sexto dia de combates, o que elevou a aversão ao risco e impulsionou o petróleo.
O dólar se fortaleceu frente a outras moedas, enquanto investidores migraram para ativos considerados seguros, como Treasuries e ouro. Os índices acionários globais recuaram, especialmente nos mercados da Ásia-Pacífico e da Europa, com as atenções voltadas para a próxima decisão do Federal Reserve.
“Já o Bitcoin começou a sentir o impacto do clima de aversão ao risco, recuando para cerca de US$ 105.100, refletindo a saída de capital de ativos mais voláteis em meio à incerteza geopolítica e à expectativa em torno da decisão do Fed e do discurso do Jerome Powell. No curto prazo, o impacto sobre o Bitcoin é negativo a neutro, devido à intensificação das tensões no Oriente Médio, que reforça o movimento de fuga para ativos tradicionais de proteção, como o dólar e os Treasuries”, disse.
Além disso, a aprovação do GENIUS Act no Senado dos Estados Unidos representa um marco histórico para o mercado de criptoativos global. Com 68 votos favoráveis e apoio bipartidário, o projeto é o primeiro grande avanço legislativo focado exclusivamente na regulamentação de stablecoins, um segmento que já movimenta mais de US$ 240 bilhões em valor de mercado.
“O GENIUS Act coloca os EUA na dianteira da regulação de criptoativos. Pela primeira vez, temos regras claras sobre lastro, transparência e governança para emissores de stablecoins em uma das maiores economias do mundo”, avalia Isac Honorato.
O projeto exige que todas as stablecoins sejam totalmente lastreadas em dólares ou ativos líquidos equivalentes, com auditorias periódicas e supervisão regulatória direta. Isso dá um salto de segurança jurídica ao setor, criando um ambiente mais previsível para investidores institucionais.
“A regulação das stablecoins abre caminho para que grandes fundos e instituições financeiras entrem de forma mais agressiva nesse mercado. Até agora, muitos estavam à margem justamente pela falta de clareza legal”, destaca Isac.
Bitcoin análise técnica
Paulo Aragão, apresentador e fundador do podcast Giro Bitcoin, destaca que se o BTC continuar sua correção e fechar abaixo da EMA de 50 dias em US$ 103.070 diariamente, ele poderá estender o declínio para testar novamente seu nível psicologicamente importante em US$ 100.000.
O indicador de momentum do Índice de Força Relativa (RSI) no gráfico diário caiu ligeiramente abaixo do seu nível neutro de 50, indicando um momentum de baixa crescente. O indicador de Convergência e Divergência de Médias Móveis (MACD) no gráfico diário apresentou um cruzamento de baixa na semana passada. Ele também mostra barras vermelhas crescentes no histograma abaixo do seu nível neutro, indicando um momentum de baixa e dando credibilidade à tendência de baixa”, afirmou.
O mercado de criptomoedas amanheceu em queda nesta quarta-feira (18), refletindo um cenário mais cauteloso antes da decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) dos Estados Unidos. As expectativas para cortes de juros em 2025 diminuíram significativamente, o que impactou diretamente o fluxo de investidores institucionais e os principais ETFs de Bitcoin e Ethereum.
“O mercado está precificando um Federal Reserve mais conservador. A projeção anterior era de três ou quatro cortes em 2025. Agora, esperamos apenas um ou dois”, explica Valentin Fournier, analista-chefe da BRN Research.
Segundo ele, o motivo está no desempenho da economia americana, que segue forte, com crescimento sólido, desemprego controlado e inflação ainda acima da meta de 2%.
Com esse cenário, investidores institucionais começaram a reduzir suas exposições em criptoativos. Dados recentes mostram que os ETFs de Bitcoin registraram entradas de apenas US$ 216 milhões, praticamente a metade do volume anterior. Já os ETFs de Ethereum seguem em trajetória de queda, com captação de apenas US$ 11 milhões no período.
“O apetite institucional diminuiu, e isso afeta diretamente o fluxo de capital no mercado. Além disso, os riscos geopolíticos pesam mais nas decisões dos gestores neste momento”, reforça Fournier.
Os reflexos desse movimento foram imediatos. A capitalização global do mercado caiu 1,6%, para US$ 3,28 trilhões. O Bitcoin recuou 1,7%, sendo negociado a US$ 105.000, enquanto o Ethereum desvalorizou 2,2%, cotado a US$ 2.525. A Solana teve a pior performance entre as principais moedas, despencando 3,8%, para US$ 147.
A combinação de uma perspectiva mais dura para os juros, o enfraquecimento dos ETFs e o aumento das tensões geopolíticas colocou pressão de curto prazo sobre os ativos digitais.
“Estamos em processo de redução de risco. A volatilidade deve aumentar, especialmente se o discurso do Fed hoje indicar menos cortes de juros. Se o cenário global piorar, podemos ver quedas ainda mais acentuadas”, alerta o analista.
Na sua estratégia, a BRN elevou a posição em caixa para 30%, buscando proteção. O Bitcoin continua sendo o ativo principal da carteira, com 60% de exposição, justamente por sua característica de reserva em momentos de aversão ao risco. Já as posições em Ethereum (7%) e Solana (3%) foram reduzidas, refletindo a menor confiança institucional nesses ativos no curto prazo.
Sustentar US$ 104 mil é fundamental
Guilherme Prado, country manager da Bitget, destacou que no gráfico, o ativo reagiu bem na região dos US$ 104 mil, rompendo a resistência dos US$ 106.500 e apontando para uma possível reversão da tendência de baixa. Um fechamento diário acima de US$ 108.181 pode consolidar essa retomada.
Do lado institucional, o apetite continua firme: a MicroStrategy anunciou a compra de mais de 10 mil BTCs, elevando suas reservas para 592 mil moedas. Além disso, o volume de saídas de BTC das exchanges, aliado à redução da oferta circulante e ao crescente interesse de grandes players, reforça a pressão compradora e reduz a probabilidade de fortes correções no curto prazo.
Se o preço se mantiver acima dos US$ 105.500 e superar com firmeza a zona entre US$ 108 mil e US$ 110.500, o mercado pode ganhar força para buscar novas máximas — desde que o Fed não surpreenda negativamente em sua decisão hoje”, afirma.
Portanto, o preço do Bitcoin em 18 de junho de 2025 é de R$ 580.326,22 Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0017 BTC e R$ 1 compram 0,0000017 BTC.
As criptomoedas com maior alta no dia 18 de junho de 2025, são: AB (AB), Kaia (KAIA) e Nexo (NEXO) com altas de 60%, 40% e 11% respectivamente.
Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 18 de junho de 2025, são: Virtual Protocols (VIRTUAL), Sui (SUI) e Fartcoin (FARTCOIN) com quedas de -8%, -7% e -6% respectivamente.
Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil e do Caderno Baiano. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão.
Fonte: CoinTelegraph
Imagem de David Yonatan González por Pixabay