A festa que traz emprego e renda para uma parte da população traz também uma série de problemas e desrespeito
O clima de euforia e antecipação se instala em Salvador com a proximidade do Carnaval, mas por trás da festa, surge uma preocupação crescente em relação à montagem dos camarotes e estruturas que abrigarão os foliões durante a maior festa popular do planeta.
Enquanto as ruas da cidade se preparam para receber milhões de foliões, os bastidores revelam um cenário de desorganização e falta de fiscalização. A montagem dos camarotes, em especial, tem sido marcada por desafios que vão desde a ocupação irregular de espaços públicos até a desconsideração das normas de ordenamento urbano.
A ausência de uma fiscalização eficiente por parte da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano – Sedur, permite que alguns empresários ignorem as leis de ordenamento público, causando impactos negativos na infraestrutura da cidade. Vias públicas bloqueadas sem autorização, estruturas que invadem calçadas e praças, e a falta de respeito às normas de segurança se tornam evidentes em muitas áreas.
Os órgãos responsáveis pela fiscalização parecem incapazes de controlar o caos que se instala durante a montagem dos camarotes. A população, por sua vez, sofre as consequências dessa desordem, enfrentando obstáculos desnecessários e comprometendo a mobilidade urbana.
Além disso, a ausência de fiscalização rigorosa contribui para a perpetuação de práticas prejudiciais ao meio ambiente. O descarte inadequado de resíduos, a utilização abusiva de materiais não sustentáveis e a ocupação desenfreada de áreas verdes são problemas que persistem ano após ano, sem uma abordagem eficaz por parte das autoridades.
É crucial que as autoridades competentes assumam uma postura mais ativa na fiscalização e no cumprimento das leis de ordenamento público durante a montagem dos camarotes para o Carnaval de Salvador. Somente com medidas rigorosas será possível garantir uma festa mais organizada, segura e em conformidade com os princípios de respeito ao espaço público e ao meio ambiente.
Foto: Bruno Concha