A Federação Nacional dos Cultos Afros Umbandistas (Fenacab), que comemora 77 anos de fundação, promoveu a entrega do 18º Troféu Axé Bahia representantes apoiadores das religiões de matriz africana na Bahia e no Brasil, na tarde da última segunda-feira (11), no Auditório Jornalista Jorge Calmon, da Assembleia Legislativa.
Entre os homenageados pela Fenacab, o anfitrião e padrinho do evento, o deputado Eures Ribeiro (PSD); a matriarca das religiões afro-brasileiras, Ebomi Nice; o’presidente da Assembleia Geral da Fenacab, Genaldo Lemos do Couto; o tenente-coronel Ramos, a PM Bahia; o sociólogo Ailton Ferreira, representando a Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades); a diretora-geral do Ipac, Luciana Mandela; a secretária municipal de Cultura de Santo Antônio de Jesus, Sílvia Brito; o padre Lázaro, da Igreja Católica; Pai Raimundo, da Umbanda; e o presidente nacional da Fenacab, Aristides Mascarenhas.
Depois de composta a mesa, Eures expôs sua alegria em receber o evento na ALBA e elogiou o trabalho da Fenacab, “responsável por grandes lutas e vitórias em defesa da religião de matriz africana, um dos pontos do meu mandato”.
Em seguida, passou a condução da cerimônia à organização do evento. “Vocês que têm legitimidade para conduzir, a luta é de vocês, que, historicamente, resistiram ao preconceito, a todos os tipos de abominação que sempre eram praticados contra a religião de matriz africana”.
CONQUISTAS
Presidente da Fenacab, o babalorixá Aristides Mascarenhas falou do objetivo e necessidade de externar, homenagear e reconhecer a atuação e destaque dos titulares de espaços, entre terreiros e centros do culto afro-brasileiro, na defesa, valorização e preservação da religiosidade de matriz africana.
Também pontuou desafios e mencionou conquistas, entre elas o reconhecimento do pai de santo como ministro de confissão religiosa, pela Lei 8213/91, junto com o padre católico e o pastor evangélico; o Código Nacional Litúrgico de Ética,que gradua os cargos de sacerdotes e de ministros de confissão religiosa, possibilitando a aposentadoria após 20 anos de contribuição e a Classificação Brasileira de Ocupação (CBO).
“Hoje, estamos no mercado, estamos habilitados. Hoje, ninguém pode dizer: vai prender aquele pai de santo, dar ordem de prisão. Temos a nossa credencial, podemos fazer casamento, organizar batizado, com reconhecimento religioso e até com reconhecimento civil. E outras conquistas estão vindo”, informou.
As próximas conquistas, segundo Aristides, é a parceria com a África do Sul para trazer para o Recôncavo um curso de Medicina voltado para os sacerdotes e a graduação em Samba e Cântico, pelo Ilê Aiyê.
EXEMPLO
Representando a Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, o sociólogo Ailton Ferreira elogiou o deputado anfitrião na defesa da causa dos povos de santo e sugeriu que os outros parlamentares sigam seu exemplo.Ao comemorar a organização do evento, ele lamentou a dificuldade em transformar a força mobilizadora em poder político. “A Bahia tem a música, o cheiro, o suingue, a ancestralidade que a gente oferece. Quem vem à Bahia, vem conhecer a nossa cultura, a força da nossa literatura, da nossa culinária. Em véspera de mais um pleito eleitoral, gostaria de ver mais candidatos e candidatas que saiam do Povo de Santo, no Executivo e no Legislativo, que possam falar com mais legitimidade sobre a nossa história”, ensejou.
Uma das homenageadas pela sua trajetória e legado, Ebomi Nice elogiou o presidente da Fenacab pela luta a favor do segmento, falou da importância da união de todos para vencer os obstáculos.Depois de pedir a benção dos presentes e abençoá-los, ela pediu a Oyá, “vento dos quatro cantos do mundo para nos abençoar. Um vento fresco e leve em todas as cabeças, e o alá de Oxalá, nos dando paz, compreensão, prosperidade, felicidade saúde e o pão de cada dia”.
Fonte: ASCOM ALBA
Foto: AscomALBA/AgênciaALBA