As equipes de Neurocirurgia e Cirurgia Ortopédica do Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC) realizaram com sucesso mais um procedimento inédito no Estado, completamente custeado pelo SUS.
Foi a primeira vez que essa intervenção cirúrgica foi realizada na Bahia. Antes disso, apenas duas capitais do Nordeste notificaram esse tipo de procedimento, sendo elas Recife e Fortaleza.
A cirurgia, que custa em média 40 mil reais, foi realizada para tratar um paciente com lesão grave e completa do plexo braquial, uma estrutura complexa responsável pela movimentação e sensibilidade dos membros superiores.
Há cerca de um ano, o paciente, de 26 anos, sofreu uma lesão grave devido a um acidente de motocicleta. As opções de tratamento disponíveis até então não ofereciam uma recuperação satisfatória para a condição do paciente. Por conta do tempo desde a lesão, houve atrofia total da musculatura do braço. Neste caso, a única forma possível de restabelecer parcialmente a função do membro foi realizar um implante do músculo grácil, que é localizado na parte interior da coxa, para o braço, no intuito de restaurar a função do bíceps braquial.
De acordo com os médicos responsáveis, Albercio Brito, ortopedista especialista em cirurgia de mão, e o neurocirurgião Iogo Henrique, “a complexidade do procedimento consiste em realizar a nova conexão dos vasos sanguíneos e nervos do músculo usado, pois esses vasos são menores de um milímetro. A escolha do músculo para ser transferido precisa ser um compatível com o lugar e função onde será implantado e não ser funcionalmente importante para que não deixe limitações no membro de onde foi retirado”, apontam os médicos.
O Complexo Hospitalar de Vitória da Conquista (CHVC) já é consolidado como referência em alta complexidade no interior da Bahia. O sucesso nessa área se explica pelos modernos equipamentos cirúrgicos e um corpo clínico de excelência técnica.
Além da equipe multidisciplinar, que conta com colaboração entre diferentes especialidades médicas e o potencial de avanços na microcirurgia, o CHVC dispõe de equipamentos de altíssima precisão que possibilitam a realização de técnicas como essa, em que utiliza-se microscópios binoculares para obter uma visão ampliada e detalhada da área a ser operada.
A cirurgia teve duração de seis horas e o paciente apresentou uma ótima evolução. Os médicos enfatizam que é necessário ainda um longo período de reabilitação para desenvolver toda a potencialidade do músculo implantado no braço.
Fonte / Foto: Ascom do HGVC