Em estudo realizado no Canadá, pomada com CBD foi eficaz e bem tolerada para a cicatrização de feridas da epidermólise bolhosa
Um estudo observacional retrospectivo comprovou a eficácia e a tolerabilidade de uma pomada contendo canabidiol (CBD) na cicatrização de feridas de pacientes com epidermólise bolhosa. A análise aconteceu em um hospital pediátrico em Toronto, no Canadá, e trouxe notícias animadoras para quem trata a doença de pele.
De acordo com os resultados do estudo, divulgados em comunicado à imprensa, 55% das crianças e adolescentes que participaram das análises apresentaram melhoras na cicatrização das feridas, um sintoma típico desta condição.
A coordenadora do estudo e chefe de dermatologia do hospital, Elena Pope, comemorou os resultados e destacou que esse é apenas o primeiro passo para o desenvolvimento de tratamentos mais direcionados para a epidermólise bolhosa com produtos derivados da Cannabis.
“Temos o prazer de ver o estudo relatando resultados positivos iniciais para o creme tópico com canabidiol em uma população de pacientes que continua buscando tratamento para sua condição grave. O uso do creme tópico com CBD é uma nova opção terapêutica tópica para pacientes com epidermólise bolhosa, proporcionando alívio dos sintomas e potencialmente auxiliando na cicatrização de feridas com boa tolerabilidade.
Esses resultados são essenciais para ajudar a nos orientar nas próximas etapas no desenvolvimento de nossos produtos médicos e repertório farmacêutico.”
Existem evidências robustas dos efeitos benéficos do uso dos canabinoides sobre a pele na forma de pomadas ou cremes de massagem. Além de promover uma ação farmacológica direcionada para o local da aplicação, a possibilidade de efeitos colaterais é bem menor se comparada com medicamentos para uso oral.
Pomada com Cannabis para a cicatrização
As análises incluíram 20 pacientes, sendo 14 meninos e 6 meninas, com idade média de 17 anos. Todos tinham o diagnóstico de epidermólise bolhosa, mas eram diversos subtipos entre os voluntários: 60% com o subtipo distrófico, 30% a simples e 10% a juncional.
Depois de um período de um mês com a aplicação diária de uma pomada contendo 3% de CBD, 55% dos pacientes relataram melhorias na cicatrização das feridas, enquanto os outros 45% apresentaram estabilidade.
Ainda são necessários mais estudos para esclarecer com mais precisão os mecanismos que possibilitaram esses resultados. Por outro lado, há outros estudos avaliando o tratamento com CBD na epidermólise bolhosa que apontaram as propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes do canabinoide como as principais propriedades por trás dos benefícios.
Lei Gui para pacientes da epidermólise bolhosa no RJ
A epidermólise bolhosa é uma doença genética que torna a pele extremamente frágil, causando bolhas e feridas ao menor contato. Como mencionamos anteriormente, existem alguns subtipos da doença com algumas características e em casos mais graves, pode afetar outros órgãos.
Essa condição de pele ganhou visibilidade recentemente com o caso do jovem Guilherme Moura, de 8 anos. O pequeno torcedor do Vasco foi diagnosticado com a epidermólise bolhosa distrófica e viralizou nas redes sociais graças a um vídeo da reação dele após passar dias internado para tratar uma pneumonia.
A repercussão foi tamanha, que a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou lei que garante auxílio financeiro para os pacientes com a doença.
Fonte: Cannabis e Saúde
Foto: Reprodução / Cannabis e Saúde