Infectologista pontua que a mais nova vacina contra a enfermidade, a Qdenga, tem eficácia geral de mais de 80% e reduz as hospitalizações em 90%.
Com o aumento de casos de dengue este ano na Bahia (28,3%), e das manifestações mais graves da doença (168%), a preocupação com a prevenção e a imunização se tornam ainda mais importantes, principalmente com a chegada das estações mais quentes do ano (primavera e verão). O infectologista e consultor técnico do Sabin Diagnóstico e Saúde, Claudilson Bastos, destaca que esses períodos, principalmente o verão, concentram também mais chuvas e, consecutivamente, com mais locais com possibilidade de água parada, ideal para a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
“É aquela velha história: onde tem água parada tem risco de proliferação da dengue, uma vez que os mosquitos usam esses espaços para colocar suas larvas, aumentando, assim, o contingente de mosquitos nas cidades. E este quadro pode propiciar um maior número de pessoas contaminadas”, informa o especialista, alertando que as pessoas devem redobrar os cuidados. “É importante evitar que o Aedes aegypti, responsável também pela transmissão da zika e chikungunya, tenha locais para se reproduzir, a exemplo de vasos de planta, calhas das casas, pneus, garrafas, tanques de água abertos e piscinas sem o cuidado adequado”, acrescenta.
Casos de dengue na Bahia
Informações da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) mostram que, de 1º de janeiro a 5 de agosto, foram notificados 39.896 casos prováveis de dengue no estado; ou seja, 28,3% a mais do que no mesmo período do ano passado (31.102 casos). A situação afeta mais gravemente 24 municípios baianos, que estão em situação epidêmica, a exemplo de Salvador, Camaçari, Lauro de Freitas e Santo Antônio de Jesus.
A Sesab comunicou também um aumento de 168% nos casos de dengue grave no primeiro semestre de 2023: pulou de 250 registros, no ano passado, para 670. O número de mortes, no entanto, teve uma redução de 55%.
Na capital baiana, o crescimento de casos de dengue acendeu um alerta preocupante. Isso porque os dados do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Ciev-SSA), vinculado à Prefeitura de Salvador, revelam que, no comparativo entre 2022 e 2023, ocorreu um incremento de 669,8% dos casos registrados da doença entre janeiro e agosto.
Vacinação contra a dengue
De acordo com o infectologista Claudilson Bastos, os cuidados com a prevenção ganham um grande aliado com a disponibilização de uma vacina que ajuda a prevenir o agravamento dos casos mais graves da dengue. Um exemplo disso é o imunizante Qdenga (TAK-003), produzido pelo laboratório Takeda e licenciado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“A nova vacina protege contra todos os quatro tipos do vírus causadores da doença. São elas: a DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4, sendo os tipos 1, 2 e 4 os mais comuns no Brasil. Além disso, a Qdenga previne mais de 80% dos casos gerais de dengue e reduz em 90% os casos de hospitalização”, destaca o médico.
O imunizante – que pode ser administrado em pessoas de 4 a 60 anos, inclusive em indivíduos que não tiveram a doença – está disponível somente na rede privada, como nas unidades de vacinação do Sabin, assim como no atendimento móvel, disponíveis em Salvador, Lauro de Freitas, Barreiras e região.
Exame unificado
Além do aumento dos casos de dengue, há também o maior número de ocorrências de contaminação por zika na Bahia. O último boletim de arboviroses da Sesab aponta que, de 1º de janeiro até o dia 7 de agosto, foram 1.689 notificações. Isso representa um incremento de 81,4% na comparação com 2022, quando foram registrados 931 casos. Com relação à chikungunya, a Bahia registrou uma redução de ocorrências de 17,4%, de janeiro a agosto. Foram 13.778 casos prováveis contra 16.687 registros no mesmo período de 2022.
Para apoiar a detecção desses três arbovírus (dengue, zika e chikungunya), o Sabin disponibiliza um exame unificado, que utiliza técnica de biologia molecular RT-PCR capaz de identificar os vírus ainda na fase aguda, quando está replicando. Isso acontece nos cinco primeiros dias dos sintomas.
Para isso, é coletada uma única amostra de sangue, com o resultado sendo entregue entre três e quatro dias. Antes, os pacientes precisam fazer exame específico para cada vírus, o que acontecia após 10 dias das primeiras manifestações.
A rapidez e eficiência promovidas pelo exame unificado, de acordo com a coordenadora do Núcleo Técnico Operacional (NTO) do Sabin, Híbera Brandão, propicia uma maior agilidade no início do tratamento dos pacientes. “Isso acontece também porque o teste apresenta excelente sensibilidade e especificidade, auxiliando o médico a iniciar o mais rápido possível o tratamento já no início das manifestações, evitando possíveis complicações”, pontua.
Fonte: ASCOM ATcom
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