SaúdeSaúde MentalServiços

Cuidados paliativos de fim de vida humanizam enfrentamento de doenças graves e crônicas

Dia Mundial de Cuidados Paliativos é celebrado neste sábado, 12, em todo o mundo

Atualmente, mais de 60 milhões de pessoas necessitam de cuidados paliativos todos os anos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). O enfrentamento de doenças que ameaçam a continuidade da vida é um processo desafiador e doloroso. Internações prolongadas e a ausência da perspectiva de cura ou melhora funcional que podem dificultar ainda mais este processo. Nesse sentido, os cuidados paliativos são uma opção mais humanizada para a assistência. Promovidos por uma equipe interdisciplinar especializada, têm como objetivo controlar os sintomas em todas as suas dimensões (física, psicológica, espiritual e social), além de acolher e promover melhora na qualidade de vida para pacientes e familiares.

“Nos cuidados paliativos, o paciente é visto por uma equipe interdisciplinar como protagonista do seu cuidado, valorizando tudo aquilo que faz sentido para ele e lhe proporciona bem-estar”, explica a pneumologista Yanne Amorim, pós-graduada em cuidados paliativos e coordenadora médica da Clínica Florence, primeiro Hospital de Transição de Cuidados do Norte/Nordeste.

Este modelo de assistência é realizado em um ambiente humanizado, com interações flexíveis, a partir da necessidade de cada paciente e seus familiares e é conhecido fora do Brasil como Hospice. Ele é indicado em casos de doenças avançadas como câncer, demências em fase terminal, insuficiência cardíaca grave, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), condições degenerativas e outras crônicas progressivas.

“Os cuidados paliativos cumprem o papel de oferecer a atenção necessária ao paciente e seus familiares, promovendo o controle adequado de dor e demais sintomas, mas também respeitando as crenças, valores e outras questões pessoais de cada indivíduo. O sofrimento evitável de sintomas tratáveis é perpetuado pela falta de conhecimento sobre cuidados paliativos e é por isso que se torna tão importante falarmos sobre o assunto.”, acrescenta a médica.

Dados do Ministério da Saúde indicam que cerca de 625 mil brasileiros necessitam de cuidados paliativos. A The Worldwide Hospice Palliative Care Alliance (WHPCA), organização internacional voltada ao desenvolvimento dessa abordagem, também reforça a importância de se ampliar o acesso a esses serviços, especialmente em um modelo que prioriza o bem-estar físico, emocional e espiritual de pacientes e suas famílias. De acordo com a OMS, menos de 15% das pessoas recebem cuidados paliativos, especialmente nos países de baixa renda. A maioria (67%), ainda segundo a OMS e a WHPCA, é formada por adultos com mais de 50 anos e pelo menos 7% são crianças.

Yanne ressalta que essa abordagem não é restrita ao período que antecede o falecimento, sendo ideal que se comece de forma precoce quando ainda há possibilidade de tratamento capaz de modificar a doença. Essa é uma forma de garantir mais qualidade de vida, conforto e acolhimento ao paciente e seus familiares. “O foco deixa de ser na doença. Reforçamos a vida do paciente, quem ele é, o que ele gosta, o que lhe traz bem-estar. Reafirmamos a vida sem travar uma luta contra a morte. Afinal, a morte é uma etapa natural da vida.”, acrescenta.

Esta abordagem permite que o paciente e seus familiares vivenciem o processo de fim de vida com mais leveza e consciência, minimizando a dor da despedida. O filho da dona de casa Delzemir Rodeiro, diagnosticado com câncer de intestino, foi acompanhado pela equipe de cuidados paliativos da Clínica Florence, em Salvador. onde pôde conviver com a família e realizar atividades que lhe traziam alegria. “As pessoas pensam apenas em morte quando se trata deste assunto, mas a gente também vive em cuidados paliativos. É feliz, como meu filho foi. Primeiro trata-se o paciente para que ele possa passar pelo momento com muita paz, muita tranquilidade e muita segurança. E foi isso que meu filho viveu. Então, para mim, isso é qualidade de vida. ‘Ah, mas ele morreu…’, mas ele teve qualidade de vida. Até o fim, ele teve qualidade. O acolhimento e a assistência de uma equipe multidisciplinar durante 24h por dia são essenciais. E isso, meu filho e a nossa família receberam!”, compartilha Delzemir. Ela destaca ainda que esse tipo de cuidado deveria ser acessível a todos, independentemente de condições financeiras, garantindo apoio e suporte durante esse momento delicado. “Este é um cuidado que todo mundo deveria ter em qualquer hospital, aqueles que podem pagar e aqueles que não têm plano de saúde ou recursos particulares. É um direito! Uma pessoa não pode entrar e sair no desespero na partida de um ente querido sem ter um apoio, um suporte, não pode. Em nenhum momento meu filho deixou de ser assistido. Isso é de extrema importância. Eu, como mãe, sou eternamente grata. O preparo que a gente tem para quando chega aquele exato momento é determinante.”.

O depoimento de Delzemir está alinhado com o tema criado pela WHPCA em 2024: “Meu cuidado. Meu direito.“, que visa chamar a atenção para o direito que todas as pessoas com uma doença grave têm de receber o atendimento de cuidados paliativos adequados, dentro da política pública de saúde, e a necessidade de se priorizar o financiamento de cuidados paliativos na Cobertura Universal de Saúde. O acesso a cuidados paliativos e medicamentos essenciais contribui para a realização do direito de desfrutar do mais alto padrão possível de saúde e bem estar.

Em maio deste ano, o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de Cuidados Paliativos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), visando ampliar o acesso a essa importante assistência. Na Bahia, a Clínica Florence se destaca neste trabalho, sendo especializada no atendimento a pacientes em reabilitação e cuidados paliativos.

Fonte / Foto: Assessoria de Imprensa

Related posts

Luís Eduardo Magalhães: A importância de uma Associação pioneira no tratamento de pessoas com Autismo

Fulvio Bahia

Juazeiro: Prefeitura divulga cronograma de atendimento do Laboratório Itinerante para o período de 03 a 07 de julho

Fulvio Bahia

Alagoinhas: Prefeitura inaugura o Centro Especializado para a População em Situação de Rua

Fulvio Bahia

Deixe um comentário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Nós assumimos que você concorda com isso, mas você pode desistir caso deseje. Aceitar Leia Mais