Daniela Bittencourt destaca os trabalhos realizados pela Embrapa e os avanços conquistados na luta pelas pesquisas com cannabis
Em 2023, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) gerou cerca de R$ 85 bilhões de Lucro Social sendo R$ 80,55 bilhões relativos aos benefícios econômicos da amostra de 182 tecnologias avaliadas. Na geração de empregos, a Embrapa ultrapassou os mais de 66 mil.
Apesar de seu histórico inovador, a Embrapa ainda enfrenta restrições para pesquisas com cannabis e cânhamo – variedade da planta com baixo teor de tetrahidrocanabinol (THC). Criada para desenvolver a base tecnológica da agricultura tropical, a empresa busca agora avançar no estudo dessa planta, confirmando seu enorme potencial econômico.
“Estamos trabalhando para desburocratizar a cannabis, especialmente no avanço das pesquisas científicas”, comentou Daniela Bittencourt, secretária executiva da comissão permanente sobre cannabis da Embrapa, durante o Congresso Brasileiro da Cannabis Medicinal de 2024. Segundo ela, a empresa já tem reuniões regulares com a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Agricultura (Mapa) e espera “em breve colocar a planta no campo”.
Em agosto, a Embrapa submeteu um pedido à Anvisa solicitando autorização para iniciar pesquisas com cannabis. O objetivo é criar um banco de germoplasma, reunindo diversas variedades da planta para estudar sua adaptação ao clima e solo brasileiros.
“Já conseguimos desenvolver cultivares de várias commodities, então por que não fazer o mesmo com a cannabis?”, questiona Daniela. Ela enfatiza a necessidade de colaboração entre diferentes setores para liberar e desenvolver essa cadeia produtiva promissora no Brasil.
Durante o congresso, a pesquisadora também destacou a urgência de uma regulamentação mais prática para o cultivo de cânhamo, já que a planta possui níveis baixos de THC e não tem efeitos psicoativos.
Fonte: Sechat
Foto: RODRIGUES, Paula Fernandes/ Embrapa