A produção de fertilizantes, ligada diretamente à produção agrícola, vem sustentando o crescimento da economia brasileira. Entre 2008 e 2023, o consumo de fertilizantes no mercado interno cresceu 104,3%, de acordo com dados da ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos). A Bahia está entre os principais estados consumidores de fertilizantes.
Em Campanha Salarial para aprovação da Convenção Coletiva do Trabalho 2025, os trabalhadores das empresas de fertilizantes da Bahia, representados pelo Sindiquímica Bahia lutam pelo reconhecimento da contribuição laboral para o setor e buscam reajuste de salários e melhores condições de trabalho.
Em intensa campanha de mobilização, o sindicato tem realizado assembleias diariamente nas fábricas do setor de fertilizantes do estado. A resposta dos trabalhadores tem sido unânime: reprovação da proposta apresentada pelas empresas que não atendem às reivindicações da categoria.
“Em todas as fábricas, houve unanimidade na rejeição dos trabalhadores à proposta do patronato de reajuste de 4,77%, referente ao INPC do período e apenas 0,5% de ganho real. Uma vergonha para um setor que tem gerado muitos lucros, com um crescimento elevado do agronegócio na economia brasileira, alavancando juntamente o setor de fertilizantes”, destaca o diretor do Sindiquímica, Reinan Santos de Araújo.
Setor recebe subsídios do governo
“Não podemos aceitar que os trabalhadores não sejam recompensando de forma justa pelo esforço e dedicação que tem garantido a produção de fertilizantes na Bahia tão fundamental para a economia do estado. É justo que os trabalhadores sejam beneficiados pelo momento vigoroso da economia brasileira, especialmente neste setor que recebeu diversos subsídios do governo”, pontua Reinan.
Entre janeiro a agosto de 2024, foram concedidos ao setor do agronegócio R$ 97,73 bilhões em créditos tributários decorrentes de benefícios fiscais, de acordo com divulgação da Receita Federal. Deste total, mais de 15% dos benefícios foram para a atividade de adubos e fertilizantes, entre outros segmentos relacionados à agropecuária. O setor ainda será beneficiado, nos próximos anos, pelo Plano Nacional de Fertilizantes com investimentos de cerca de R$ 20 bilhões, com objetivo de aumentar a produção e diminuir a dependência de importações.
“As empresas precisam dar a contrapartida social, valorizando os trabalhadores com ganhos reais e melhores condições de trabalho. Os trabalhadores do setor de Fertilizantes estão mobilizados e determinados a não aceitarem nenhuma proposta que não contemple as reivindicações da categoria. Nenhum direito a menos”, finalizar o diretor sindical.
O Sindiquímica Bahia informa que continuará as mobilizações nas portas das fábricas e defendendo os direitos dos trabalhadores na mesa de negociação junto à empresa.
Fonte: Sindiquímica Bahia
Foto: Divulgação