O direito à comunicação é uma pedra angular de qualquer sociedade democrática. O acesso igualitário à informação, à expressão e à participação é essencial para garantir que todos tenham voz em questões que afetem suas vidas. Este é um desafio e uma responsabilidade que recai sobre todos nós, independe de idade ou nível de instrução. Só quando valorizamos e defendemos esse direito é que podemos realmente construir sociedades mais justas e inclusivas.
Este foi o tema da palestra que a jornalista Iara Cruz, diretora de Cultura da ABI, apresentou nesta sexta-feira (27) no espaço Geração Flica.
A 11ª edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira – Flica, evento totalmente gratuito, conta com fanfarras de escolas públicas, grupos musicais, exposições, teatro, poesia, e outras ações. A proposta é promover reflexões que mesclam a literatura da Bahia com as mais diversas manifestações culturais e populares.
A cidade é Cachoeira, no Recôncavo baiano, 120 km da capital baiana, Salvador, que este ano tem como tema “Poéticas Afroindígenas no Bicentenário da Independência do Brasil na Bahia”, a Flica reúne debates, apresentações e intervenções artísticas, encontros literários, lançamentos de livros, sessões de espetáculos, contação de histórias, apresentações literárias, exibição de conteúdos audiovisuais e apresentações de filarmônicas, realizada entre os dias 26 e 29 de outubro, deste ano.
Iara Cruz faz questão de dizer que começou no jornalismo pela Revisão, trabalhando como autônoma para várias editoras e no Jornal do Brasil. Com bom humor diz que no copy da Luta Democrática, não a do Tenório, a equipe se divertia fazendo manchetes bombásticas como “Cachorro fez mal à moça”, “Abateu xereca a tiros” e “Eu eu eu Somoza sifu”. Ainda na Revisão e no Copydesk, trabalhou na Última Hora e em O Globo.
Em 1982, largou a revisão e passou a redatora-chefe das Revistas Close e Suite, da Editora Vecchi. Em 1985 começou a fazer reportagens e comentários de Política para a Rádio MEC e Hora do Brasil, período em que foi convidada para a TV Globo, onde desempenhou as funções de editora do RJ3, RJ1 e RJ2. Chefiou pauta e produção dos jornais locais e para a Rede, e foi uma das criadoras do Bom Dia Rio e Globo Comunidade.
Também atuou em Assessoria de Imprensa (Embratel e SBA, entre outras) e de 2008 a 2019 trabalhou na TV ALERJ onde roteirizou, fez matérias especiais, dirigiu o programa Rio em Foco, e documentários voltados para a história política do País.
Entre os Especiais e documentários se destacam: “Brasil Negro, escravidão e preconceito”, “Mulheres Negras”, “História das Constituições Brasileiras – em seis capítulos”, “O Palácio Tiradentes na História do Brasil”, e tantos outros.
Ela aprendeu a fazer TV com João Loredo, produzindo e fazendo assistência de direção para o programa Os Astros, com Grande Otelo.
No teatro, já produziu diversos espetáculos, entre eles, A Morta, de Oswald de Andrade; A Revolta da Cachaça, de Antonio Callado, Pedro e o Capitão, de Mario Benedetti; participou dos grupos Nós é que bebemos, teatro de revista; e, Estúdio 9, teatro infantil. Em Quem tem medo de Nelson Rodrigues, dividiu o texto com Neila Tavares, atuou como atriz e foi a voz da trilha sonora, premiada no Festival de Varadero, Cuba.
O apoio institucional da ABI à Flica, deste ano, é representada pela diretora de Cultura e Lazer, Iara Cruz, com o jornalista Fábio Costa Pinto, representante da entidade no estado da Bahia.
A Flica é referência nas discussões sobre a literatura, em especial na região do Recôncavo. Segundo seus organizadores e curadorias, um dos objetivos é promover uma dinâmica de interação entre os artistas locais, com outros artistas da Bahia, do Brasil e do Mundo, além de fomentar a cadeia produtiva do livro, da cultura, do turismo, da economia criativa/solidária, da sustentabilidade, entre outras vertentes.
A curadoria da Flica, deste ano, é formada por Mírian Sumica, Luciana Brito, Jocivaldo dos Anjos e Clara Amorim (Duca). Nesta edição, a curadoria artística está sendo realizada por André Reis e a curadoria dos Autores Baianos pela professora Dyane Brito. A Coordenação Geral é de Jomar Lima (CALI – Cachoeira Literária) e a Coordenação Executiva é com Vanessa Dantas (Fundação Hansen Bahia).
A FLICA 2023 é uma realização da Fundação Hansen Bahia (FHB) em parceria com a CALI – Cachoeira Literária, com a parceria da TV ALBA, da Prefeitura de Cachoeira, tendo como livraria oficial a LDM, apoio da Fundação Pedro Calmon e da ACELEN. Patrocínio: Governo do Estado da Bahia.
Fonte: Fábio Costa Pinto
Foto: Viviane Gomes