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Clássico do Teatro do Absurdo entra em cartaz em Salvador

“A História do Zoológico”, (The Zoo Story), de Edward Albee, clássico da dramaturgia norte americana, ganha montagem soteropolitana sob a direção de Adson Brito do Velho. A peça colocará em cena os atores Alexandro Beltrão (no papel de Peter) e Admilson Vieira (interpretando Jerry), aos sábados, nos dias 06, 13, 20 e 27 de julho, às 19h30, no Espaço Cultural Casa 14, na Rua Frei Vicente, 14, Pelourinho.

Classificada como “Teatro do Absurdo”, “A História do Zoológico”, peça de um único ato escrita em 1958, que estreou em Berlim, na Alemanha em 1959, é um clássico da dramaturgia universal. O autor, Edward Albee (1928-2016), é um dos maiores dramaturgos norte-americanos do século XX. A ação é ambientada no pós-guerra, momento em que o mundo vivia assombrado com a possibilidade da detonação de uma bomba nuclear que ameaçava dizimar a humanidade.

Na montagem a artista plástica Bel Aguiar assina a concepção cenográfica, que é marcada pelo minimalismo, com apenas um banco de jardim e uma luminária de praça pública; Segue do mesmo modo a Iluminação fixa criada por Paulo Marcos Santiago, físico, engenheiro e arquiteto, que remete ao outono nova iorquino. Já o figurino foi criado pela arquiteta e urbanista Beatriz Silveira.

Sobre o diretor – Adson Brito do Velho é ator, dramaturgo e diretor teatral, além de ser professor formado em Filosofia, concursado em História, psicólogo e especialista em Neuropsicologia. Já realizou em Salvador montagens com seus textos autorais  “A Vingança do Padre”, “Almas Acorrentadas”, “A Mulher de Roxo e Outras Histórias da Bahia”. Montou também o infantil “Chapeuzinho Vermelho” e um dos maiores clássicos da dramaturgia nacional, “A Falecida”, de Nelson Rodrigues. É vice-presidente da Academia de Letras, Música e Artes de Salvador e autor do livro “Salvador Tem Muitas Histórias”. Em agosto próximo lançará a sua segunda obra “Quem tem Medo da Mulher de Roxo?”.

A Trama  – “A História do Zoológico” é ambientada no verão, mas foi adaptada para o outono de 1959, onde toda a cena ocorre em um banco de jardim do Central Park de Nova Iorque, onde os dois personagens, Peter e Jerry, encontram-se acidentalmente. Na verdade é um encontro de duas almas solitárias, mergulhadas no vazio existencial, que através de um “diálogo” seco e frio, desprovidos de sentimentos positivos, discorrem sobre a solidão humana, incomunicabilidade, isolamento e tantos outros temas tão presentes na atualidade, seja em Nova Iorque no Brasil ou em qualquer lugar do mundo.

O personagem Peter, interpretado por Alexandro Beltrão, é a alegoria do próprio zoológico, um homem enjaulado nos seus ideais de um  típico cidadão norte-americano, conservador, leitor da Time, executivo, bem sucedido financeiramente, “casado, pai de duas filhas, dois gatos e dois periquitos”, mas profundamente frágil e vulnerável.

Enquanto Jerry, vivido por Admilson Vieira, que está desesperado à procura de um ser humano para desabafar as suas dores emocionais,  possui poucos recursos financeiros e vive mergulhado na solidão. Não possui família, mora sozinho, teve experiências homossexuais na adolescência e apresenta um comportamento autodestrutivo.

O Autor – Edward Albee integra o quarteto dos maiores dramaturgos do teatro do século XX, ao lado de Eugene O’Neill (Longa Jornada Noite Adentro), Arthur Miller (A Morte de um Caixeiro Viajante) e Tennessee Williams (Um Bonde Chamado Desejo). Sua peça mais famosa, Quem Tem Medo de Virginia Woolf? foi escrita em 1962, foi levada ao cinema pelo diretor Mike Nichols no ano de 1966 e teve nos papéis principais Elizabeth Taylor e Richard Burton.

Foi três vezes vencedor do prêmio Pulitzer, na categoria de Melhor Drama pelas peças Um Balanço Delicado (1967), Seascape (1974) e Três Mulheres Altas (1994). Também foi vencedor do Prêmio Tony (2005), pelo conjunto da obra, destinada a premiar as produções da Broadway.

Com mais de 20 peças de teatro de caráter psicológico, suas obras são verdadeiras críticas ácidas e corrosivas à sociedade americana, rompendo a linguagem tradicional do teatro e assim mudando os rumos do teatro norte-americano moderno.

As obras de Edward Albee, juntamente com as produções de Samuel Beckett, Eugène Ionesco e Jean Genet são classificadas como estética do Teatro do Absurdo, designação criada em 1961, pelo crítico húngaro Martin Esslin para categorizar obras que estavam focadas nas questões existencialistas, quando a existência humana é tida como sem sentido ou sem propósito, resultando na dissolução da comunicação.

Serviço

Peça            A História do Zoológico

Texto          Edward Albee

Direção       Adson Brito do Velho

Elenco        Alexandro Beltrão e Admilson Vieira

Local          Espaço Cultural Casa 14, Rua Frei Vicente, 14, Pelourinho (próximo do Theatro XVIII)

Dias            06, 13, 20 e 27 de julho 2024  (sábados)

Horário      19h:30 (45 minutos de duração)

Valor          30,00 (inteira) e 15,00 (meia). Ingressos no local, pelo (71) 98631 3242 ou Pelo Sympla.

Fonte: Assessoria de Imprensa – Doris Pinheiro 
Foto: Divulgação

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