Meta e Google ameaçaram tirar links de notícias de suas plataformas no Canadá.
Em meio a discussões que ocorrem em diversos países, incluindo o Brasil, sobre modelos para organizações de conteúdo jornalístico pelas big techs, especialistas em mídia e comunicação dos EUA, Reino Unido e África do Sul lançam nesta terça-feira (25) um conjunto de diretrizes para nortear as empresas entre veículos de imprensa e plataformas de internet.
Intitulado “Big Tech e Jornalismo: Princípios para uma Remuneração Justa”, o material foi Idealizado por Anya Schiffrin, professora da Universidade Columbia, Jonathan Heawood, diretor-executivo da Public Interest News Foundation, do Reino Unido, Courtney Radsch, pesquisadora do Institute for Technology, Law and Policy da Universidade da Califórnia, e Michael Markovitz, diretor do Gibs Media Leadership Think Tank, na África do Sul. Entre os signatários estão duas entidades brasileiras: a Associação de Jornalismo Digital (Ajor) e o Instituto Vladimir Herzog.
Após destacar a crise de sustentabilidade financeira que ameaça o jornalismo de interesse público em todo o mundo, o material priorizando o princípio da equidade, sugerindo que a base para pagamentos e acordos de uso deve ser a mesma para todos os veículos e determinada a partir de critérios objetivos.
Transparência
Outro princípio destacado nas diretrizes é o da transparência. A sugestão é que os termos dos acordos entre as plataformas e os veículos sejam divulgados e, se possível, compartilhados com um órgão regulador. O documento também pede que os mecanismos de remuneração sejam considerados de forma regular e independente.As diretrizes também enfatizaram a necessidade de estímulo ao jornalismo local e aos pequenos e médios veículos jornalísticos.
O documento cita ainda o caso da Austrália, que adotou, de forma pioneira em 2021, uma legislação que permite que veículos negociem de forma individual ou coletiva com as plataformas o pagamento pelo conteúdo jornalístico. Desde que a regra entrou em vigor, veículos australianos fecharam com Google e Meta acordos contemplando mais de 200 milhões de dólares em remuneração.O material também aborda a recém-aprovada legislação canadense sobre o tema. Batizada de C-18 Bill, ela fez com que Google e Meta anunciassem que vão remover links de notícias de suas plataformas.
Fonte: Portal Imprensa
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