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Espetáculo “Santana” exalta força preta feminina e tradição do Samba Junino

Peça estreia em julho em curta temporada na Fundação Pierre Verger, no Engenho Velho de Brotas, com entrada gratuita

Três gerações de mulheres pretas conectadas por uma das manifestações culturais mais importantes de Salvador: o Samba Junino. É daí que parte “Santana”, obra teatral com dramaturgia assinada pela estreante no teatro Joseane Nascimento, dirigida por Daniel Arcades e com Thiago Romero na direção de arte, dois nomes premiados na Bahia. O espetáculo terá curta temporada em cartaz na Fundação Pierre Verger, nos dias 18 e 19 de julho (quinta e sexta-feira), em duas sessões diárias, às 15h e às 19h, com entrada franca. 

Expressão cultural que surgiu na década de 1970 e se instituiu como tradição em diversos bairros da capital baiana tornando-se Patrimônio Cultural de Salvador, o Samba Junino é o elo que conecta Cremilda, Marta e Nalia, personagens interpretadas pelas atrizes Arlete Dias, Evana Jeyssan e Naira da Hora. No coração do Engenho Velho de Brotas, a trama dessa família de três mulheres pretas se desenrola exaltando conflitos de gerações, força feminina, ancestralidade, sincretismo religioso e, sobretudo, a importância da preservação da identidade cultural soteropolitana. 

Na história, Nália começa a ter problemas com sua mãe e sua irmã por dividir seu tempo entre o trabalho de marmitaria, que sempre sustentou as mulheres daquela família, e sua performance enquanto artista do samba junino, cantando e sambando pelas ruas do Engenho Velho. 

Narrativas periféricas
“Santana” marca a estreia de Joseane Nascimento como dramaturga. Nascida no Engenho Velho de Brotas e ativista cultural do Samba Junino, ela traz no texto histórias autênticas e emocionantes do bairro. “Escrever ‘Santana’ foi um processo desafiador e ao mesmo tempo restaurador. Esse texto fala de um lugar da infância, do afeto de uma mãe preta, de fé e da força dessas mulheres. Sou grata por todos que participaram desse processo comigo, e agora ver esse texto ser montado, com tanta gente maravilhosa envolvida, fazendo tudo acontecer, é lindo de ver”, revela a Joseane. 

A montagem é resultado de uma residência em dramaturgia, realizada pela produtora DAN Território de Criação em 2022 como parte do projeto Trinca da Mira. O texto passou um ano em laboratório junto a dez outros textos de três bairros periféricos de Salvador. “Dirigir a montagem teatral de Santana é mostrar que projetos formativos na periferia da cidade incitam a construção de uma cadeira criativa que movimenta toda uma rede cultural. Eu estou muito honrado de poder estar junto com a equipe de ‘Santana’, produzindo no bairro do Engenho Velho de Brotas uma narrativa local com diversos artistas do bairro e, o mais importante, para o público do Engenho Velho. É nesta arte e neste modo de produção que acredito”, destaca Daniel Arcades, diretor do espetáculo.

Oficinas 

Para além do espetáculo teatral, o projeto “Santana” engloba outras ações, também gratuitas e realizadas no bairro, que amplificam o alcance da temática, mobilizam a população local e contemplam outras linguagens artísticas. 

As atividades acontecem no dia 19 de julho (sexta-feira), também no Fundação Pierre Verger e, entre elas, estão: o Encontro de Dramaturgia, atividade com o premiado dramaturgo Daniel Arcades, a escritora da peça Joseane Nascimento e o assistente de direção audiovisual Moisés Neuma, explorando a incorporação da cultura popular em narrativas teatrais e a experiência na residência artística de um ano feita para a construção do texto de “Santana”, realizada das 9h às 13h; e a Oficina de Percussão, para explorar os ritmos do Samba Junino, com o grupo de Samba Junino Meu Samba e o diretor musical do projeto Gustavo Melo, realizada também das 9h às 13h. 

Show
A temporada termina com um encerramento especial, uma apresentação do grupo de samba junino da região, o Meu Samba. E ainda, entre as ações, o espetáculo contará com uma versão audiovisual, com direção de fotografia para uso educacional, distribuída junto a um projeto pedagógico.

Realizado pela DAN Território de Criação, “Santana” foi contemplado pelo edital Territórios Criativos, com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador e da Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura, Governo Federal.

Ficha Técnica: 

Direção – Daniel Arcades
Dramaturgia e registro fotográfico – Joseane Nascimento
Elenco: Arlete Dias, Evana Jeyssan e Naira da Hora
Direção de arte e figurino – Thiago Romero
Direção de produção – Laíse Castro
Direção musical – Gustavo Melo
Coreografia – Edeise Gomes
Iluminação – Victor Hugo Sá
Assistência e operação de luz – André Drean
Assistente de direção – Antônio Marcelo
Assistente de direção audiovisual – Moisés Neuma
Trilha sonora original: Daniel Arcades e Gustavo Melo
Costureira – Saraí Reis
Cenotécnico – George Santana
Produção executiva – Robson Raycar
Intérprete de libras – Lucas Sol
Ensaio Fotográfico – Samara Said e Lourdes Maria (Labfoto – Universidade Federal da Bahia | Faculdade de Comunicação)
Assessoria de imprensa – Cris Felix

Serviço: 
Espetáculo “Santana”
Data: 18 e 19 de julho (quinta e sexta-feira)
Horário: 15h e 19h (duas sessões por dia)
Local: Fundação Pierre Verger (Ladeira da Vila América, 18, Engenho Velho de Brotas)
Entrada Gratuita

Fonte: Assessoria de Imprensa
Foto: Samara Said

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