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Cannabis em microdoses melhora sintomas não motores do Parkinson, aponta estudo brasileiro em seis pacientes

Estudo teve poucos pacientes e não usou grupo controlado por placebo, mas foi em humanos e os resultados apontam para possíveis benefícios da cannabis contra a doença, nos sintomas não motores

Um estudo brasileiro publicado recentemente na revista Frontiers revelou que o uso de microdoses de cannabis pode aliviar sintomas não motores da doença de Parkinson, como distúrbios cognitivos e do sono. A pesquisa analisou seis pacientes que fizeram uso de baixas doses de óleo de cannabis e apresentou resultados promissores na qualidade do sono. Além disso, os participantes não relataram efeitos colaterais adversos, indicando um possível perfil de segurança favorável.

Pequenas doses, grandes efeitos

Os participantes do estudo autoadministraram 0,5 mL de extrato de cannabis por 90 dias. Eles foram divididos em dois grupos: um usou o extrato que continha 250 microgramas de THC, e o outro usou o extrato que continha 1000 microgramas de THC, ambos com proporções maiores de THC do que de CBD. A observação dos pesquisadores indicou que, mesmo em quantidades mínimas, o THC mostrou potencial terapêutico, impactando positivamente o bem-estar dos pacientes sem causar efeitos adversos.

Outro ponto relevante foi a resposta dos pacientes em relação às microdoses. Os pesquisadores identificaram que os efeitos benéficos ocorriam sem que houvesse comprometimento cognitivo ou alterações expressivas na percepção dos participantes. Isso sugere que pequenas quantidades de THC podem ser uma opção viável para o manejo de sintomas não motores no Parkinson.

Mecanismos do canabidiol no Parkinson

Um ensaio clínico randomizado australiano também já havia identificado que o THC pode favorecer o humor e o sono dos pacientes, trazendo uma abordagem mais abrangente no tratamento da doença. Estudos anteriores já haviam indicado que o sistema endocanabinoide desempenha um papel crucial na regulação de processos como inflamação e neuroproteção, o que reforça o potencial terapêutico da cannabis no Parkinson.

Além disso, os pesquisadores destacam que os efeitos do CBD parecem estar ligados à capacidade de modular neurotransmissores como dopamina e serotonina, que são essenciais no controle motor e emocional. Isso sugere que o composto pode ter impactos positivos tanto nos sintomas clássicos da doença quanto nos aspectos psicológicos, como ansiedade e depressão, que afetam muitos pacientes.

O que esperar do futuro?

Apesar dos avanços promissores, especialistas ressaltam que ainda são necessários mais estudos com amostras maiores para validar a eficácia e segurança do uso da cannabis no tratamento do Parkinson. Para aqueles interessados no tratamento, a recomendação é buscar orientação de profissionais da saúde especializados para avaliar a melhor abordagem de acordo com cada caso. Os cientistas também reforçam que mais pesquisas são essenciais para determinar a dosagem ideal e os mecanismos específicos de ação dos canabinoides no Parkinson.

Outro ponto importante é a necessidade de regulamentação e acesso seguro aos produtos à base de cannabis. Enquanto alguns países já permitem o uso medicinal da planta para doenças neurodegenerativas, em outros, as barreiras regulatórias ainda dificultam a adoção dessa alternativa terapêutica. Com o avanço das pesquisas, espera-se que novas diretrizes possam ampliar as opções de tratamento para pacientes com Parkinson e outras condições neurológicas.

Fonte: Sechat
Foto: Reprodução Sechat / Canva

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