BahiaIntolerância ReligiosaReligião

Caravana de Direitos dos Povos de Terreiro reúne lideranças religiosas do Recôncavo Baiano

O Recôncavo Baiano, região com mais de 400 espaços religiosos de matrizes africanas, recebeu a primeira edição da Caravana de Educação em Direitos dos Povos de Terreiro na última quarta-feira (20). A atividade aconteceu em Cachoeira e reuniu participantes de diversos municípios para um ciclo de formação no Cine Theatro Cachoeirano.  

Durante a abertura, a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi) e a Defensoria Pública do Estado (DPE) formalizaram cooperação técnica para levar o projeto a todos os territórios de identidade da Bahia. “A Caravana de Educação em Direitos dos Povos de Terreiro é resultado do trabalho de instituições e movimentos sociais comprometidos com a defesa dos direitos humanos, a prevenção da violência às comunidades de matriz africana, o enfrentamento à intolerância religiosa e a superação do racismo como um marco estruturador da nossa sociedade”, afirmou a titular da Sepromi, Ângela Guimarães. 

Coordenadora do Núcleo de Equidade Racial, a defensora pública Vanessa Nunes também destacou a união de esforços para fortalecer os povos tradicionais e facilitar o acesso à justiça.  A caravana é a primeira grande experiência que estamos construindo junto com a Sepromi, de informação e efetivação dos direitos dos povos de terreiro. Estamos à disposição para atender as demandas desse grupo intensamente vulnerabilizado”, explicou. 

Nesta primeira edição, a iniciativa teve o apoio da Federação Nacional do Culto Afro-Brasileiro (Fenacab) e da Prefeitura de Cachoeira. “O evento é a materialização de uma política de reparação construída coletivamente para o povo de santo”, disse a prefeita Eliana Gonzaga. 

Ao longo do dia, foram abordados temas como Racismo Religioso, Estatuto da Igualdade Racial, Regularização Fundiária e Inventário, Direitos na Educação e Saúde, Previdência, Combate ao Racismo Estrutural e Imunidade Tributária. As lideranças religiosas conheceram também a estrutura da Sepromi, incluindo o Centro de Referência Nelson Mandela, e da DPE-BA, além dos diversos canais para denúncia de casos de violência religiosa. A programação contou ainda com um painel sobre a Lei Paulo Gustavo, que prevê mecanismos de incentivo a projetos culturais apresentados por povos e comunidades tradicionais.  

A Iyálaxé Juçara Lopes, coordenadora do Grupo Mulheres de Axé do Brasil, ressaltou que a ação teve um papel importante. “Temos dificuldade de juntar o nosso povo e passar informações sobre direitos que muitos ainda desconhecem. Hoje o poder público mostrou que está imbuído nesse processo de formação e articulação para que as políticas para os povos de terreiro saíam do papel e alcancem, realmente, as pessoas que mais precisam”, sintetizou. 

Fonte: Ascom/Sepromi
Foto: Divulgação

Related posts

Prefeitura de Conceição do Jacuípe anuncia grade completa do Arraiá do Barimbau

Fulvio Bahia

SEC realiza encontro com estudantes e debate programas voltados para juventude

Fulvio Bahia

PM localiza reféns em Morro do Chapéu e captura sequestrador

Fulvio Bahia

Deixe um comentário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Nós assumimos que você concorda com isso, mas você pode desistir caso deseje. Aceitar Leia Mais