Inovações no campo da robótica estão modificando, cada vez mais, a ação dos bombeiros em situações de emergência. Para algumas equipes, trabalhar com um cão-robô da Boston Dynamics ou drones convencionais é uma realidade. Agora, cientistas buscam aperfeiçoar as tecnologias atuais para as zonas de risco, construindo um veículo aéreo não tripulado resistente a chamas e capaz de filmar toda a área dentro de um incêndio. O protótipo do FireDrone já está pronto.
Construído com o apoio de bombeiros, o drone revestido com um material ultrarresistente é desenvolvido por pesquisadores do EMPA (Swiss Federal Laboratories for Materials Science and Technology), na Suíça, e do Imperial College London, na Inglaterra.
Além de tornar a operação de resgate ainda mais eficaz — já foi demonstrado que mesmo drones convencionais facilitam a ação de equipes de resgate —, a ideia é que o drone poupe também os bombeiros de riscos. Conhecendo a área de um incêndio e os pontos de maior perigo, a probabilidade de acidentes é significativamente menor.
Drone revestido com material resistente a chamas
“Para voar mais perto [e obter melhores dados], o calor extremo gerado por um incêndio é muito grande para os drones convencionais”, explica David Häusermann, do Empa, em nota. “Com drones comerciais, não são possíveis mais do que fotos aéreas do local do incêndio a uma distância segura”, acrescenta.
Para resolver o desafio, a estrutura do FireDrone foi baseada na expertise desenvolvida por animais que vivem em habitats extremos, como os pinguins e a raposa-do-ártico. A sobrevivência dessas espécies está conectada com uma robusta camada de gordura, que protege todo o corpo.
Buscando simular os efeitos desta composição, os cientistas utilizam um aerogel à base de plástico poli-imida (PI), criando uma forma de capa protetora para o drone, reforçada com fibras de vidro e sílica. Inclusive, a NASA também investiga o uso dos aerogéis de poli-imida no isolamento de trajes espaciais.
FireDrone já está em fase de testes
A nova tecnologia já está em fase de testes com um protótipo, como detalharam os pesquisadores em estudo publicado na revista científica Advanced Intelligent Systems. Os primeiros voos foram feitos na Suíça em uma área para testes com incêndios simulados. Ali, demonstrou ser bastante eficiente.
Só que, por enquanto, são apenas simulações. O drone nunca esteve em um incêndio verdadeiro e ainda não se sabe qual o impacto de altas concentrações de fuligem nas suas operações. Esta será a prova de fogo para testar a resistência dos seus componentes e sensores, o que deve ocorrer em breve.
Assista abaixo o FireDrone em ação durante as simulações:
Fonte: Canaltech | Foto: David Mark/Pixabay