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Ireuda Silva comenta o 13 de Maio: “Liberdade incompleta e ainda negada para muitos”

Neste 13 de Maio, data que marca oficialmente a abolição da escravidão no Brasil, a vereadora Ireuda Silva (Republicanos), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e vice-presidente da Comissão de Reparação, reforça que a libertação formal dos negros e negras em 1888 não significou inclusão plena, dignidade ou reparação.

“A abolição foi um passo importante, mas incompleto. O povo negro, após a Lei Áurea, foi abandonado à própria sorte, sem acesso à terra, à educação, ao trabalho digno. E até hoje enfrentamos os reflexos desse abandono. O 13 de Maio não é só sobre o fim oficial da escravidão, é sobre o que não foi feito depois dela”, pontua a vereadora.

Fábrica clandestina com trabalhadores em condições análogas à escravidão
Ireuda cita como exemplo do racismo estrutural persistente no Brasil a operação da Polícia Federal realizada recentemente no Rio de Janeiro. Em Vigário Geral, zona norte da capital fluminense, foi descoberta uma fábrica clandestina de cigarros falsificados com 22 trabalhadores paraguaios em condições análogas à escravidão.

“Quando vemos casos como esse, entendemos que a escravidão não foi completamente erradicada, apenas mudou de forma. Essas pessoas foram tratadas como mercadoria, submetidas a exploração extrema em pleno século XXI. Isso é resultado de um sistema que naturalizou a desumanização dos mais vulneráveis, especialmente quando são negros, indígenas ou estrangeiros pobres.”

Para a vereadora, o combate à escravidão contemporânea precisa ser prioridade, e exige fiscalização, punição aos responsáveis e proteção às vítimas.

Racismo cotidiano
Outro caso que, segundo Ireuda, exemplifica o racismo estrutural ainda presente na sociedade brasileira foi o relato do jornalista Felipe Oliveira, da TV Bahia. Em uma publicação nas redes sociais, ele denunciou que, ao chegar para uma entrevista em um prédio de classe média alta na Pituba, foi confundido com um prestador de serviço, apesar de estar formalmente vestido.

“Esse tipo de racismo é sutil, mas profundo. Está nas suposições automáticas, na forma como o corpo negro é lido em espaços elitizados. A pergunta ‘é serviço?’ revela muito mais do que parece. Revela o quanto ainda é estranho para alguns verem um negro exercendo uma função de prestígio ou simplesmente circulando com liberdade”, afirma Ireuda.

“13 de Maio é alerta, não celebração”
Para concluir, Ireuda Silva defende que o 13 de Maio seja encarado como um marco de luta contínua pela verdadeira emancipação do povo negro.

“Não podemos romantizar a assinatura de uma lei que não foi acompanhada de justiça. O Brasil ainda deve muito à sua população negra. Devemos lembrar que liberdade de verdade inclui oportunidade, respeito, dignidade. Nossa missão é seguir lutando até que essa liberdade seja para todos.”

Fonte / Foto: Ascom ver Ireuda Silva – Republicanos

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