Os trabalhadores das empresas Timac Agro, Yara Brasil e SQMVitas, do Setor de Fertilizantes, localizadas em Candeias, aprovaram esta semana o Estado de Greve.
Após pararem as atividades por quatro horas, em assembleia da Campanha Salarial 2025, realizada pelo Sindiquímica Bahia nos dias 25 e 26/02, os trabalhadores foram unanimes na decisão pelo Estado de Greve em resposta à intransigência das empresas na mesa de negociação.
Este ano, após os números positivos da economia, especialmente por conta do agronegócio, a mobilização por ganhos reais no setor de Fertilizantes tem sido intensa. Os trabalhadores estão dispostos a não cederem na reivindicação por reajustes acima da inflação, além de outras conquistas como o aumento do Auxílio Educação e Auxílio Alimentação, a transformação do Prêmio de Assiduidade em Prêmio de Férias e o pagamento aos brigadistas, como horas extras pelo tempo dedicado à participação nos treinamentos, entre outros itens da pauta.
“Depois de mais de dez anos com a pior Convenção Coletiva do Trabalho das categorias representadas pelo Sindiquímica, o setor de fertilizantes decidiu avançar na luta por direitos. Não vamos mais aceitar o desrespeito do patronato, que todos os anos aprovavam a proposta que queriam, sem atender às necessidades dos trabalhadores”, destacou Reinan Santos de Araújo, diretor do Sindiquímica Bahia.
Aldenir Matos, Capial, também diretor do Sindiquímica, chamou atenção para o fato do setor de Fertilizantes ser um dos que mais crescem no país, alavancando a economia em torno do agronegócio. “Este setor econômico recebeu milhões em subsídios do Governo, além dos lucros geradas com o consumo de fertilizantes que só cresce no Brasil. Então, não é justo que os trabalhadores não recebam, de forma justa, os benefícios de toda dedicação à produção”, afirmou Capial.
Anderson da Hora, outro diretor a representar os trabalhadores do setor de Fertilizantes no colegiado do Sindiquímica, elogiou a postura dos trabalhadores em exigir seus direitos e não aceitar os casos de assédio e exploração por parte de supervisores a serviço das empresas.
“Não vamos assinar uma Convenção Coletiva do Trabalho (CCT) só com os interesses dos patrões. Continuaremos mobilizados e se for preciso vamos parar as fábricas. Todos as categorias estão avançando e nós, do setor de fertilizantes, não vamos ficar para trás”, pontuou Anderson.
Como em todas as atividades da Campanha dos Fertilizantes, estiveram presentes nesta manhã, diretores de outras bases do Sindiquímica Bahia, além de representantes da Confederação Nacional dos Químicos (CNQ) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Setor impulsiona a economia
A produção de fertilizantes, ligada diretamente à produção agrícola, vem sustentando o crescimento da economia brasileira. Entre 2008 e 2023, o consumo de fertilizantes no mercado interno cresceu 104,3%, de acordo com dados da ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos). A Bahia está entre os principais estados consumidores de fertilizantes.
Em Campanha Salarial para aprovação da Convenção Coletiva do Trabalho 2025, os trabalhadores das empresas de fertilizantes da Bahia, representados pelo Sindiquímica Bahia lutam pelo reconhecimento da contribuição laboral para o setor e buscam reajuste de salários e melhores condições de trabalho.
Em intensa campanha de mobilização, o sindicato tem realizado assembleias diariamente nas fábricas do setor de fertilizantes do estado. A resposta dos trabalhadores tem sido unânime: reprovação da proposta apresentada pelas empresas que não atendem às reivindicações da categoria.
Fonte / Foto: Ascom/Sindiquimica
