Uma comitiva de 17 embaixadores de países africanos marcaram presença no campus dos Malês da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), na manhã da última terça-feira (21/11). Na ocasião, eles participaram de atividade cultural, conheceram a estrutura do campus localizado em São Francisco do Conde e tiveram acesso a informações sobre os princípios e diretrizes que regem a Unilab, bem como outros dados sobre processo formativo, auxílios estudantis, programa de ações afirmativas, cooperação internacional e cursos ministrados no campus dos Malês. A visita foi uma parceria realizada com a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Bahia e o Escritório do Ministério de Relações Exteriores da Bahia.
“Com essa visita, a Unilab entra na agenda estadual das atividades do Novembro Negro e assume também uma posição de maior protagonismo nessa agenda, considerando que se trata de uma comitiva bastante heterogênea. É também o reconhecimento do importante trabalho que temos feito aqui no âmbito da cooperação internacional no estado da Bahia, a partir do Ensino Superior. Receber esses embaixadores aqui é também ampliar nosso horizonte de inserção nas agendas internacionais do estado e mostrar a nossa potencialidade como universidade pública que está interiorizada mas também é internacional”, contextualiza a diretora do campus dos Malês, Mírian Reis.
Ainda segundo a diretora, a visita partiu também de um interesse dessa comitiva em conhecer uma universidade que recebe estudantes africanos e com abertura para a cooperação. O grupo cumpre uma agenda que inclui visitas a instituições em Salvador, além de participação em seminário sobre políticas públicas de cooperação. Marcaram presença representantes das embaixadas dos países Malawi, Zimbawe, Nigéria, Tanzânia, Guiné-Bissau, Mali, Gabão, Moçambique, Costa do Marfim, Mauritânia, Gana, Namíbia, África do Sul, República do Congo, Togo, Quênia e Camarões.
“A visita do grupo africano a Bahia, como sede da diáspora do Brasil, é um gesto de simbolismo porque é a primeira vez que se unem e articularam agenda. É motivo para a Unilab se sentir orgulhosa de ter sido incluída nesse programa de visita. A expectativa é promover para a comunidade acadêmica – docentes, alunos e servidores – o contato direto no espírito de ancestralidade, com os embaixadores que representam os países africanos aqui no Brasil. E para o Ministério de Relações Exteriores, é uma oportunidade de facilitar esse diálogo entre governantes africanos e a diáspora africana no Brasil, em busca de elementos para fortalecer a política de relações com o continente africano, que já é prioritária”, aponta Celso França Arruda, representante chefe do escritório do Ministério das Relações Exteriores (MRE) na Bahia.
Diretora Mírian Reis (esq.), Celso França, representante do MRE na Bahia e diretora do IHL Eliane da Costa
Também presente na visita de representantes de embaixadas africanas, esteve a coordenadora executiva do Sistema Estadual de Promoção da Igualdade Racial, da Secretaria homônima (Sepromi), Ilza Francisca. “A Unilab nos representa. Costumo dizer que é uma ponta da Sepromi. É uma universidade que faz intercâmbio com países africanos de língua portuguesa e, para nós da Sepromi, que trabalhamos com a igualdade racial, a Unilab é de fato lugar onde devemos estar, lugar que a gente precisa incentivar, precisa reconhecer como espaço de promoção de igualdade racial”, pontua a coordenadora.
A visita dos embaixadores incluiu, também, um diálogo com a comunidade acadêmica do campus dos Malês – estudantes, docentes e técnico-administrativos em educação. Os representantes dos países africanos também puderam conhecer alguns números da atuação do campus baiano da Unilab na formação de estudantes brasileiros e internacionais. A diretora Mírian Reis apontou que o campus dos Malês já formou 936 discentes e possui atualmente 978 estudantes ativos. Entre os discentes africanos, os guineenses formados são em maior número, totalizando 284; atualmente possui 198 estudantes guineenses com matrícula ativa.
O embaixador de Guiné-Bissau N´Bala Alfredo Fernandes, também presente na visita, destacou a importância da formação de estudantes guineenses na Unilab. “Quando pessoas saem daqui é mais um valor acrescentado de recursos humanos, que vão trabalhar com vistas ao desenvolvimento do país [Guiné-Bissau]. E também os estudantes levam consigo uma certa carga cultural brasileira, que pode de forma direta e indiretamente ajudar na multiplicação e na multiplicidade daquilo que são os valores da ancestralidade da língua lusófona do mundo”, aponta o embaixador, que já esteve presente ao campus da Unilab no Ceará e, desta vez, visita o campus da universidade na Bahia pela primeira vez.
Fonte / Fotos: ASCOM UNILAB