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MST contra LGBTI+fobia: assembleia aponta perspectivas da luta contra as violências e por direitos 

No marco do Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, celebrado no dia 28 de junho, o Movimento Sem Terra a partir do Coletivo LGBTI+ realizou a Assembleia Nacional Contra as Violências e por Direitos, com a participação de militantes LGBTI+ de todo o Brasil. 

O espaço foi construído com o objetivo de avançar na construção de ações nacionalizadas de enfrentamento às diversas formas de violência, entre elas, a LGBTQIA+fobia, e de apontar um conjunto de lutas necessárias para garantir mais direitos para a população LGBTQIA+ que vive no campo. 

A realização da assembleia faz parte da Campanha Nacional contra LGBTI+fobia no Campo, construída pelo MST desde o ano passado. No primeiro ano da Campanha o objetivo foi apresentá-la para o Movimento e à sociedade, denunciando as violências e os casos de morte de LGBTQIA+ no último período. 

Para esse ano, a Campanha pretende desenvolver um conjunto de ações formativas, de denúncia e enfrentamento a LGBTI+fobia através de materiais didáticos, espaços de discussão e acompanhamento jurídico e psicológico às vítimas. Através da assembleia, as LGBTI+ do MST reafirmaram o compromisso com essas ações, com a construção da Campanha e com a necessidade de seguir organizando a luta pela Reforma Agrária Popular nos territórios. 

Lucineia Freitas, da direção nacional do MST, falou sobre a intersecção das lutas na atualidade, da necessidade de combater as violências como forma de enfrentamento ao capital e da organização popular como ferramenta que garante o protagonismo nas lutas como um todo. 

“A sociedade capitalista é aquela que constrói hierarquias, nos divide e nos oprime, através da exploração e da dominação do trabalho e dos nossos corpos territórios. A gente tem apontado para o MST que o enfrentamento às violências é uma tática fundamental para a construção da emancipação humana e que precisa estar conectada diretamente com o nosso projeto de Reforma Agrária Popular”, explica Freitas. 

Nesse sentido, Flávia Tereza, também da direção nacional do MST, afirma que a trajetória do Coletivo LGBTI+ dentro do Movimento sempre posicionou a luta contra as violências no centro do debate político, pois “para reafirmar as nossas existências, torna-se necessário garantir a nossa participação, nosso protagonismo e jogar luz sobre a nossa contribuição na construção das lutas pela terra”.  

MST contra LGBTI+fobia

O debate na assembleia abre as ações da Campanha Contra a LGBTI+fobia para este segundo semestre de 2024. E na ocasião foi lançada uma série de cartazes que cumprirão o objetivo de atuar nos assentamentos, acampamentos, escolas, centros de formação, denunciando a LGBTI+fobia e chamando atenção para as formas como as violências atuam.

Vinicius Oliveira, do Coletivo Nacional LGBTI+ do MST, disse que a Campanha tem o caráter permanente e ela continua sendo essa ferramenta de debate, formação, de prevenção, mas também de atuação frente às violências. “Ela [a Campanha] segue sendo esse instrumento de monitoramento aos casos de LGBTIfobia que já temos no Movimento, com o assassinato de nossos martires, mas também de acompanhamento de casos que possam ocorrer”.

Sobre a realização da assembleia, ele explicou que o espaço conectou, atualizou e também trouxe debates e reflexões importantes sobre o enfrentamento às violências, em especial, as LGBTIfóbicas, e também, sobre a atuação da Campanha como ferramenta deste enfrentamento. “Nossa tarefa é de continuidade da formação e enfrentamento às violências para o VII Congresso Nacional do nosso Movimento, fortalecendo o conteúdo do trabalho de base”, concluiu Oliveira. 

Fonte / Imagem: ASCOM MST

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