Atividade foi conduzida pela gestora cultural Ninfa Cunha na manhã da última quarta-feira (25)
O Memorial da Câmara Municipal de Salvador realizou, na manhã desta quarta-feira (25), a Oficina de Sensibilização do Atendimento a Pessoas com Deficiência em Instituições Museais. A atividade, dirigida à equipe de colaboradores do Memorial e interessados no tema, orientou sobre as melhores formas de abordagem na recepção de pessoas com deficiência em instituições culturais.
Ministrada pela gestora cultural Ninfa Cunha, que é cadeirante, a oficina integra a 18ª Semana da Primavera nos Museus, mobilizada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).
“Essa oficina integra a programação da Semana Primavera dos Museus, mobilizada pelo Ibram, que acontece todos os anos. Essa é a 18ª edição e tem como tema ‘acessibilidade nos museus’. A ideia é pensar estratégias para tornar os espaços museais, espaços de memória, mais acessíveis para todos, incluindo o público de pessoas com deficiência (PCD)”, explicou Mirnah Leite, analista do Centro de Cultura da Câmara.
“Pensamos na oficina como uma forma de preparar para o atendimento a pessoas com deficiência. As atividades propostas fazem o público participante passar por desafios constantes na vida de uma pessoa com deficiência. A oficina, que é aberta ao público, foi direcionada principalmente para nossos colaboradores, servidores e estagiários, com dinâmicas que fazem a gente se colocar lugar do público PCD e vivenciar essa experiência para atender melhor as pessoas com deficiência”, acrescentou.
Mirnah Leite concluiu dizendo: “Ao se pensar na questão da acessibilidade para o público com deficiência, existem várias camadas, a camada física, que aborda adaptações, como rampas, barras de acesso e elevadores. E existem outras camadas, com a comunicação, por exemplo. Quem nunca precisou lidar com o público PCD pode não saber como agir, pode não conhecer a melhor forma de abordagem e, assim, não conseguir prestar o atendimento correto”.
Autodescrição
Antes de iniciar sua fala, Ninfa Cunha, palestrante e gestora cultural, fez uma autodescrição detalhada e comentou a importância dessa prática para ampliar a acessibilidade: “A autodescrição fornece as informações que as pessoas sem deficiência visual absorvem automaticamente. Para se autodescrever a pessoa deve, além da apresentação básica, com nome, idade, gênero e etnia por exemplo, mencionar atributos físicos, cor da pele, estatura, olhos, cabelos e algumas características marcantes, como o uso da cadeiras de rodas”.
Sobre a importância da oficina de sensibilização, Ninfa ressaltou: “É importante ter uma equipe bem preparada para receber qualquer pessoa, já que a deficiência é apenas uma característica. A primeira dica na questão do atendimento à pessoa com deficiência física, é que os balcões estejam na nossa altura e que o atendente converse conosco sentado”.
A palestrante comentou que o acesso é sua maior dificuldade como cadeirante, ao visitar museus. “E, quando eu falo de acesso, isso envolve várias dimensões. Estive há pouco tempo em São Paulo e visitei um grande museu, um museu famoso. Tive acesso à maioria das obras, mas não a todas. Algumas peças são colocadas em lugares altos e eu precisei que a pessoa que me acompanhava tirasse foto para me mostrar. O ideal é que esteja tudo na mesma altura, pensando, inclusive, nas pessoas com deficiência de estatura, o nanismo”, exemplificou.
Ninfa Cunha reforçou que, no caso do deficiente visual, existe a necessidade da audiodescrição. “Essa audiodescrição é feita por um consultor, uma pessoa cega, que vai ajudar a descrever o roteiro para que se torne uma linguagem com o entendimento de todos. Se houver uma imagem ou vídeo com som, são necessárias janela de libras e legendas”, acrescentou.
Fonte: ASCOM CMS
Foto: Reginaldo Ipê