ArteCinemaCultura

ESTREIA: Curta “O Homem que Virou Castanha” confronta narrativa coaching das igrejas evangélicas

O filme, com lançamento programado no XIX Panorama Internacional Coisa de cinema, explora o discurso religioso de superação da pobreza através do trabalho informal, evidenciando suas repercussões na vida do vendedor Zebedeu

O curta-metragem “O Homem que Virou Castanha”, dirigido por Natan Fox e co-escrito por ele e por Pedro Reinato, ambos sócios da produtora Mansa Filmes, terá a estreia no prestigiado Panorama Internacional Coisa de Cinema, em Salvador. O filme, que aborda questões como religiosidade, trabalho, masculinidade negra e a sensação de passividade diante das adversidades, será exibido duas vezes no renomado Cine Glauber Rocha, localizado na Praça Castro Alves. A primeira sessão está marcada para terça-feira, 19 de março, às 17h10, e a segunda para quarta-feira (20), às 16h30.

Em “O Homem que Virou Castanha”, acompanhamos a jornada de Zebedeu (interpretado pelo ator Heraldo de Deus), um homem humilde que vende castanhas nas ruas da capital baiana. Por meio de uma abordagem metafórica, o filme confronta as promessas fundamentadas no discurso religioso e na lógica do neo-liberal de sucesso, mostrando como essas narrativas podem contribuir para que pessoas em contextos de vulnerabilidade entrem em um ciclo de desesperança.

O curta traz uma narrativa poderosa que desafia as convenções, criando um protagonista passivo, sofrido pelas circunstâncias da vida. Este retrato autêntico e emocionante revela as complexidades da masculinidade negra, destacando as lutas diárias enfrentadas por homens como Zebedeu em uma sociedade que muitas vezes os marginaliza.

O diretor Natan Fox destaca a importância do personagem como uma representação dos desafios enfrentados pela população negra em Salvador, especialmente em relação ao desemprego e ao empreendedorismo informal. “Temas históricos que se relacionam com as questões raciais, com o racismo estrutural. Logo após o período escravocrata, pessoas negras foram colocadas à margem do emprego formal. Algo que se reflete até os dias atuais com grande parte de negros e negras estando na informalidade”.

A partir do final do século XX, com a ascensão das igrejas evangélicas neopentecostais, a pauta ‘emprego’ ganhou uma nova força, um novo significado, já que essas instituições religiosas pegaram essa brecha, esse problema social, e apresentaram um olhar que retira o problema e traz o empreendedorismo solução. “A gente parte dessa premissa, desse lugar em que o discurso evangélico e de coaching está em voga. É sobre como isso impacta as pessoas. Trazemos uma reflexão sobre a crença no discurso e de que o dia-a-dia vai dizer o contrário para elas”, complementa Pedro Reinato.

“O Homem que Virou Castanha” é uma reflexão importante sobre a realidade social e econômica de Salvador, oferecendo uma visão crítica e sensível sobre as dinâmicas da cidade. E a estreia no XIX Panorama Internacional Coisa de Cinema, que ocorre na capital baiana, se torna um marco significativo para o filme e seus criadores. Os responsáveis pelo curta consideram ainda a oportunidade de compartilhar a história de Zebedeu com o público do festival, algo fundamental para destacar o impacto artístico e social da obra.

Para mais informações sobre o filme e sua participação no XIX Panorama Coisa de Cinema, acesse: https://panorama.coisadecinema.com.br/.

Lançamento do curta-metragem “O Homem que Virou Castanha”

Quando: Primeira sessão no dia 19 de março, às 17h10, com reapresentação no dia 20 de março, às 16h30.

Onde: XIX Panorama Internacional Coisa de Cinema, Cine Glauber Rocha, em Salvador.

Valor: *R$ 12,00* (inteira) e *R$ 6,00* (meia) e podem ser adquiridos na bilheteria do cinema ou pelo site.

Contato de Imprensa:Outra Mídia – Hieros Vasconcelos: 71) 99240-4958

Fonte / Card: Assessoria de Imprensa

Related posts

Panorama Internacional Coisa de Cinema movimenta Salvador em março

Fulvio Bahia

Mistério em Olinda; A Nova Obra de Tiago Carvalho

Fulvio Bahia

Em Itaparica, Governo autoriza patrimonialização das festas em celebração ao 7 de Janeiro, que marca a independência da cidade

Fulvio Bahia

Deixe um comentário

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência. Nós assumimos que você concorda com isso, mas você pode desistir caso deseje. Aceitar Leia Mais