Países relataram 12,6 milhões de casos suspeitos, sendo 21 mil graves, ante 4,6 milhões de infectados e 9.198 com complicações sérias em 2023.
Os casos de dengue praticamente triplicaram neste ano nas Américas, e a doença ampliou seu território, alertou a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) na última terça-feira (10). Segundo a entidade, as Américas enfrentam a pior epidemia da doença desde o início dos registros, em 1980, com a grande maioria dos casos no Brasil.
A doença tem avançado à medida que o clima mais quente – resultado das mudanças climáticas – permite a proliferação dos mosquitos, frisou o diretor da OPAS, Jarbas Barbosa. “Isso está diretamente ligado a eventos climáticos”, afirmou.
Barbosa citou temperaturas mais altas, secas e enchentes como exemplos de situações climáticas extremas que favorecem o surgimento do mosquito Aedes aegypti e a propagação do vírus, relatam DW, IstoÉ e IstoÉ Dinheiro. O rápido crescimento populacional, a urbanização não planejada e a falta de saneamento básico também contribuem para a expansão da dengue.
Até o momento, os países da região relataram 12,6 milhões de casos suspeitos, sendo 21 mil deles graves. Em todo o ano passado, o número de infectados foi de 4,6 milhões, e 9.198 tiveram complicações mais sérias.
Neste ano, ao menos 7.700 pessoas morreram em decorrência da doença. De acordo com os dados da OPAS, esse número é três vezes maior que o registrado no ano passado, e 76% dos óbitos foram registrados no Brasil.
Segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, atualizado em 10 de dezembro, o país teve 6,8 milhões de casos e 5.950 mortes confirmadas neste ano. Há ainda 1.091 óbitos suspeitos.
O coeficiente de incidência da dengue está em 3.330,9 por 100 mil habitantes no Brasil, segundo os dados mais atualizados. É mais de dez vezes a taxa que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera para classificar uma doença como epidemia, de 300 casos em diante por 100 mil habitantes.
E os prognósticos para 2025 não são animadores, destaca o Monitor Mercantil. De acordo com o infectologista Antônio Carlos Bandeira, membro do Comitê de Arboviroses da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e assessor técnico do Laboratório Central do estado da Bahia, os números de dengue devem ter uma previsão de aumento de casos no início do próximo ano.