A força do cooperativismo está bem representada no Sertão baiano por cooperativas como a Ser do Sertão, que tem sede no município de Pintadas, território Bacia do Jacuípe. Por meio da cooperativa, as vidas de 326 famílias cooperadas e de outras tantas famílias de agricultores familiares de três territórios baianos vêm sendo transformadas, com muito trabalho dedicado à produção e comercialização de polpas de frutas, leite, hortifrutigranjeiros e de cordeiros, e, também, no desenvolvimento de projetos de irrigação e reflorestamento e de baixa emissão de gás carbônico.
Esse empenho e dedicação de todo o corpo diretivo e de cooperados (as) conta com o apoio do Governo do Estado, por meio dos projetos executados pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
“Através da potencialização da agricultura familiar, a CAR fez com que a gente criasse um empreendimento com estrutura que pode fornecer para o mercado público e privado, produtos de qualidade, de acordo com a exigência do mercado, para que possamos colocar, com muita potência, o produto do agricultor e da agricultora nesse mercado. Essa ação tem impacto direto não só na economia do município, mas na vida das famílias, porque a compra da matéria-prima que é processada na agroindústria representa um ganho muito maior do que a gente consegue visualizar”, ressalta a presidente da cooperativa, Valdirene Santos.
Entre as ações executadas pela CAR está a reforma e ampliação da agroindústria da cooperativa. Antes da ampliação, a produção era de 27 toneladas de frutas e passou para 89 toneladas, o que representa mais produção de frutas, mais trabalho e mais renda para as 326 famílias de agricultores familiares cooperadas que vendem a produção para a cooperativa. A agroindústria se diferencia por comercializar produtos 100% naturais, sem aditivos e conservantes.
Tainan Oliveira de Almeida, que é agricultora, técnica agrícola e atua na Cooperativa Ser do Sertão, trabalha, também, com subprodutos das abelhas e está recuperando áreas degradadas da propriedade rural de sua família: “atualmente, tenho feito produção de mudas, plantado e cuidado para que essas mudas consigam transformar a vida da minha família no Semiárido, produzindo mais alimentos, principalmente frutas, verduras e legumes de boa qualidade, saudáveis, orgânicos, que também podem ser comercializados na cooperativa Ser do Sertão. Essa estrutura nova na cooperativa vai potencializar ainda mais a produção, compra e venda dos produtos da agricultura familiar, valorizando essa produção, que é sustentável, com as bases da agroecologia, fortalecendo a mulher, o jovem no campo”.
Produção de alimentos e assistência técnica
A metodologia que une assistência técnica e extensão rural e produção de alimentos aplicada pela Cooperativa Ser do Sertão, possibilitou a ampliação do número de famílias atendidas. Atualmente, são atendidas 1.080 famílias de três territórios baianos, entre elas famílias de comunidades tradicionais quilombolas e de fundo de pasto.
A Ser do Sertão já tem parceria firmada com o Centro de Distribuição dos Produtos da Agricultura Familiar, instalado em Salvador, com a empresa que produz o tradicional picolé Capelinha, e com algumas redes de mercados. “Na capital, estamos expandindo por meio do Centro de Distribuição, porque acreditamos que o Centro tem esse papel e essa parceria tem um significado importante para a gente. Temos, também, parceria com a Arco Sertão, de Serrinha, e com a União das Cooperativas e Associações da Agricultura Familiar (Unicafes). Essa intercooperação nos ajuda nesse processo de comercialização”, ressaltou Valdirene.
Investimentos
O apoio do Governo do Estado, por meio da CAR, resultou na reforma e ampliação da agroindústria, que passou a contar, também, com câmara fria para 52 toneladas e uma câmara de congelamento de 10 toneladas, ampliando a capacidade de estoque para a comercialização da produção, tanto para o mercado público quanto para o privado, em diversos municípios do estado da Bahia. A agroindústria conta, ainda, com um sistema de captação de energia solar, que deverá reduzir em mais de 90% os custos com energia, promovendo sustentabilidade ao processo de agroindustrialização
Foram investidos recursos ainda em ações de melhoria do trabalho de cooperados e cooperados, com insumos para a produção e assistência técnica e extensão rural (Ater), além da implantação do modelo Agroflorestal de Recuperação de Áreas Degradadas para o Semiárido, que contribui para a redução das emissões de carbono na atmosfera e promove a resiliência climática.
Fonte: Ascom/CAR
Foto: André Frutuoso