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Endometriose atinge uma a cada dez brasileiras e pode causar infertilidade e abortos espontâneos

O diagnóstico precoce é um dos desafios para combater a doença que, muitas vezes, só é detectada quando a mulher não consegue engravidar e busca ajuda especializada

Um dos grandes desafios do tratamento da endometriose é o diagnóstico precoce, uma vez que a doença costuma, em muitos casos, ser diagnosticada em fase avançada, podendo causar várias complicações, como a infertilidade. De acordo com o Ministério da Saúde, uma a cada dez mulheres brasileiras em idade fértil sofre com a endometriose, doença ginecológica crônica e benigna que é mais comum entre mulheres com idade entre 25 e 35 anos. O mês de março é dedicado à conscientização sobre a doença, considerada uma das principais causas da infertilidade feminina.

De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), 30 a 50% das mulheres acometidas pela endometriose podem apresentar infertilidade. “Muitas mulheres só descobrem que têm endometriose quando buscam ajuda especializada porque não estão conseguindo engravidar”, afirma Valentina Cotrim, ginecologista e especialista em medicina reprodutiva da equipe do Cenafert – Centro de Medicina Reprodutiva. Estima-se que até 20% dos casos de endometriose sejam assintomáticos e, além disso, alguns sintomas, como inchaço e cólica abdominal são negligenciados por serem confundidos com sintomas da TPM, o que acaba atrasando o diagnóstico.

“Quanto mais a endometriose avança, maior é o risco de causar infertilidade, pois ela pode obstruir as trompas, alterar a ovulação e causar distorções anatômicas no aparelho reprodutivo, podendo comprometer a capacidade da mulher engravidar ou mesmo aumentar o risco de aborto espontâneo”, explica Valentina Cotrim. Segundo a médica, a doença também é associada a alterações hormonais e imunológicas, que podem dificultar a gravidez.

Vários estudos apontam que mulheres com endometriose quando engravidam têm risco aumentado para aborto espontâneo ou gravidez ectópica (quando o embrião se desenvolve fora da cavidade uterina). “A endometriose é uma doença inflamatória e, mesmo em casos leves, pode deixar o útero em condições desfavoráveis para uma gestação”, segundo a especialista em medicina reprodutiva.

Como muitas vezes a doença é assintomática ou apresenta sintomas que são negligenciados por serem considerados “normais”, o acompanhamento anual com o ginecologista para consultas e exames de rotina é fundamental para prevenção e diagnóstico precoce. “O que pode parecer uma cólica menstrual persistente, na verdade, pode ser um sintoma de endometriose e deve ser investigado, pois a dor pélvica crônica é um dos sintomas mais comuns da doença”, esclarece a médica.

Infertilidade

A endometriose pode causar infertilidade, principalmente, em seu estágio mais avançado, quando a doença atinge as trompas, órgão responsável pelo transporte dos espermatozoides até o óvulo e migração do embrião formado até o útero.

A infertilidade decorrente da endometriose leve pode ser tratada com a inseminação artificial, técnica de reprodução assistida que consiste na estimulação ovariana e posterior colocação do sêmen dentro da cavidade uterina através de um cateter flexível. “Em casos mais avançados, quando a endometriose já comprometeu profundamente os órgãos pélvicos, geralmente, a paciente precisa de uma técnica de alta complexidade para engravidar, como a Fertilização in Vitro (FIV)”, esclarece Valentina Cotrim.

A especialista, no entanto, ressalta: “nem todas as mulheres acometidas pela endometriose terão problemas para engravidar, apesar da patologia ser considerada um dos principais fatores de risco para infertilidade da mulher”.

Doença da mulher moderna

A endometriose é considerada uma doença da mulher moderna, que retarda a maternidade, tem menos filhos e, consequentemente, tem mais ciclos menstruais. Embora suas causas não sejam totalmente conhecidas, a doença tem associação com a produção de estrogênio e com fatores genéticos (histórico familiar) também.

A doença, que é crônica, é caracterizada pela presença de endométrio (tecido que reveste o útero internamente e que é renovado mensalmente pela menstruação) em locais indevidos, ou seja, fora da cavidade uterina. Quando não ocorre a fecundação, o endométrio se fragmenta e é eliminado junto com o sangue menstrual, podendo migrar através das trompas para órgãos como o ovário, intestino, apêndice e bexiga.

Cólica menstrual aguda, dores pélvicas, fluxo menstrual intenso, dor durante a relação sexual, abortos espontâneos e infertilidade estão entre os principais sintomas da doença. “Ao perceber qualquer sintoma, é fundamental buscar ajuda médica. O diagnóstico precoce pode evitar muitas complicações”, finaliza Valentina Cotrim.

Sobre o Cenafert

Com sede no bairro de Ondina, em Salvador, o Cenafert – Centro de Medicina Reprodutiva, inaugurado há 22 anos, é uma clínica especializada em reprodução assistida e tem como missão garantir uma atenção integral e humanizada a pessoas que sonham em ter filhos. Ao longo de sua atuação, a clínica já contabiliza mais de 3.500 bebês nascidos através das diversas técnicas de reprodução assistida.

O laboratório de reprodução assistida do Cenafert oferece tecnologia de ponta para a realização dos procedimentos com eficácia e segurança. O paciente infértil conta com o suporte de uma equipe médica multidisciplinar, experiente e qualificada, e com serviços que vão desde o atendimento de casos mais simples – solucionados com tratamento de menor complexidade – até aqueles que exigem o emprego de técnicas avançadas no campo da reprodução assistida.

O Cenafert faz parte do Grupo Huntington, um dos principais Grupos de Reprodução Assistida da América Latina.

Mais informações no site https://cenafert.com.br/

Fonte: Assessoria de Imprensa
Foto: Image by freepik

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