Mesmo com o uso de medicação convencional, a criança ainda apresentava irritabilidade e dificuldades de comunicação. Com o início do tratamento com canabidiol, passou a formar frases e demonstrou avanços significativos na rotina e no comportamento.
Aos seis anos, R.A.O., uma criança diagnosticada com autismo nível 1 de suporte, vive uma nova fase da vida. Irritabilidade constante, dificuldade de atenção e limitações na comunicação marcaram seus primeiros anos. No entanto, um tratamento com canabidiol (CBD), derivado da planta Cannabis, trouxe mudanças significativas — e emocionantes — na sua rotina e na de toda a família.
Quem conta essa história é a mãe, Bárbara, que passou a considerar o uso medicinal da Cannabis após conhecer mais sobre os benefícios do tratamento.
“Mesmo com o uso da risperidona, minha filha ainda apresentava muita irritabilidade. Quando comecei a entender melhor os efeitos do Canabidiol, vi que poderia ser uma alternativa para ajudar”, relata.
A prescrição foi feita pela médica especialista Dra. Mariana Lino. Desde então, com acompanhamento profissional, R.A.O. passou a tomar seis gotas do óleo pela manhã e mais três à noite, mantendo também uma dose reduzida de risperidona.
O resultado surpreendeu: “Ela ficou menos irritada, passou a brincar por mais tempo, prestar mais atenção e, principalmente, começou a se comunicar melhor”, diz Bárbara.
Antes do uso do CBD, a família já havia tentado tratamentos fitoterápicos, mas os efeitos eram discretos. Em contrapartida, com o Canabidiol, os ganhos foram evidentes. “Ela passou a formar frases completas. Um dia, chegou e falou: ‘Mamãe, eu quero comer pizza e tomar açaí no shopping’. Aquilo foi enorme pra gente”, lembra.
Além dos avanços cognitivos e emocionais da filha, Bárbara destaca como isso impactou positivamente a vida familiar como um todo. “Ela chora muito menos, entende as rotinas, obedece com mais facilidade. Isso melhora o dia a dia de todos nós, porque conseguimos conversar, explicar as coisas, e ela responde. A comunicação ficou muito mais clara.”
Mesmo diante dos resultados positivos, Bárbara reconhece que o preconceito em torno do uso medicinal da Cannabis ainda é um desafio. “Muitos pais dizem que usaram e não funcionou, mas nem sempre têm a orientação correta. O acompanhamento com um médico que entenda do assunto faz toda a diferença.”
Hoje, ela descreve a diferença na qualidade de vida da filha como “gritante”. “Antes, ela chorava por tudo, estava sempre irritada. Agora, ela está calma, feliz, consegue se expressar. A gente sabia que ela entendia o mundo ao redor, mas agora ela consegue demonstrar isso com palavras.”
O caso de R.A.O. evidencia o potencial terapêutico da Cannabis medicinal no tratamento do autismo e reforça a importância de vencer o estigma através da informação.