Grupo faz turnê de três semanas por Portugal, Espanha e Itália.
O Núcleo Caatinga da Cia Avatar, grupo teatral dirigido por Paulo Atto na cidade de Irecê, sertão baiano, viaja para a Europa no próximo dia 10 de junho para uma turnê de três semanas por Portugal, Espanha e Itália. Na agenda a apresentação do espetáculo “A Experiência”, dirigido por Atto e formado por jovens atores das cidades de Irecê e João Dourado, que representará o Brasil na quarta edição do Ciclo Mimesis de Teatro e Artes Performativas da Universidade de Coimbra-UC, em Portugal, maior evento de teatro promovido pela UC. “A Experiência” se apresentará no Teatro Paulo Quintela no dia 14 de junho, às 21h e no dia 15 de junho o diretor Paulo Atto e seus atores realizam um workshop com atores portugueses.
Além da participação no Mimesis o Núcleo também apresentará o espetáculo solo “A Travessia do Grão Profundo”, texto e direção de Paulo Atto com o ator Mozar Primo e desenvolverá atividades formativas em cidades da Espanha e Itália. Compõe o elenco do Núcleo: Adson Medeiros, Karen Rodrigues, Ludmila Salustiana, Marcelo Jesus, Mozar Primo, Pablo Maia, Samara Alcantara e Sócrates Júnior.
O Núcleo também está promovendo uma campanha de financiamento público através de doação, uma vaquinha online. Qualquer pessoa pode doar através de pix para colaborar com o grupo na Turnê. O pix está na página do Instagram do Núcleo Caatinga: @nucleocaatinga. PIX: 07084426000110.
Universidade de Coimbra – O convite para um grupo de teatro do interior da Bahia estar no festival se reveste ainda de maior importância pela instituição que é a Universidade de Coimbra, declarada em 2013 Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO e com intensas relações históricas com o Brasil. O vice-reitor de Cultura e Ciências Abertas, Prof. Delfim Leão, afirma sobre a participação do Núcleo no Ciclo Mimesis: “Tendo a Universidade de Coimbra como um dos seus pilares agregadores a troca intercultural entre povos e comunidades, reveste-se de especial interesse para a instituição o projeto “A Experiência – Horizontes do Tempo”, atendendo ao seu objetivo geral de transmissão de conhecimento sobre o património histórico-cultural e social da Bahia.”
O Ciclo de Teatro e Artes Performativas — Mimesis, no qual A Experiência se apresentará, inscreve-se na estratégia de programação cultural anual da Reitoria da Universidade de Coimbra, fundada nas ideias de valorizar a criação e a prática artísticas, promover a investigação especializada, aprofundar a formação e qualificação na área das artes (teatro, dança, performance) e contribuir para a diversidade e qualidade da programação cultural.
Núcleo Caatinga da Cia Avatar – O Núcleo Caatinga foi criado como um espaço de capacitação de atores e produção de espetáculos entre 2009 e 2011, no âmbito dos Encontros de Arte e Cultura Popular de Irecê e se fortaleceu com o surgimento do Festival de Teatro da Caatinga, em 2012. O Núcleo Caatinga é mantido pela CIACEN – Associação Centro Internacional Avatar de Artes, ONG com larga atuação na Bahia e região de Irecê que realiza o Festival de Teatro da Caatinga, que este ano cumprirá sua sétima edição, consolidando-se como o único festival internacional de teatro do interior da Bahia.
A montagem “A Experiência – Horizontes do Tempo” é o espetáculo final do curso de formação dos atores realizado entre junho de 2022 e janeiro de 2023, que integra cenas a partir de textos de Sófocles, W. Shakespeare, Heiner Muller e Antonin Artaud, onde os atores e atrizes se revezam através de diversos personagens. A ideia geral é discutir a nossa realidade a partir da representação de textos clássicos numa montagem com forte conteúdo imagético que, segundo o diretor Paulo Atto, “mergulha na poesia visual sugerida pelos textos e pelos corpos dos atores como signos em ação”, a montagem impacta o público sugerindo possibilidades de leituras em várias camadas e profundidades.
O diretor, também dramaturgo, realiza uma série de operações intertextuais e acrescenta diálogos, funde falas de diferentes personagens e recria cenas produzindo encontros inesperados, como o Hamlet shakespeareano contracenando com um Hamlet revolucionário, inspirado em H. Muller.
Embora formado por cenas de obras tão distintas no tempo e no espaço, o espetáculo vai articulando as diversas cenas como uma fábula sobre nosso tempo, suas incertezas, a simultaneidade dos fatos, a fugacidade do tempo para tentar compreender a nossa tão complexa e fragmentada realidade a partir de horizontes temporais tão diversos que vão da Antiguidade ao século XX.
Fonte: Assessoria de Imprensa – Doris Pinheiro
Foto: André Alves