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Infectologista baiano disputa semifinal de prêmio internacional para inovações na área de saúde

Carlos Roberto Brites Alves, infectologista, pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e Editor Chefe do The Brazilian Journal of Infectious Diseases, está entre os semifinalistas do Prêmio Euro, que reconhece inovações na área médica. O médico apresentou um teste rápido para detectar o tipo 1 do vírus HTLV. A escolha dos finalistas acontecerá no dia 28 de junho, através de votação online de médicos dos países participantes.

O Prêmio Euro busca dar visibilidade e apoiar projetos transformadores para a medicina. Serão 12 iniciativas vencedoras. Dessas, 11 receberão prêmios de 50 mil euros, e a Iniciativa Destaque levará 500 mil euros. 

Brites conheceu o prêmio enquanto buscava formas de conseguir recursos para o projeto ao qual tem se dedicado: um teste rápido para o vírus HTLV-1. O HTLV é um retrovírus que afeta células de defesa do organismo humano. Da mesma família que o HIV, a doença não tem cura, mas existe tratamento. 

Segundo Brites, o teste rápido é uma maneira de garantir o diagnóstico precoce e que o tratamento comece mais cedo, ainda nos estágios iniciais. O infectologista afirma que, antes do seu, não existia nenhum projeto de teste rápido para a HTLV.  “A HTLV é uma doença negligenciada. Embora tenha entre 10 e 20 milhões de pessoas infectadas no mundo inteiro, é uma doença invisível até para boa parte da população médica”, diz.

Entre os principais meios de transmissão, estão relações sexuais sem proteção, compartilhamento de agulhas e seringas e a transmissão vertical, ou seja, da mãe infectada para o filho, durante a amamentação. 

Atualmente, a Bahia é um dos únicos estados que realizam testagem de HTLV como parte do pré-natal, de acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Quando a doença é detectada, o ideal é que o aleitamento seja suspenso. Entretanto, a falta da existência de um teste rápido distribuído pelo Sistema Único de Saúde em todo o país ainda dificulta essa triagem.  

“Nós desenvolvemos um teste simples, como os habituais, de detecção de anticorpos contra a HTLV por uma gota de sangue. É simplesmente pingar umas gotinhas e esperar 15 minutos e nós temos um diagnóstico. Esse teste se mostrou extremamente preciso, nós conseguimos detectar 100% das amostras. E ele se mostrou muito específico também. Em 98% dos casos, quando ele dizia que era HTLV, era mesmo”, conta Brites.

Uma pesquisa realizada pela Fiocruz apontou a Bahia como o estado com maior taxa de infecção de HTLV do país. O estudo, que analisou amostras de 2004 a 2013, apontou uma média de casos positivos de 14,4 por 100.000 habitantes em todo o estado. De acordo com o último boletim epidemiológico de HTLV da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), em 2021 foram notificados 463 casos no estado.

Fonte: Alô Alô Bahia | Foto: Paula Fróes/CORREIO

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