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CBJ trabalha em política inédita para regulamentar participação de pessoas trans em competições nacionais de judô

Organização Antidoping e Médica em conjunto com os setores jurídicos, técnicos e de integridade, estão discutindo propostas para construção do documento que será lançado em breve

A Confederação Brasileira de Judô, atenta à evolução das necessidades da modalidade, iniciou um processo de criação de política para regulamentar a participação de atletas transgêneros em competições nacionais de judô. O tema, que vem sendo debatido por diversas instituições esportivas mundialmente, ganha especial atenção neste 31 março, data em que é celebrado o Dia Internacional da Visibilidade Trans com uma campanha global de conscientização contra a transfobia.   

“A criação dessa política reforça ainda mais um dos pilares da nossa gestão, a responsabilidade. Precisamos nos organizar e nos antecipar, pois a questão de gênero é uma realidade no esporte e não pode ser negligenciada. Trabalharemos com muito cuidado, ética e responsabilidade para definir essa regulamentação”, explica Silvio Acácio Borges, presidente da CBJ.   

O trabalho de construção da política de participação de transgêneros em competições do judô nacional será liderado pelos especialistas médicos e jurídicos, Dr Fernando Solera, médico presidente da Organização Antidoping da CBJ, e pelo Dr. Paulo Shimitt, advogado e consultor de Integridade da CBJ.

A proposta final será apresentada e discutida por representantes de diversos setores do esporte, Federações estaduais, pesquisadores, representantes da sociedade civil, entre outros, visando uma construção plural e participativa do regulamento.  

O documento deverá considerar que o judô é uma manifestação desportiva subdividida em categorias, especialmente relativas ao peso do praticante e, com isso, existe uma direta interferência da composição física do participante nos quesitos força, resistência e desempenho, e, consequentemente, a questão do gênero. Assim, toda abordagem deste assunto remeterá aos princípios básicos da integridade como igualdade, saúde e ética à medida que é assim que a CBJ busca oferecer um judô justo para aqueles que o praticam.  

O tema será tratado em conformidade com o Quadro do COI sobre justiça, inclusão e não discriminação com base na identidade de gênero e variações de sexo, que possui o seguinte arcabouço de princípio lógico:  

1. INCLUSÃO, 

2. PREVENÇÃO DE DANOS, 

3. NÃO DISCRIMINAÇÃO, 

4. JUSTIÇA, 

5. NENHUMA PRESUNÇÃO DE VANTAGEM, 

6. ABORDAGEM BASEADA EM EVIDÊNCIAS, 

7. PRIVACIDADE DA SAÚDE E AUTONOMIA CORPORAL, 

8. ABORDAGEM CENTRADA NAS PARTES INTERESSADAS, 

9. DIREITO À PRIVACIDADE e

10. REVISÕES PERIÓDICAS.

Equidade de gênero 

A política integra uma série de medidas que vem sendo desenvolvidas pela CBJ no escopo da boa governança, como as estratégias para promover a equidade de gênero no judô brasileiro. Medidas como equiparação salarial de homens e mulheres na gestão; distribuição igualitária de benefícios para atletas homens e mulheres; formação da comissão de atletas com equidade de gênero, entre outras já são realidade nesse cenário e o objetivo é continuar evoluindo. 

Fonte: ASCOM CBJ
Foto: Robson Khalaf/CBJ

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1 comentário

Angélica Bessa Abril 2, 2023 at 4:37 pm

Pergunta: é justo uma pessoa que tem a formação biológica do gênero masculino lutar judô com uma pessoa que tem formação biológica do gênero feminino.

Enquanto estão incluindo mulher trans estão escrutinado mulheres naturais.

Eu me sinto ofendida, desprestigiada e sofrendo abuso psicológico quando vejo pessoas trans competindo com pessoas naturais geneticamente.

A coisa está no DNA. Daqui há 100 anos vão encontrar ossos, se for de mulher ou de homem a ciência saberá. Isso precisa ser revisado. Criem campeonatos de mulheres e homens trans. Haverá mais campeonatos, mais diversão, mais alegria, mais dinheiro.

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