Movimentos populares convocam mobilização nacional que ocupará as ruas de todas as grandes regiões do país
Os atos estão sendo organizados por todo o país para o próximo sábado, 23 de março, às vésperas do marco dos 60 anos do golpe militar no Brasil, onde os movimentos populares organizados se manifestam em coro por: ditadura nunca mais, em defesa da democracia, contra a anistia para golpistas e pelo fim do massacre em Gaza.
A mobilização é organizada pelas Frentes Brasil Popular (FBP) e Povo Sem Medo (FPSM), pelo conjunto das centrais sindicais e partidos progressistas do campo popular; em convocatória pública em defesa da democracia, em memória e por justiça, contra o golpismo e pelo fim do genocídio na Palestina. As organizações confirmam manifestações de ruas em todas as grandes regiões do país, nas capitais e cidades interioranas, com destaque para o ato no Largo do Pelourinho, em Salvador, na Bahia, onde são aguardadas autoridades.
Para o conjunto das organizações e movimentos é fundamental olharmos para o passado para a construção de um presente e futuro onde haja justiça social. E para que a memória dos lutadores e lutadoras do povo não seja esquecidas e silenciadas, como foi no período autoritário (1964-1985); tempo em que o simples ato de manifestar-se contra o poder militar poderia levar a tortura, desaparecimentos e mortes.
Durante a ditadura, as auditorias da Justiça Militar receberam 6 mil denúncias de tortura e estimativas apontam que houveram pelo menos 20 mil casos. Um período da história que não pode ser esquecido. A Comissão Nacional da Verdade listou 191 mortos e o desaparecimento de 210 pessoas, em 2014. Outros 33 desaparecidos tiveram seus corpos localizados posteriormente, num total de 434 pessoas que foram brutalmente assassinadas pelos militares.
Dessa forma, o conjunto das organizações populares citam que o ano de 1964 será sempre lembrado pelo golpe de 1º de abril e pelos 21 anos de ditadura, cujos resquícios ainda estão presentes em nossa sociedade, como foram as recentes tentativas de golpe, que teve como ápice o ataque do dia 8 de janeiro de 2023, entre outras ofensivas golpistas que persistem no cotidiano.
Porém, as entidades também concordam que a data é uma oportunidade para lembrar que frente às ameaças do autoritarismo, das violências e do fascimo da extrema-direita, os movimentos sociais do estado democrático vem acumulando quase quatro décadas em defesa dos direitos constituídos no Brasil. E que continuarão construindo a resistência contra as violações de direitos humanos, seja no Brasil, ou na esfera internacional, como é o caso emblemático sofrido pelo povo Palestino, entre outros povos que lutam pelo direito à vida e a sua integridade.
As organizações reiteram que há 60 anos, março foi o mês onde milhares de pessoas foram às ruas pelas reformas de base e contra a ditadura, buscando construir uma sociedade mais justa e igualitária. E que agora, na contemporaneidade, os movimentos e organizações populares progressistas convocam toda a sociedade para se levantarem pela memória dos que tombaram na luta pela democracia e mobilizar-se contra os resquícios do golpismo que ainda perdura no país.
Saiba onde ocorrerão as mobilizações
BRASIL
Amazonas
Manaus – Largo São Sebastião
Bahia
Salvador – Largo do Pelourinho 15h
Vitória da Conquista
Ceará
Fortaleza – Praça do Ferreira 8h30
Distrito Federal
Brasília – Praça Zumbi dos Palmares 16h
Espírito Santo
Vitória – Praça Costa Pereira, Centro 9h
Goiás
Goiânia – Praça Cívica, Setor Central 14h
Minas Gerais
Belo Horizonte – Praça Afonso Arinos 9h
Mato Grosso do Sul
Campo Grande – Praça da Rádio 9h
Pará
Belém – Escadinha 9h
Ananindeua
Paraná
Curitiba – Praça Santos Andrade 9h
Pernambuco
Recife – Praça do Derby 10h
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro – Uruguaiana com Presidente Vargas 10h
Macaé
Rio Grande do Norte
Macau
Rio Grande do Sul
Porto Alegre – Largo Glênio Peres 15h
São Paulo
São Paulo – Largo São Francisco 15h
Santa Catarina
Araquari – Rua João Raulino Pereira, bairro Itinga 15h
Florianópolis – Em frente à Cátedra 16h (ato no dia 22 de março)
PORTUGAL
Lisboa – Praça Luís de Camões 10h30
Fonte: MST
Foto: Paulo Pinto / AGPT