Estudo chinês em camundongos aponta potencial terapêutico do CBD na regulação de vias inflamatórias e antifibróticas, trazendo esperança para o tratamento da colite ulcerativa
Pesquisadores demonstraram que o canabidiol (CBD) pode aliviar a fibrose intestinal e a inflamação associada à colite ulcerativa, uma doença inflamatória intestinal crônica. O estudo, publicado este ano na Revista de Pesquisa em Inflamação, utilizou camundongos e notou a capacidade do canabinoide de modular vias moleculares-chave e reduzir danos ao tecido intestinal.
Canabidiol e colite ulcerativa: potencial terapêutico
A colite ulcerativa, caracterizada por sintomas como diarreia, dor abdominal e inflamação crônica, afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo o estudo, o CBD demonstrou regular positivamente a expressão do fator nuclear Nrf2, reduzindo processos inflamatórios ao inibir a via NF-κB, bem como citocinas pró-inflamatórias, como IL-6, IL-1β e TNF-α.
Além disso, o CBD mostrou eficácia ao ativar a via antioxidante Nrf2/HO-1, reduzindo o estresse oxidativo no tecido intestinal. Essa ação é crucial, já que o estresse oxidativo agrava a inflamação e a fibrose intestinal, ambas condições associadas à progressão da colite ulcerativa.
Mecanismo de ação antifibrótico
Outro achado relevante foi a capacidade do CBD de inibir a via de sinalização TGF-β/SMAD, fundamental na progressão da fibrose intestinal. A pesquisa revelou que o tratamento com CBD reduziu a expressão de marcadores de fibrose, como α-SMA e colágeno tipo 1, promovendo a degradação da matriz extracelular e limitando a deposição anormal de fibras no tecido.
Os efeitos do CBD foram validados em modelos de camundongos submetidos a colite induzida por DSS, assim como em culturas celulares, com resultados consistentes no alívio da inflamação e da fibrose.
Implicações clínicas e futuras pesquisas
Apesar dos avanços, os pesquisadores destacaram a necessidade de estudos adicionais para validar a eficácia do CBD em humanos.
Atualmente, os tratamentos convencionais para colite ulcerativa apresentam limitações, como alta taxa de recorrência e efeitos colaterais. Nesse contexto, o CBD, por ser um composto natural com alta segurança biológica, surge como uma alternativa promissora.
Fonte: Sechat
Foto: Sora Shimazaki