Apontada há décadas como grande entrave para o fortalecimento da caprinovinocultura, a informalidade vem sendo diminuída na região através de iniciativas de apoio técnico e do cooperativismo.
Encravado no semiárido baiano, o município de Casa Nova, distante cerca de 600 quilômetros da capital Salvador, reúne números exuberantes quando se trata de dois assuntos ligados à atividade rural: a fruticultura e a criação de caprinos e ovinos. Com pouco mais de 70 mil habitantes, Casa Nova possui um rebanho que supera 1 milhão de cabeças de bode, cabra e carneiro. Por sua vez, ao lado da vizinha Juazeiro, lidera a produção e exportação de frutas in natura na região do Vale do São Francisco, extremo-norte da Bahia.
Detentor do maior rebanho de caprinos e ovinos do Brasil, Casa Nova se destaca com aproximadamente 585 mil cabeças de caprinos, segundo dados da Pesquisa Produção Pecuária Municipal, realizada pelo IBGE divulgados, em 2021. Já a o setor produtivo de ovinos apresenta números de produção relevantes, ultrapassando as 511 mil cabeças.
Apontada há décadas como grande entrave para o fortalecimento da caprinovinocultura, a informalidade vem sendo diminuída na região através de iniciativas de apoio técnico e do cooperativismo. “O cooperativismo é a grande chave para virar a realidade da cadeia produtiva da caprinocultura, porque ele elimina o atravessador e dá condições melhores de negociar em larga escala, barateando os insumos e o frete, por exemplo”, explica o secretário da Agricultura da Bahia, Wallison Tum.
Entre as iniciativas de apoio à cadeia tocadas pelo Governo do Estado está a destinação de R$ 3 milhões do programa Pró-Semiárido para a construção de um frigorífico próprio para abate de bodes e carneiro, o que trará economia aos produtores, já que, hoje, o abate inspecionado só é feito a mais de 150 quilômetros de Casa Nova. Também já é feito trabalho de orientação técnica e supervisão do manejo desses animais, garantindo a qualidade do produto e melhorando o preço da carne oferecida ao mercado.
Fruticultura – A região do Vale do São Francisco concentra 90% do volume de exportação de frutas frescas do Brasil. E o município de Casa Nova é o grande protagonista nesse cenário. Com terra fértil, sol abundante durante todo o ano e um eficiente sistema de irrigação partindo do Rio São Francisco, Casa Nova apresenta vantagens competitivas únicas para a fruticultura, podendo contar com duas safras/ano/planta, baixa incidência de doenças, proximidade dos mercados, existência de mão-de-obra e grande disponibilidade de água.
Somente as culturas de uva e manga, do tipo exportação, movimentam mais de dois bilhões de reais por ano, atendendo a mercados extremamente exigentes como os da Europa e Estados Unidos. “Agora, estamos centrando esforços para atrair o mercado asiático, sobretudo o da China, com o objetivo de levarmos nossas frutas para lá. Por se tratar de um mercado com mais de 1 bilhão de consumidores, temos grandes expectativas relacionadas a esse tema, que pode ser um grande impulso para a fruticultura de Casa Nova e da Bahia como um todo”, avalia o secretário da Agricultura, Wallison Tum.
Entre as lavouras temporárias e permanentes, em Casa Nova, é possivel cultivar – banana, manga, goiaba, limão, maracujá, melancia e melão. A uva, por sua vez, carro chefe da fruticultura regional, devido sua importância para o agronegócio local, poderia ser facilmente reconhecida com patrimônio cultural da cidade.
Além de ser a queridinha dos europeus e norte-americanos, a uva de Casa Nova é matéria prima para a produção de vinhos, espumantes e sucos. A qualidade dos vinhos já foi, inclusive, reconhecida através de medalhas de ouro e de prata em concursos nacionais e internacionais.
Fonte: Ascom Seagri
Fotos/Welber Santiago