Até o terceiro dia de carnaval de Salvador, os catadores(as) de materiais recicláveis atendidos pelos projetos Carnaval Solidário e Coleta Seletiva Solidária no Carnaval de Salvador retiram das ruas, mais de 14 toneladas de resíduos sólidos.
Durante esse dias a cidade se encheu de sons e cores, mas também de consciência ambiental e oportunidades econômicas para centenas de catadores e catadoras de materiais recicláveis que atuam através dos projetos Carnaval Solidário e Coleta Seletiva Solidária no Carnaval de Salvador, coordenados pelas cooperativas COOPERGUARY, CAEC e COOPERLIX, respectivamente.
Nesses primeiros dias, a gente começa a organizar e aí tem que pegar a central montada, com energia, com água e preparar os kits de EPIs. Então, é o ponto de partida para começar a comprar na mão do catador para que ele possa levar seu dinheiro para casa. É muito cansativo, mas também prazeroso. Quando você começa a ver os catadores e catadoras chegando aqui de sandália, às vezes descalço, e saindo com todo o seu fardamento, com todo o equipamento de segurança, é uma satisfação muito grande, é uma sensação de dever cumprido”, revelou o conselheiro fiscal da COOPERGUAR, Genivaldo Ribeiro, o popular Tico.
Nas duas centrais, localizadas em pontos distintos do Circuito Barra/Ondina, foi grande a procura para realizar a inscrição e pegar o kit composto por calça, um par de botas, camisa, luvas, protetores auriculares e saco de ráfia. Muitos catadores chegaram cedo para garantir a vaga. Foi o caso da vendedora ambulante, Kalila Lamine. “Na verdade, desde o ano passado, eu já reciclo. Só que não consegui me cadastrar. Aí esse ano, assim que abriu, vim me cadastrar. Acho que é melhor fazer um trabalho organizado, entendeu? Para pegar as coisas no chão sem risco de pegar uma doença”, explicou ela.
Na fila de cadastramento, é possível observar que muitas pessoas chegam por indicação de amigos e parentes que já atuaram nos festejos. “É uma ação que você promove essa solidariedade e, em especial, a solidariedade de classe porque são os catadores cooperados que dão a mão ao catador autônomo, àqueles que estão nas ruas, àqueles que estão em outra labuta. Então, isso gera uma boa sinergia, um bom trabalho que envolve diversas famílias, tanto das cooperativas como também àqueles que estão ainda em situações de vulnerabilidade e precisam desse apoio.” afirmou Luís Rebouças, assessor técnico da CAEC.
A também vendedora ambulante, Tainá Alves, não conhecia os projetos, “Sou ambulante, catava minha latinha, mas eu não sabia que podia se inscrever, porque eu já era ambulante. Esse ano, uma amiga falou que podia. Me inscrevi, porque a gente trabalha com mais segurança, com luva, com proteção, com a bota, e não vai correr o risco de se machucar. E fora isso, também tem a bonificação”, avaliou a trabalhadora. A bonificação de que Tainá está falando é um valor a mais que cada catador (a) recebe. A cada 10 quilos de plásticos (PET + plástico) coletados, a recompensa é de R$ 50,00.
Com milhões de foliões nas ruas, a geração de resíduos aumenta exponencialmente e a coleta seletiva é fundamental para minimizar o impacto ambiental do evento, permitindo que plásticos, papéis e metais sejam reciclados e reaproveitados. Neste três dias, os catadores(as) atendidos nas duas Centrais de Apoio ao Catador (a), localizadas em pontos estratégicos do circuito Dodô, na Rua Carlos Chiaccio, em frente ao Cristo, e na Avenida Marque de Leão, no estacionamento do Banco do Brasil Estilo, conseguiram coletar um total impressionante de mais de 14 toneladas de resíduos, entre latas de alumínio, garrafas de PETs e embalagens plásticas.
As inscrições seguem abertas até completarem as vagas. O catador(a) interessado deve se dirigir a uma das centrais e apresentar identidade e CPF. Os projetos Carnaval Solidário e Coleta Seletiva Solidária no Carnaval de Salvador são promovidos pelas cooperativas COOPERGUARY, CAEC e COOPERLIX, junto com o Centro de Arte e Meio Ambiente – CAMA, e com apoio do Governo do Estado, Voluntárias Sociais da Bahia, Prefeitura de Salvador e da AmBev.
Fonte / Foto: Ascom Ong Cama