A Atenção Domiciliar (AD) para pacientes em reabilitação intensiva tem se mostrado uma abordagem efetiva na literatura científica conduzida por pesquisadores do Núcleo de Informação, Políticas Públicas e Inclusão Social (NIPPIS – Icict/Fiocruz & Unifase). O estudo intitulado Efetividade da Atenção Domiciliar (AD) para Usuários com Necessidade de Reabilitação Intensiva: uma Revisão Sistemática foi financiado pelo Ministério da Saúde e CNPq, contribuindo para o desenvolvimento da atenção domiciliar. Coordenado por Cristina Rabelais, a pesquisa contou com a participação das seguintes pesquisadoras: Dolores Maria Franco de Abreu; Maria Fernanda de Faria von Sydow Bittencourt; Mariana Gabriel e Silvia de Oliveira Pereira.
As pesquisadoras se empenharam em compreender a efetividade da atenção domiciliar para pacientes que precisam de reabilitação intensiva, levando em consideração diversos fatores como tempo de permanência, número de intercorrências, custos e a experiência do usuário.
Um dos achados mais relevantes foi a comprovação da efetividade da reabilitação domiciliar, abrindo caminho para sua aplicação em diferentes contextos no âmbito do SUS. A coordenadora da pesquisa, Cristina Rabelais, destaca que a abordagem oferece vantagens significativas tanto para o usuário quanto para o setor de saúde.
A pesquisa também abordou cuidados de reabilitação para diversos agravos, como os cardiovasculares, ortopédicos, respiratórios, neurológicos e outros que afetam a funcionalidade. Os resultados são positivos no que se refere à experiência do usuário em relação à reabilitação domiciliar, especialmente a aceitação dos pacientes quanto ao uso da telerreabilitação como uma estratégia de cuidado e acompanhamento eficaz.
Mesmo com a diversidade das intervenções e das diferentes metodologias dos estudos incluídos nessa revisão sistemática, foi possível observar que a abordagem de atenção domiciliar se mostrou menos custosa do que a internação hospitalar e as intercorrências observadas em cada uma das modalidades apresentadas variam.
Outras contribuições do estudo foram o debate sobre o termo “reabilitação intensiva” no contexto brasileiro, realizado por meio de uma roda de conversa com profissionais da área durante o 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, e a criação de um glossário para esclarecer conceitos relacionados, divulgado nas redes sociais da Fiocruz e da Unifase.
A pesquisa também oferece importantes contribuições sobre a atenção domiciliar (AD) no âmbito do SUS, incluindo práticas de reabilitação. Com base nos resultados, estratégias de reabilitação domiciliar intensivas podem ser aplicadas com sucesso, como a disponibilização e a adequação de equipe multidisciplinar de acordo com a complexidade do usuário e também o acompanhamento por telemonitoramento, especialmente naqueles locais de difícil acesso ou onde a equipe é reduzida.
O estudo sugere, também, a associação de diferentes serviços, como ambulatorial, comunitário, domiciliar e hospitalar, a fim de garantir uma reabilitação supervisionada e mais eficiente.
A pesquisa se alinha aos objetivos do NIPPIS e do Departamento de Evidências em Saúde (DECIT), que buscam produzir e reproduzir informações e conhecimentos para embasar decisões na área da saúde. A promoção do uso de evidências na tomada de decisão é um desafio que vale a pena enfrentar, e estudos como este são fundamentais para subsidiar a formulação e implementação de políticas específicas no âmbito do SUS, beneficiando a população como um todo.
Para informações mais detalhadas sobre a pesquisa, você pode entrar em contato pelo e-mail nippis@icict.fiocruz.br. Além disso, alguns produtos e resultados relevantes estão disponíveis para acesso, e você pode encontrá-los clicando aqui.
Assista abaixo o vídeo institucional da pesquisa:
Fonte: ASCOM Fiocruz
Foto: Divulgação