Salvador ganhou esta semana um Meliponário Municipal, instalado pela Prefeitura no Jardim Botânico, na Avenida São Rafael, em São Marcos. O ateliê, intitulado “A Trilha das Abelhas”, é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Sustentabilidade e Resiliência (Secis) e representa um acréscimo aos roteiros já existentes no Jardim Botânico. O local estará aberto para visitação pública durante o horário de funcionamento do parque, das 8h às 17h.
O espaço abriga dez caixas de abelhas de cinco espécies nativas da Mata Atlântica, todas sem ferrão. De acordo com o secretário da Secis, Ivan Euler, a maioria das abelhas do Brasil pertence a essa categoria, enquanto as com ferrão geralmente são de origem estrangeira.
“Os visitantes podem comparecer sem preocupações ou preconceitos, pois as abelhas não representam nenhum perigo para nós, a população. Este é um espaço destinado a educar o público sobre a espécie e sobre a conscientização ambiental”, enfatiza.
O diretor João Resch, do Sistema de Áreas de Valor Ambiental e Cultural (Savam), do qual o Jardim Botânico faz parte, destaca que o público infantojuvenil é um dos principais alvos da atração. “As crianças terão a oportunidade de aprender desde cedo sobre a importância das abelhas. Teremos um agendamento especial para escolas, com o acompanhamento de um técnico que guiará os visitantes, demonstrando e explicando todos os detalhes”, esclarece.
O nutricionista e apicultor Daniel Keiji considera a interação com as abelhas como algo terapêutico. “Costumo dizer que o local onde criamos as abelhas é um ambiente de cura. É fundamental promover uma alfabetização ecológica, tanto para adultos quanto para crianças, a fim de reconectar-nos com a natureza. Muitas vezes, desconhecemos a importância das abelhas, e é necessário preservar e divulgar esse conhecimento e cultura de forma coletiva”, complementa.
Biodiversidade – As abelhas desempenham um papel crucial na produção de alimentos e na saúde do planeta, pois cerca de 70% dos alimentos que consumimos dependem de sua polinização. As abelhas sem ferrão, do grupo Meliponini, polinizam diversas espécies vegetais, tanto cultivadas quanto nativas. Além de produzir mel e própolis, que são considerados superalimentos e medicamentos naturais, essas abelhas desempenham um papel ecológico fundamental na perpetuação das espécies vegetais.
O meliponário é um espaço dedicado à criação e manejo dessas abelhas com objetivos econômicos, além de promover a educação ambiental, sensibilizando a população sobre a importância das abelhas, as ameaças que enfrentam e incentivando a criação de políticas públicas para a sua conservação.
Fonte: SECOM PMS
Foto: Bruno Concha