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Candeias: População denuncia descaso com a saúde municipal

Filas e falta de especialidades são algumas das reclamações dos munícipes

Quem precisa ir ao médico em Candeias, região metropolitana de Salvador, precisa acordar cedo e ter muita paciência. O sol ainda nem tinha dado as caras quando Maria Albuquerque (35),  moradora do distrito da Caroba, acordou para buscar atendimento no Posto Luiz Viana 24h, principal unidade da cidade. Ao chegar no local, a dona de casa se deparou às 5h da manhã com filas, falta de orientação e, a ausência de previsão para atendimento. 

A candeense relata que foi em busca de marcação de consultas e exames , pois em sua localidade não dispõe desse tipo de serviço. ” Moro distante da sede, tenho dificuldade para deslocamento, e para piorar, ao chegar aqui não tenho previsão de saída. É sempre assim que somos tratados. Saí sem conseguir marcar minhas consultas e exames, pois fui informada depois de esperar muito que não tinha mais fichas”, conta.

A situação não foi diferente para Antônio Balbino que aos 55 anos não consegue atendimento com o neurologista. ” A última vez que passei pelo neuro foi aos 50 em Salvador no particular. Meu pai morreu de tumor na cabeça e tenho medo dessa doença. Eu tô desempregado e sem condições de pagar. Agora eles me jogaram para a regulação para tentar atendimento em Salvador. O que não consigo entender, é por qual motivo não existe isso aqui ou no Hospital Ouro Negro que só tem fachada bonita”, desabafa.

Ambos reclamam também do sol escaldante, risco de assaltos, pois chegam muito cedo além de chuva no período do inverno já que não existe uma estrutura que os proteja enquanto aventura conseguir uma ficha na unidade.

Atualmente o município conta com 23 unidades de saúde, incluindo o Hospital Ouro Negro que segue sob intervenção judicial, clínicas e postos de saúde, mas amarga a marca de apenas 65,4% de cobertura da atenção básica o que gera impactos diretos na saúde municipal.

Candeias apresenta um desempenho econômico robusto, especialmente devido ao setor industrial. Dados de 2021 apontam um  PIB Total: R$ 8,44 bilhões que representa um per capita alto, mas que ainda assim, enfrenta desigualdade de renda significativa e desafios sociais, como alta taxa de pobreza. Segundo dados do IBGE de 2023, o município gerou uma receita de mais de R$ 629 milhões com uma renda per capita de R$ 77.650,50 por habitante.
A cidade atualmente é gerida por um médico, o prefeito Dr. Pitagoras (PP) que ao longo dos últimos 7 anos de gestão, não conseguiu reverter a alta arrecadação da cidade em benefícios e melhorias para a população no âmbito da saúde.

Os dados são de domínio público e estão disponíveis em – IBGE – Cidades@ , Atlas do Desenvolvimento Humano e [Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde] (https://cnes.datasus.gov.br/pages/estabelecimentos/consulta.

Foto: Divulgação

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