Primeira lista conta com os medalhistas olímpicos Daniel Cargnin, Rafael Silva, Rafaela Silva e Mayra Aguiar, além de quatro estreantes em Olimpíadas
A Confederação Brasileira de Judô anunciou, na última quinta-feira (4), em evento no Centro de Treinamento do Time Brasil, no Rio de Janeiro, a convocação de dez judocas para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos Paris 2024. A primeira lista confirmou alguns nomes que já estão confortáveis na classificação direta à Paris, como os pesos 66kg, 73kg, 81kg, 90kg, +100kg, 78kg e +78kg, além de concluir a disputa interna pela vaga em três categorias: 52kg, 57kg e 100kg.
”Nossa modalidade tem uma tradição de buscar medalhas há dez ciclos olímpicos e para Paris 2024 a meta não é diferente. Temos conhecimento da nossa responsabilidade em relação ao que o judô escreve na história do esporte nacional”, disse Silvio Acácio Borges, presidente da CBJ.
Em seguida, o gerente das Equipes de Transição da CBJ, o ex-atleta olímpico Victor Penalber, apresentou os nomes de seis jovens atletas das categorias de base que viajarão à Paris para dar suporte ao treinamento da seleção olímpica. Foram convocados Clarice Ribeiro (48kg), Kaillany Cardoso (70kg), Kátia Alves (+78kg), Ronald Lima (66kg), Gabriel Falcão (81kg) e Kayo Santos (100kg).
“É um prazer estar aqui, junto a esse time que está sempre pensando o melhor para o judô brasileiro. Nós sabemos as missões que temos todos os dias para evoluir sempre e alcançar nosso maior objetivo. Eu, como Gerente das Equipes de Transição, já penso em 2028. Temos muito carinho pelo projeto de atletas de apoio, porque faz muita diferença na trajetória dos jovens atletas”, declarou ele.
Já a equipe olímpica foi anunciada pela comissão técnica da seleção principal formada pelo gerente de Alto Rendimento, Marcelo Theotonio, ao lado dos treinadores Andrea Berti (feminino), Sarah Menezes (feminino) e Antônio Carlos “Kiko” Pereira (masculino).
“Me sinto muito honrado e entendo a responsabilidade de chefiar a equipe de uma modalidade tão vitoriosa neste ciclo até Paris. Mesmo sendo um momento desafiador, nós tivemos um resultado satisfatório nesta trajetória. A meritocracia é o nosso norte e tentamos ao máximo gerar oportunidades para os atletas conquistarem suas vagas. Hoje, temos uma filosofia de trabalho em investir no melhor do momento e fomentar o melhor do futuro”, disse o gerente de Alto Rendimento, Marcelo Theotonio.
“É uma satisfação estar aqui. Se eu fosse resumir esta convocação em duas palavras, seria convicção e esperança. Esperança no trabalho e que em Paris a gente consiga ter um resultado especial”, disse Kiko Pereira, Técnico da Seleção Masculina.
“Todas as atletas que foram anunciadas hoje já estavam classificadas no ranking olímpico. Este é um critério objetivo que está no Plano de Trabalho. Nós temos hoje, no feminino, três categorias que ainda não estão classificadas. Nosso planejamento é classificá-las neste próximos quatro eventos e, dependendo dos resultados, direcioná-las a determinadas competições”, projetou Andrea Berti, técnica da Seleção Feminina.
“Todas elas conquistaram sua vaga. Daqui para frente, acredito que a equipe vai conseguir preencher as categorias que faltam. Temos expectativas positivas, já que ainda temos mais quatro oportunidades. Eu acho que os resultados do ciclo fazem todas crescerem juntas. O judô é um esporte individual, mas também é muito coletivo. Ao ver uma colega de equipe conquistando seu espaço, você também acredita que pode chegar lá”, expôs Sarah Menezes, técnica da Seleção Feminina.
Convocados
Entre os homens, foram confirmados Willian Lima (66kg/Esporte Clube Pinheiros/FPJ), Daniel Cargnin (73kg/Sogipa/FGJ), Guilherme Schimidt (81kg/Minas Tênis Clube/FMJ), Rafael Macedo (90kg/Sogipa/FGJ), Leonardo Gonçalves (100kg/Sogipa/FGJ) e Rafael Silva “Baby” (Esporte Clube Pinheiros/FPJ).
Já a equipe feminina será composta por Larissa Pimenta (52kg/Esporte Clube Pinheiros/FPJ), Rafaela Silva (57kg/CRFlamengo/FJERJ), Mayra Aguiar (78kg/Sogipa/FGJ) e Beatriz Souza (+78kg/Esporte Clube Pinheiros/FPJ).
As demais categorias (48kg, 63kg, 70kg e 60kg), cujos atletas brasileiros ainda estão fora da zona de ranqueamento ou com disputas internas, serão anunciadas em outro momento. O ranking olímpico se encerra no dia 25 junho, data limite para a classificação final aos Jogos de Paris.
Estreantes
A lista anunciada conta com quatro judocas que lutarão os Jogos Olímpicos pela primeira vez. São eles: Willian Lima (66kg), de 24 anos, Guilherme Schimidt (81kg), de 23 anos, Leonardo Gonçalves (100kg), de 28 anos, e Beatriz Souza (+78kg), de 25 anos.
Por outro lado, Larissa Pimenta (52kg) e Rafael Macedo (90kg), que participaram dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, terão uma segunda chance para conquistar a sonhada medalha olímpica.
Feito já realizado por quatro, dos dez convocados nesta quinta. Bronze em Tóquio no 66kg, Daniel Cargnin retorna aos Jogos com o desafio de conquistar sua segunda medalha olímpica, mas em outra categoria, já que passou a competir no 73kg desde 2021. Campeã olímpica no Rio 2016, Rafaela Silva vai em busca de seu segundo pódio em sua terceira participação olímpica (Londres 2012, Rio 2016 e Paris 2024).
Um dos mais experientes da equipe, o pesado Rafael Silva “Baby”, dono de dois bronzes olímpicos (Londres 2012 e Rio 2016), vai para sua quarta e “última dança” olímpica sonhando em ampliar o já laureado currículo e encerrar a carreira entre os melhores do mundo.
“A sensação de ter a chance de representar meu país mais uma vez é de felicidade. A medalha do mundial ano passado me deu força para continuar acreditando. Estou me preparando da melhor maneira possível. Sei que é mais difícil por conta da minha idade, mas ao mesmo tempo estou motivado e conseguindo brigar de igual para igual com o pessoal da minha categoria”, avaliou Baby.
E, por fim, a maior medalhista olímpica do judô brasileiro, Mayra Aguiar (78kg), chega à sua quinta participação olímpica (Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016, Tóquio 2020 e Paris 2024) buscando quebrar novos recordes com uma quarta medalha olímpica.
O judô é o esporte que mais trouxe medalhas olímpicas para o Brasil na história dos Jogos. São 24 pódios – 4 ouros, 3 pratas e 17 bronzes. Há dez Jogos Olímpicos consecutivos a modalidade sobe ao pódio – de Los Angeles 1984 a Tóquio 2020. A primeira foi o bronze de Chiaki Ishii, em Munique 1972.
Fonte: CBJ
Foto: Beatriz Riscado/CBJ