Documentário baiano dirigido por Lara Carvalho se desenvolve a partir de uma conversa com meninas que viveram a experiência da menarca recentemente
Em cartaz no Saladearte Cinema do Museu desde o início do mês, o recém-estreado filme baiano “Menarca” agora vai também ao encontro direto de seu público e realiza circuito em unidades da rede pública de ensino e instituições comunitárias de Salvador. O documentário é idealizado e dirigido por Lara Carvalho, que conduz em tela uma roda de conversa com pré-adolescentes que recentemente tiveram sua primeira menstruação, falando de suas próprias experiências e colocando em afetuoso debate questões físicas, emocionais e sociais relacionadas ao assunto. A rota de sessões especiais começa nesta quinta-feira, 10 de abril, às 9h30, no Espaço Cultural Alagados (Uruguai), e seguirá até o fim do mês.
Estão na agenda a Escola Municipal São Domingos Savio (Ondina), no dia 11 pela manhã; o Colégio Estadual Clarice Santiago dos Santos (Arenoso), no dia 14 nos dois turnos; a Escola Estadual Presciliano Silva (Ribeira), no dia 15 nos dois turnos; o Colégio Estadual Ruth Pacheco (Nova Sussuarana), no dia 17 nos dois turnos; o Colégio Estadual Professora Dalva Matos (Lobato), no dia 22 nos dois turnos; o Colégio Estadual Professora Maria Anita (Periperi), no dia 24 nos dois turnos; a Associação Emília Machado Bahia (Marechal Rondon), no dia 26 pela manhã; o Lar Fabiano de Cristo (Coutos), no dia 26 pela tarde; o Colégio Estadual Ana Cristina Prazeres Mata Pires (Coutos), no dia 28 nos dois turnos; e a Escola Municipal de Paripe (Paripe), no dia 29 pela tarde.
“Acredito que o filme pode acolher muita gente pela leveza e pela naturalidade com a qual a gente fala de menstruação, um tema que ainda é tabu em muitas casas e que causa vergonha especialmente na fase da juventude”, resume Lara Carvalho, que defende que gostaria de ter podido assistir a um filme assim na sua adolescência. “Lembro de querer falar para mim mesma, mais nova, que eu não precisava ter tanta vergonha. Que é natural menstruar, que é bom falar sobre, especialmente para conseguirmos acompanhar a nossa própria saúde e saber como falar sobre nosso próprio corpo”, completa a diretora.
Ainda que pautado por fatos científicos, que são traduzidos na conversa pela própria diretora e em animações informativas que dispensam excessos de jargões técnicos, o documentário se arrisca neste formato particular, centrado numa conversa, que parece incluir também a quem assiste. Laís Bastos, Lara Simões, Laritza Peixoto, Maní Grimaldi e Sâmara Santos são as meninas que constroem o conteúdo do filme a partir de suas vivências. “Eu queria fugir da ideia de que, para falar de menstruação, a gente precisa conversar só com especialistas certificados, ginecologistas, pedagogos. Nós também somos especialistas dos nossos próprios corpos”, defende Lara.
Quatro dramatizações baseadas em histórias reais e um encontro final com as memórias de pessoas adultas completam o documentário, alcançando também discussões sobre direitos de mulheres e pessoas trans, tabus, saúde pública e dignidade menstrual.
“Menarca” é uma coprodução Mulungu Realizações, Lua de Maré Produções e Giro Planejamento Cultural. O projeto de distribuição do filme, realizado pela Olhar Filmes, foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar no 195, de 8 de julho de 2022.
INSTITUIÇÕES PODEM AGENDAR SESSÃO – Instituições interessadas em agendar uma sessão do filme “Menarca” podem fazer solicitação pelo link www.olharfilmes.com.br/filme-menarca e entrar neste circuito de promoção de educação íntima e sexual, oferecendo às suas comunidades mais conhecimento sobre o fenômeno biológico saudável e essencial à vida que é a menstruação.
Mais da metade da população mundial passa pela experiência da menstruação cerca de uma vez por mês. Uma pesquisa de 2017 do site Trocando Fraldas, realizada com 12.000 mulheres brasileiras, aponta que 45% delas declararam não conhecer seu ciclo, 59% não sabiam identificar seu período fértil e metade desconhecia que a gravidez só é possível na proximidade da ovulação. Em 2018, outra pesquisa, realizada pela Revista Capricho, indicou que 59% das jovens brasileiras se sentem menos confiantes durante o período menstrual e 70% se privam de realizar certas atividades por conta da menstruação.
Fonte: Assessoria de Imprensa
Foto: Maiara Cerqueira
