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Julho das Pretas: eventos municipais discutem trajetória e desafios das mulheres negras em Salvador

Com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), a Associação de Terreiros da Bahia Egbé Axé promove a 12ª edição do Prêmio Mulheres Negras Contam Suas Histórias a partir das 18h desta quinta-feira (25). O evento reconhece e celebra a força, a trajetória e o impacto de mulheres negras em suas comunidades e na sociedade como um todo.

A noite de gala será realizada no salão nobre da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, no Terreiro de Jesus, Pelourinho. Dentre as 12 mulheres negras homenageadas desta edição está a diretora de cultura da Secult, Maylla Pitta, pelo destaque como produtora cultural e por ter liderado ações importantes na pasta, a exemplo do Festival Salvador Capital Afro. As demais foram reconhecidas pela atuação e impacto que gera na vida das pessoas e da comunidade, órgão ou entidade na qual atua.

A abertura do evento ficará a cargo do grupo Ogãs Unidos, com toque de atabaque em referência a todos os orixás, Jau e apresentações de Babazinho de Oxaguian, Zuleica Gonçalves, Genny Dantas e Kangerê de Sinhá. O acesso ao evento será mediante doação de 400 gramas de leite em pó e está sujeito à lotação. O alimento será destinado a instituições filantrópicas que atendem mulheres e crianças.

A premiação busca valorizar a mulher negra e construir uma sociedade mais justa e igualitária. As mulheres homenageadas receberão um troféu inspirado na entidade negra feminina e idealizado pelo produtor cultural Nego Pimentel. A estimativa é de que 300 pessoas participem da premiação.

“Esse prêmio vem para enriquecer, empoderar, mobilizar e dizer à sociedade que a mulher preta tem o seu lugar, que nós estamos aqui fazendo esse prêmio porque, antes de nós, vieram muitas outras. Eu só tenho que agradecer à ancestralidade por estar neste local de poder reverenciar as nossas mulheres em vida e dar exemplo às nossas jovens para dizer que podemos chegar a algum lugar, estar sempre em locais de relevância à mulher preta”, afirma Mãe Diana D’Oxum, presidente da Associação de Terreiros da Bahia Egbé Axé.

Outros eventos – Como parte das iniciativas em celebração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e também ao Dia Municipal da Mulher Negra, no dia 25 de julho, a Prefeitura de Salvador realizará, nessa data, outros dois importantes eventos que destacam as lutas e conquistas das mulheres negras no combate ao racismo e discutem ações de ampliação dos direitos e melhorias das condições de vida dessas mulheres.

A Secretaria Municipal da Reparação (Semur) realiza, em parceria com a Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), o Mulheres Negras III no Hotel Mercure, no Rio Vermelho. O evento institucional busca instrumentalizar servidoras e servidores para o enfrentamento ao racismo e contribuir para o alcance das metas do estabelecidas no Planejamento Estratégico da Prefeitura (2021-2024) e no Plano Municipal do Programa de Combate ao Racismo Institucional (PCRI).

“A atividade incorpora uma menção às mulheres negras que movem o mundo a partir da sua atuação na Prefeitura do Salvador e está na terceira edição com este formato”, conta a secretária da Semur, Ivete Sacramento.

Saúde – A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) também promove uma programação especial em alusão ao Julho das Pretas, com diversas atividades voltadas para a saúde das mulheres soteropolitanas, intensificando a visibilidade das necessidades específicas das mulheres negras. Na terça-feira (23), foi a vez de uma roda de conversa, organizada pelo Distrito Sanitário de Pau da Lima, com reflexões baseadas na obra de Lélia Gonzalez, com foco no tema “A gente nasce preta, mulata, parda, marrom, roxinha, dentre outras, mas tornar-se negra é uma conquista!”.

A atividade reuniu mulheres de várias áreas para discutir sobre a saúde e desafios da mulher negra na capital baiana. Para a gerente da USF Pau da Lima, Adriana Macedo, de 44 anos, essa ação visa refletir o acolhimento de muitas mulheres que vivem na periferia, em situação de vulnerabilidade, e que têm dificuldade de ocupar espaços de poder. “É uma abertura de mente, uma abertura de espaço, um momento de conversação e de troca de vivência”, disse.

Participante da ação, a técnica de enfermagem Claudia dos Santos, de 53 anos, declarou que a reunião foi muito importante para discutir o papel da mulher negra dentro do sistema público de saúde. “A gente troca experiências, fortalecendo o conhecimento que vamos levar para o setor de trabalho, para a unidade de saúde e, por consequência, para a população”, afirmou.

Também nesta quinta-feira (25), a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) vai promover o Seminário Julho das Pretas 2024, com uma discussão sobre os Impactos do Racismo na Saúde da Mulher Negra. O evento, voltado para trabalhadores e profissionais da SMS, ocorrerá das 8h às 12h na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, no Cabula.

Na sexta-feira (26) pela manhã, a equipe de Saúde Coletiva da População Negra do Distrito Sanitário Rio Vermelho, com apoio de profissionais da Unidade de Saúde da Família (USF) Menino Joel, realizam Oficina sobre Saúde da População Negra, na Escola Bernardino Moreira, no Nordeste de Amaralina.

No sábado (27), diversas unidades de saúde abrirão as portas para o “Dia D” do Julho das Pretas, oferecendo uma gama de serviços específicos para as participantes, desde consultas médicas até oficinas de empoderamento e cuidados pessoais.

Em Sussuarana, a partir das 8h, as unidades de saúde se unem para um evento especial na Unidade de Saúde da Família (USF) Raimundo Agripino, com uma programação intensa que inclui consultas médicas, oficinas de turbante e trancista, palestras sobre direitos e reparação social/racial, reforçando a busca pelo bem-estar e a valorização da mulher preta na comunidade. 

Fonte: SECOM PMS
Foto: Otávio Santos

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