A Assembleia Legislativa realiza nesta quinta-feira (29) uma sessão especial em alusão ao centenário de nascimento do cantor e compositor brasileiro Oscar da Penha, popularmente conhecido como Batatinha, um dos maiores expoentes na história do samba da Bahia. A homenagem, proposta pela deputada Fabíola Mansur (PSB) ocorre a partir das 15h, no Plenário Orlando Spinola da Assembleia Legislativa.
“Uma honra homenagear o grande compositor baiano Batatinha aqui na Casa do Povo. Todos os vivas e aplausos de pé para esse mestre que embelezou nossa Bahia. Na dor e na alegria, Batatinha fez o samba ecoar em suas lindas canções, com muita diplomacia, e tomar conta da nossa alma e do nosso coração”, afirmou Fabíola.
Batatinha, caso ainda fosse vivo, completaria 100 anos no dia 5 de agosto de 2024. Segundo Fabíola, o apelido foi dado por Antônio Maria, na apresentação para o programa Campeonato do Samba, da Rádio Sociedade: “Com vocês, Oscar da Penha, o Batatinha”, anunciou o jornalista, que depois explicou: “Fica todo mundo te chamando de Vassourinha, por causa do samba. Vassourinha é lá em São Paulo, rapaz. Aqui temos o Batatinha”.
Ainda de acordo com Fabíola Mansur, Batatinha faleceu em 3 de janeiro de 1997, mas deixou um importante legado. Teve suas músicas gravadas por Jamelão, Nora Ney, Tião Motorista, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Chico Buarque, Jussara Silveira e outros renomados artistas.
“Batatinha fez parte da galeria reservada aos imensos. Amigo e parceiro dos compositores Riachão, Panela, Edil Pacheco e Ederaldo Gentil, com os quais formou o quinteto sagrado do samba da boa terra, Seu Oscar nunca conseguiu viver de música”, afirmou a deputada.
“Gráfico por profissão, Batatinha trabalhou até se aposentar das linotipos do Diário de Notícias, em Salvador”, contou a deputada. Segundo ela, Batatinha, em sua última entrevista, publicada no ano de sua morte na Revista da Bahia, disse que começou a compor e a cantar quando ouviu, pela primeira vez, um samba de Vassourinha e teve a certeza de que não pararia mais quando começou a sentir as fortes influências do samba carioca: “O samba carioca era o que a gente mais ouvia. O que poderíamos fazer se nós não gravávamos? A gente tinha que seguir a malandragem carioca. Depois, caí fora daquelas influências todas, né? Me personalizei”.
Fabíola Mansur lamentou que os discos de Batatinha: Samba da Bahia, 1973, Toalha da Saudade, 1976, e Batatinha, 50 Anos de Samba, 1993, estejam fora de catálogo, “para tristeza e indignação geral”.
Fonte / Foto: ASCOM ALBA