O preço do Bitcoin conseguiu voltar para US$ 85 mil com mais um dia de alta, em cerca de 1%, contudo o fantasma de uma baixa ainda ronda o mercado com as imprevisibilidades da política externa e comercial de Donald Trump.
A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin BTC está cotada na manhã desta terça-feira (15) em R$ 503.341,26. O preço do Bitcoin conseguiu voltar para US$ 85 mil com mais um dia de alta, em cerca de 1%, contudo o fantasma de uma baixa ainda ronda o mercado com as imprevisibilidades da política externa e comercial de Donald Trump.

Bitcoin: análise macroeconômica
Caio Villa, CIO da Uniera, destaca que nos últimos dias, o Bitcoin aumentou um pouco de preço, muito em decorrência da fala do Trump, de dar um alívio para as tarifas, pelo menos de alguns tipos de eletrônicos, como celulares, computadores, chips etc. Isso deu uma aliviada no sentimento geral do investidor de alto risco como um todo, não só em cripto. Outra notícia positiva é que a União Europeia vai enfim se encontrar com os Estados Unidos para tentar negociar um novo acordo de comércio.
“E uma métrica importante que é o RSI semanal, índice de força relativa, quebrou a tendência de forma positiva. Isso significa que muito possivelmente nas próximas semanas vamos ter um alívio no preço do Bitcoin, sobretudo no início de maio. Isso também corrobora com o aumento do M2 de liquidez global. Agora, é importante continuar cauteloso, porque tudo pode mudar em uma fala do Trump, tanto para cima quanto para baixo.
O que há de positivo, sobretudo para quem ainda não está no mercado ou quer fazer um preço médio ou algo desse tipo, é aproveitar, porque tem muitos ativos de pequena capitalização que estão em baixa e, quando eles voltam, sabemos que o potencial de crescimento é muito grande, porque são ativos que em geral têm baixa liquidez, então, com pouco dinheiro já consegue ter um grande aumento no preço”, disse.
Também analisando o cenário macroeconômico, André Franco, CEO da Boost Research, destaca que as novas investidas de Trump nos setores farmacêutico e de semicondutores mantêm o clima de incerteza no mercado.
“Quanto ao Bitcoin, vemos que ele tem se beneficiado desse otimismo de curto prazo, recuperando-se bem das mínimas recentes, já que a leve redução das tensões comerciais favorece os ativos de risco. Acordos firmados com mais de 10 países reforçam o cenário de uma maior previsibilidade de mercado que ajuda ainda mais a aumentar a confiança dos operadores. Ainda assim, o risco de novas tarifas e a comunicação desalinhada em torno delas seguem como potenciais fontes de volatilidade no curto prazo”, afirma.
Beto Fernandes, analista da Foxbit, aponta que mesmo com alguns saques ocorrendo nos ETFs, o medo parece não ser tão alto quanto foi a euforia do final do ano passado, indicando que a maioria das saídas dos fundos é mais especulativa ou gerenciamento de risco do que uma falta de interesse pelo ativo.
“E apesar das retiradas dos ETFs, empresas, como MicroStrategy, seguem comprando BTC para seus caixas, e até um número crescente de baleias passa a surgir no mercado. De certa forma, este pode ser um respiro acumulativo importante para o caminhar da criptomoeda nas próximas semanas”, afirmou.
Bitcoin: análise técnica
Mike Ermolaev, analista e fundador da Outset PR chama a atenção para a relação entre o preço do Bitcoin e a liquidez global (M2). Ele aponta que os ciclos de halving do Bitcoin coincidem com períodos de aumento da liquidez global, especialmente quando bancos centrais como FED, BCE, BoJ e BCB expandem a base monetária.
“Sempre que a liquidez global cresce, o Bitcoin tende a atingir novas máximas históricas. Atualmente, a liquidez combinada está novamente em patamares elevados, sugerindo potencial de alta sustentada para o BTC, desde que esse fluxo se mantenha positivo”, afirmou.

Guilherme Prado, country manager da Bitget, destaca que tecnicamente, o rompimento da tendência de baixa dos últimos três meses, na faixa de US$ 84.900, representa um sinal importante para o BTC. A movimentação institucional, reforçada por saídas de exchanges e contínua acumulação via ETFs, sugere que os grandes players estão voltando ao mercado.
“No entanto, o momento ainda inspira cautela. O BTC flutua atualmente em torno de US$ 84.400, zona considerada de potencial liquidação. Uma queda para US$ 83.700 pode acionar mais de US$ 500 milhões em liquidações de posições longas, enquanto uma alta até US$ 85.100 poderia pressionar posições vendidas, com liquidações estimadas em mais de US$ 270 milhões. Por fim, o alerta do JPMorgan sobre uma possível intervenção do Fed, diante da turbulência no mercado de Treasuries, pode reforçar a tese do BTC como ativo alternativo em tempos de incerteza monetária”, disse.
Aqui está a versão traduzida e localizada do comentário do analista Nic Puckrin para o público brasileiro, mantendo o tom analítico e cuidadoso:
Nic Puckrin, analista de criptoativos, investidor e fundador do Coin Bureau, afirma que o Bitcoin passou de uma ameaça de queda para US$ 75 mil para uma recuperação saudável na faixa dos US$ 86 mil. Ontem, o ativo fechou o pequeno gap da CME que havia se formado no fim de semana — um sinal de alta no curto prazo — enquanto o volume de negociação disparou.
No entanto, segundo Puckrin, todo esse otimismo pode evaporar rapidamente caso haja qualquer retrocesso na política de tarifas ou um anúncio inesperado.
“Na verdade, o vaivém sobre as tarifas continua: isenções para eletrônicos se mostraram temporárias, e ainda há incerteza sobre quando novas tarifas entrarão em vigor. Isso talvez explique por que o Bitcoin entrou novamente em um modo de espera, com liquidações abaixo de US$ 200 milhões, o que aponta para um mercado com baixo apetite por risco. Se não houver surpresas externas, a próxima zona a ser observada está entre US$ 88 mil e US$ 90 mil, onde clusters de liquidez sugerem aumento de volatilidade”, disse.
Ainda segundo o analista, uma correção pontual até os US$ 81 mil seria saudável e, desde que o Bitcoin se mantenha acima desse suporte, poderia indicar uma recuperação sustentável de preços.
“Agora é torcer para que o presidente Trump não tire mais nenhum anúncio bombástico da cartola”, finaliza.
Já Ana de Mattos,analista Técnica e Trader Parceira da Ripio, destaca que se o fluxo comprador continuar crescente, o próximo alvo da alta está na resistência de médio prazo dos US$ 87.530, sendo que essa faixa de preço contém muita liquidez, portanto, trata-se de uma importante região para o preço do ativo.
“Contudo, caso entre força vendedora e reverta o movimento, o Bitcoin poderá buscar os suportes de curto e médio prazo nos US$ 79.590 e US$ 74.800”, disse.

Paulo Aragão, fundador e produtor do podcast Giro Bitcoin, aponta que o BTC opera em uma faixa decisiva. O ativo está preso na parte final de um padrão de cunha ascendente, que precisa ser rompido com força rumo aos US$ 89 mil para confirmar um movimento de alta.
“Caso contrário, existe o risco de uma correção significativa, com o preço podendo recuar para a faixa dos US$ 76 mil a US$ 77 mil. No entanto, um novo teste da resistência em US$ 87 mil pode ser o gatilho para uma ruptura de alta e o início de um novo rali rumo a máximas históricas”, afirmou.
Portanto, o preço do Bitcoin em 15 de abril de 2025 é de R$ 503.341,26. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0019 BTC e R$ 1 compram 0,0000019 BTC.
As criptomoedas com maior alta no dia 15 de abril de 2025, são: Fartcoin (FARTCOIN), Kaspa (KAS) e Toncoin (TON) com altas de 6%, 5% e 4% respectivamente.
Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 15 de abril de 2025, são: Pi Network (PI), XDC Network (XDC) e Ethena (ENA) e EOS (EOS), com quedas de -10%, -7% e -6% respectivamente.
Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil e do Caderno Baiano. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão.
Fonte: Cointelegraph
Foto de David McBee