BahiaBrasilFake NewsGoverno do EstadoImprensa

Direitos humanos e a Carta de Belém, por André Curvello

A proliferação de notícias falsas e desinformativas se configura como uma pandemia da era digital, com potencial destrutivo equivalente ao de um vírus letal. É crucial que combatamos esse mal moderno com a mesma urgência e determinação que dedicamos à saúde pública.

Para o secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, a própria existência da humanidade está em risco. Concordo com ele.

A questão é tema de debate em todo mundo e também aqui no Brasil. A Carta de Belém, assinada por todos os secretários e secretárias presentes (24 de um total de 27) no IV Fórum do Conselho Nacional das Secretarias Estaduais de Comunicação, realizado na capital paraense, nos dias 18 e 19 de abril, marca um passo histórico na luta contra a desinformação e na defesa da liberdade de expressão.

Afinal, como disse em entrevista recente ao UOL o alto comissário das Nações Unidas para Direitos Humanos, Volker Turk: “A desinformação causa dano. Precisamos que a mentira seja algo errado de novo”.

A Carta de Belém evidencia o compromisso das secretarias estaduais de comunicação com a defesa intransigente da liberdade de expressão e dos direitos humanos, e destaca a necessidade de que essa liberdade de expressão seja exercida com responsabilidade, sempre respeitando os direitos individuais e coletivos.

Um dos principais temas da Carta é o combate à desinformação e às fake news. Cada vez mais maduro, o Conselho se compromete a trabalhar em conjunto para desestimular a produção e disseminação de notícias falsas e desinformativas em todo o país.

O Fórum reconheceu a importância das redes sociais como ferramenta para a troca de informações e o aprimoramento da prestação de serviços públicos, além de condenar a censura e defender a liberdade de expressão nas redes sociais – que devem ser usadas com responsabilidade.

O documento destaca a importância da comunicação pública para a construção de uma sociedade mais justa e democrática.
Nessa luta contra a desinformação, o jornalismo profissional se consolida como pilar fundamental da democracia. É urgente discutir a regulamentação da carreira de jornalista, garantindo melhores condições de trabalho e valorizando o papel essencial desses profissionais na produção e disseminação de informação de qualidade.

O Fórum também tratou de temas relevantes para o futuro da comunicação, como a defesa dos direitos humanos, a nova Lei de Licitações, a atuação do Governo Federal no setor, a inteligência artificial, um regramento para as redes sociais, e a COP 30 – Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que ocorrerá em Belém, em novembro de 2025.

O Fórum fortaleceu a premissa da importância da organização da comunicação pública e sua importância social. Quem participou o fez com democracia e respeito. E é por isso que vem avançando. O próximo será em Brasília, nos dias 4 e 5 de junho. Juntos, estamos trabalhando para que evento de Brasília seja ainda melhor.

*André Curvello é jornalista e secretário de Comunicação Social da Bahia.

Foto: Matheus Landim

Related posts

Setur-BA promove São João da Bahia nos quatro principais polos emissores de turistas nacionais

Fulvio Bahia

Startup baiana utiliza resíduos têxteis para criar embalagens sustentáveis

Fulvio Bahia

Brasil conquista 12 medalhas na abertura do Parapan de Jovens

Fulvio Bahia

Deixe um comentário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Nós assumimos que você concorda com isso, mas você pode desistir caso deseje. Aceitar Leia Mais