Evento em São Paulo condecorou oito heróis olímpicos, que imortalizaram suas histórias na galeria de lendas do esporte nacional.
Grandes nomes do esporte brasileiro foram eternizados em um evento de gala que celebrou o Hall da Fama do Comitê Olímpico Brasileiro. Na última quinta-feira (18), o Espaço Villagio JK, em São Paulo, recebeu os mais recentes homenageados do Hall da Fama do COB em uma noite repleta de muita emoção e reverência aos feitos das lendas do esporte nacional.
Neste evento do Hall da Fama, que a partir de agora passa a ser anual, foram condecorados oito heróis do esporte brasileiro, a maioria deles da última turma, eleita em 2022: Manoel dos Santos (natação), Marcelo Ferreira (vela), Melânia Luz (homenagem póstuma – atletismo), Renan Dal Zotto (vôlei), Ricardo Prado (natação), Walter Carmona (judô) e Yane Marques (pentatlo moderno). Todos eles gravaram as suas mãos em uma placa e imortalizaram seus nomes nesse espaço exclusivo aos ídolos do esporte nacional. Além deles, Zagallo, do futebol, eleito em 2020, recebeu uma homenagem em vídeo, que registrou o momento da imortalização dos pés do tetracampeão mundial no Hall da Fama do COB este ano.
“É importante ressaltarmos as referências do esporte que fizeram história no movimento olímpico brasileiro. Estar em uma noite de celebração aos ídolos é motivo de grande orgulho para nós. Os homenageados marcam seus nomes na eternidade do esporte nacional, algo que, para o COB, simboliza o legado permanente das conquistas esportivas desses imortais atletas”, ressaltou Paulo Wanderley, Presidente do Comitê Olímpico do Brasil.
“O Hall da Fama do COB foi criado para perpetuar a memória dos nossos atletas que fizeram história no cenário esportivo nacional e internacional. Celebrar com eles este momento, em uma noite especial como esta, é ter a certeza de que os heróis brasileiros eternizam suas histórias para os amantes do esporte”, endossou Rogério Sampaio, diretor-geral do COB, campeão olímpico de judô e membro do Hall da Fama da entidade.
Os oito homenageados da noite se uniram aos outros 25 nomes que estão imortalizados no Hall da Fama desde a criação do programa, em 2018. Ao todo, já foram 35 personalidades indicadas para o Hall da Fama, uma iniciativa que veio para exaltar e enaltecer a história olímpica brasileira, além de fazer memória dos nossos grandes heróis.
Abaixo, uma biografia dos homenageados no evento do Hall da Fama deste ano:
Manoel dos Santos
Manoel dos Santos é natural de Guararapes, no interior de São Paulo. O nadador estreou em Jogos Pan-americanos aos 16 anos na Cidade do México, em 1955. Na única edição de Jogos Olímpicos que disputou, Roma 1960, Manoel conquistou a medalha de bronze nos 100m livre em uma disputa emocionante, na qual chegou a liderar a prova. Um ano depois, no Rio de Janeiro, Manoel dos Santos quebrou o então recorde mundial dos 100m livre ao cravar o tempo de 53s60, marca que durou três anos.
Marcelo Ferreira
Marcelo Ferreira começou a velejar na adolescência, no Iate Clube Brasileiro, em Niterói (RJ). Em 1988, iniciou uma parceria vitoriosa com Torben Grael na classe Star. Juntos, eles disputaram quatro edições dos Jogos Olímpicos, sendo a primeira em Barcelona 1992. Nas três seguintes a dupla conquistou dois ouros e um bronze. Após Atenas 2004, Marcelo se dedicou à vela oceânica e ao trabalho como empresário.
Melânia Luz
Melânia Luz foi a primeira mulher negra a defender o Brasil nos Jogos Olímpicos. Competiu nos 200m e no revezamento 4x100m em Londres 1948 e chegou às semifinais em ambas as provas do atletismo. Na disputa por equipes, o quarteto feminino brasileiro cravou 49s, marca que viria a ser homologada como novo recorde sul-americano. Em Jogos Sul-americanos, Melânia conquistou duas pratas e um bronze nas edições de Santiago 1947 e Lima 1949.
Renan Dal Zotto
Renan foi um dos pilares da equipe que conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos Los Angeles 1984. O ponteiro disputou também as edições de Moscou 1980 e Seul 1988. Foi vice-campeão mundial em Buenos Aires 1982 e tem três medalhas em Jogos Pan-americanos (ouro em Caracas 1983, prata em San Juan 1979 e bronze em Indianápolis 1987). Em 2015, foi incluído no Hall da Fama da modalidade. Como técnico da seleção brasileira masculina tem como principais feitos a prata no Campeonato Mundial de 2018 e os títulos da Copa do Mundo de 2019, da Copa dos Campeões e da Liga Mundial de 2017.
Ricardo Prado
Ricardo Prado pode ser considerado um fenômeno da natação brasileira. Aos12 anos, já integrava a seleção brasileira de base e aos 14 participou de sua primeira competição na adulta: os Jogos Pan-americanos San Juan 1979. Aos 15, estreou em Jogos Olímpicos em Moscou 1980. Dois anos mais tarde, Pradinho, como era chamado, quebrou o recorde mundial dos 400m medley. Sua trajetória como atleta foi coroada em Los Angeles 1984, quando conquistou a medalha de prata olímpica.
Walter Carmona
Walter Carmona nasceu em São Paulo e começou a carreira no judô aos seis anos de idade. Pela seleção brasileira, além de ter sido campeão pan-americano e sul-americano, Walter foi medalha de bronze no Mundial de Judô de Paris 1979 e logo em seguida participou dos Jogos Olímpicos Moscou 1980. Quatro anos mais tarde, em Los Angeles 1984, conquistou a medalha de bronze na categoria até 86kg. Nos Jogos Olímpicos Seul 1988, o judoca teve a honra de ser o porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura.
Yane Marques
Yane Marques é natural de Afogados da Ingazeira, sertão de Pernambuco. Começou a carreira na natação, no Recife, e migrou para o Pentatlo Moderno em 2003, aos 19 anos. Pouco tempo depois sagrou-se campeã pan-americana nos Jogos do Rio 2007. Yane participou dos Jogos Olímpicos Pequim 2008 e, na sequência, conquistou a única medalha olímpica das Américas no Pentatlo Moderno: o bronze nos Jogos Olímpicos Londres 2012. Ela ainda tem no currículo uma prata no Mundial de Kaohsiung 2013 e um bronze no Mundial de Berlim 2015, além de ter sido a porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016.
Zagallo
Mario Jorge Lobo Zagallo é o único tetracampeão mundial de futebol no mundo. Como jogador esteve nas duas primeiras conquistas do Brasil, na Suécia, em 1958, e no Chile, em 1962. Foi o técnico do tricampeonato no México, em 1970, e coordenador técnico da Seleção no tetra, nos Estados Unidos, em 1994. Também foi o técnico brasileiro na conquista do bronze olímpico em Atlanta 1996.
Fonte: ASCOM CBDA
Foto: William Lucas/COB