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Comissão de Cultura da CMS discute situação de teatros e ausência de casas de espetáculos na capital

O vereador reforçou a importância da unidade para enfrentar o cenário de desmonte, a falta de estrutura dos poucos espaços existentes e a urgência em resolver o problema.

Na manhã da última terça-feira (30), o vereador Sílvio Humberto (PSB) presidiu audiência pública que debateu a regulamentação da Lei Municipal nº 7.848/2010, que determina aos shoppings centers e espaços comerciais a criação de teatros e casas de espetáculos em suas instalações.

A mesa contou com a presença de Pedro Tourinho, secretário de Cultura e Turismo de Salvador (SECULT); Fernando Guerreiro, presidente da Fundação Gregório de Mattos (FGM); Yá Márcia, presidente do Conselho Municipal de Política Cultural (CMPC); Eliana Pedroso, bailarina, produtora e gestora cultural e Moacyr Vilas Boas, presidente da Associação Baiana de Eventos (ABAPE).

A produtora Eliana Pedroso relatou a fase difícil que a cadeia produtiva cultural atravessa. “Vivemos um momento muito delicado da arte e cultura em nossa cidade. Salvador possui quantidade de artistas suficiente para colocar diversos espetáculos em cartaz, simultaneamente, mas a falta de espaços adequados inviabiliza essa possibilidade. Temos uma realidade de 11 teatros fechados, outros demolidos e diversos degradados”, pontuou.

Moacyr Vilas Boas da ABAPE enfatizou a necessidade de cumprimento da lei.  ”É muito importante que os shoppings realizem a inserção de teatros nos espaços para ampliação do acesso à cultura. Ganha o shopping, a economia e toda a sociedade”, frisou.

O titular da Secult, Pedro Tourinho, sugeriu a  Parceria Público Privada como uma possível solução para a questão.  “A chegada do streaming gerou impactos no setor, mas a necessidade de novos espaços amplia a capacidade de oferta de espetáculos diversos para o público. É preciso pensar em uma Parceria Público Privado (PPP) para garantir, além da criação dos espaços, a devida manutenção dos mesmos”, sinalizou.

Fernando Guerreiro criticou a falta de interesse comercial dos shoppings em relação aos teatros. “Eu tenho um histórico enorme com vários fatos e observações sobre essa questão. Espero que essa audiência gere uma comissão capaz de avançar as demandas, pois os shoppings não enxergam o teatro como um modelo de negócio viável. Precisamos propor a discussão da lei com os empresários dos shoppings. Existem cinco teatros em escolas que estão prontos para serem utilizados, mas os responsáveis pelos espaços não se interessam por conta da complexidade de organização dos espetáculos”, destacou.

O vereador Sílvio Humberto reforçou a importância da unidade para enfrentar o cenário de desmonte, a falta de estrutura dos poucos espaços existentes e a urgência em resolver o problema. “Deliberamos a criação de uma comissão que envolve a própria Comissão de Cultura, classe artística, empresários dos shoppings, sociedade civil e o Executivo para alinhamentos, discussão e planos de ação para o resultado proposto. É preciso resgatar o teatro em nossa cidade, e o faremos com compromisso”, finalizou.

A audiência contou também com a presença vereadores Luiz Carlos Suíca (PT), Armando Lessa (PT) e Alberto Braga (Republicanos), atores, produtores, artistas e membros da sociedade civil.

Fonte / Foto: ASCOM Ver. Sílvio Humberto

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