Os foliões vão poder depositar os abadás nas urnas espalhadas em pontos estratégicos, em Salvador, durante o período do Carnaval
No ritmo das ruas e avenidas de uma das festas mais vibrantes do Brasil, uma nova história começa a ser costurada. O projeto inédito Refoliar, que une sustentabilidade, ação social e educação, transforma abadás usados em mochilas escolares para estudantes da rede pública de ensino. O que antes era uma lembrança de dias de folia agora passa a carregar cadernos, livros e sonhos. A ação, idealizada pelas empresárias Aparecida Queiroz e Vanda Souza, tem como objetivo destinar corretamente os resíduos têxteis e promover a conscientização ambiental.
Durante o período do Carnaval de Salvador, e de 1º a 10 de março, os foliões vão poder doar seus abadás em urnas personalizadas instaladas em pontos estratégicos nos circuitos da folia, camarotes, shopping centers e aeroporto. Todas as peças recolhidas vão ser levadas para um depósito, de onde começam a tomar forma a partir das mãos de costureiros e costureiras previamente capacitados, gerando postos de trabalho diretos e indiretos.
“Quando promovemos a capacitação desses profissionais geramos trabalho e renda, além da dignidade humana. Com o aprendizado, eles vão ter a possibilidade de trabalhar após o Carnaval e aplicar a técnica em diversos produtos, que passam a ter um valor emocional, não só econômico”, afirma Aparecida Queiroz, com formação em Administração de Empresas e especialização em Sustentabilidade.
Lixo têxtil
De acordo com a mais recente pesquisa do Sebrae, aproximadamente 170 mil toneladas de roupas são produzidas por ano, mas apenas 20% das peças são recicladas ou reaproveitadas. Todo o restante dos itens descartados (80%) é destinado para queima, aterros sanitários ou despejados no meio ambiente. “A natureza está nos dando sinais. O projeto Refoliar se propõe a transformar o valor afetivo em algo ainda mais valoroso. Com a entrega da mochila é possível promover a educação e a conscientização com o estudante, familiares e professores”, explica Vanda Souza, que é graduada em Arquitetura pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) com especialização em capacitação e desenvolvimento de pessoas.
Ao reaproveitar os abadás descartados, o projeto se alinha a sete dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, promovendo consumo responsável, cidades sustentáveis, educação de qualidade, geração de renda, combate à pobreza, redução das desigualdades e proteção da vida aquática. A ação reafirma o compromisso de transformar resíduos em oportunidades, mostrando que a alegria do Carnaval pode e deve ser sinônimo de responsabilidade social e ambiental.
Fonte / Foto: Assessoria de Imprensa