Livro de estreia da jornalista e escritora Fernanda Carvalho celebra é uma narrativa delicada sobre o nascimento
Um livro sobre o nascer. Sobre as dores e os momentos intensos e felizes protagonizados por toda mulher que se aventura na transformadora jornada da maternidade. Foi com a mesma expectativa da chegada de um filho que a jornalista baiana Fernanda Carvalho anunciou o lançamento do seu primeiro livro. O projeto acalentado durante mais de 18 anos, desde que deu à luz a seu primogênito, foi lançado no mercado literário pela Editora InVerso em maio de 2022 e segue inspirando mulheres a viver da forma mais natural e plena o momento do parto.
O livro A Luz da Maternidade, Relatos de Parto Sem Dor Conduzidos por Gerson de Barros Mascarenhas é uma homenagem póstuma ao obstetra, que a conduziu e orientou rumo ao parto natural, sem anestesia e sem dor. “Ele não fez o parto dos meus filhos, mas marcou definitivamente a chegada de Lucca e João Pedro ao mundo”, destaca a autora.
O obstetra baiano tinha 90 anos, Fernanda apenas 25 quando foi apresentada ao método do Parto Sem Dor. “Apesar de palavras de desestímulo e até chacota, acreditei que parir sem sofrimento era possível desde o primeiro momento. E isso fez toda a diferença. Busquei conhecimento, li muito, fiz os exercícios recomendados. Conhecimento é poder, também na hora do parto. A sensação de plenitude que vivenciei no nascimento dos meus dois filhos foi indescritível. Minha gratidão a ele é infinita”, acrescenta.
A biografia do médico narrada pela escritora nas páginas do livro A Luz da Maternidade é apenas um fio condutor, costurado por relatos de mulheres atendidas por ele e que endossam o coro em defensa do parto natural. “Quando tive o privilégio de conhecê-lo não podia imaginar a grandiosidade daquela história de vida que se desnudou para mim nas quase cem entrevistas que realizei ao longo da pesquisa para elaboração do livro”, comenta a autora que é formada em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e atua no mercado de comunicação corporativa há 15 anos. O livro, que está no top de vendas na categoria adulto da editora Inverso desde o lançamento, pode ser adquirido na Amazon ou através do site www.aluzdamaternidade.com.br com entrega para qualquer lugar do país. “É uma grande conquista saber que essa mensagem está circulando e encorajando mulheres a refletir sobre este momento único que é o parto compartilhado tudo que aprendi com Dr. Gerson”.
Cristina Jones, publisher da Editora InVerso, acolheu o projeto gestado pela escritora há 18 anos com uma atmosfera de gratidão e gentileza, destacando a importância do livro no mercado editorial. “Em um momento em que estamos falando tanto de violência obstétrica, de agressões às mulheres, trazer luz à maternidade é um bálsamo. Quantas não abdicaram do sonho materno por conta desses medos e preconceitos de que a dor do parto é terrível?”, questiona.
Falar de mãe é ressignificar o nascimento, o momento precioso de chegada de uma nova vida. “E o livro foi escrito com muito carinho e acolhimento”, destaca Cristina, reforçando que a publicação não deve ser lida apenas por mulher que vivenciam ou planejam a maternidade. “Não só mulheres, gestantes e mães devem ler, mas também companheiros, médicos e todos que trabalham na assistência ao parto. A jornada materna deve ser coletiva. Precisamos entender e ampliar essa leitura para todos os horizontes”, reforça.
Parir hoje é ato de resistência
A autora de A Luz da Maternidade destaca que o livro não é uma bandeira “anti-cesárea” mas, sim, um convite para uma necessária reflexão sobre as vantagens do parto natural que oferece menores riscos para a mãe e o bebê. “Aprendi com Dr. Gerson que a cesariana é um excelente recurso, desde que realmente necessário. Se há algo que impede que o bebê chegue ao mundo pelas vias naturais, o parto cirúrgico salva vidas! Eu tive a felicidade de viver o parto normal com plenitude, mas é triste ver que, o que deveria ser natural, hoje é a exceção. As mulheres que desejam partos naturais têm que lutar muito para vencer a resistência do sistema, da família, dos amigos e até da classe médica. E essa pressão pela cesariana nem sempre é colocada de forma explícita. Então, muitas mulheres que querem parto natural acabam não conseguindo. Parir hoje é ato de resistência”, contextualiza Fernanda.
Sobre Gerson de Barros Mascarenhas – À luz da sensibilidade, gerações de baianos chegaram ao mundo pelas mãos amorosas do obstetra Gerson de Barros Mascarenhas. Através de exercícios de consciência e técnicas de respiração e relaxamento, ele ensinava mulheres, de todas as classes sociais, a parir sem sofrimento muito antes do termo parto humanizado virar moda. Além da destacada trajetória profisisonal, lutou pelo respeito à vida também na cena política. Acusado de comunista, foi preso na ditadura e defendido, à época, por Irmã Dulce, que tinha convocado o médico espírita para ser diretor do seu hospital filantrópico. À frente da Associação Bahiana de Medicina deu importante contribuição para o movimento de renovação médica no estado.
Fonte: Frente & Verso Comunicação Integrada
Foto: Divulgação