Nem mesmo a volta da cobrança de imposto de importação brecou as vendas de carros elétricos no Brasil, que podem chegar a 150 mil em 2024.
O Brasil tem sido uma curiosa exceção no mercado global de carros elétricos e híbridos em 2024. Enquanto as vendas desses modelos enfrentam quedas nos principais mercados, como Estados Unidos e Europa, o desempenho no mercado brasileiro tem sido favorável ao setor neste ano, que espera que o número de veículos novos chegue a 150 mil unidades até o final de dezembro.
O Estadão destacou a situação do Brasil, o único com saldo positivo de vendas entre os dez principais mercados automobilísticos do mundo em 2024. O país assiste a uma alta significativa de vendas de carros totalmente elétricos, com volume de vendas 6 vezes maior até setembro comparado com um aumento de apenas 25% no ano passado.
Dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) indicam que foram vendidos 138.581 carros elétricos entre janeiro e outubro, sendo que os emplacamentos de veículos 100% elétricos híbridos já superam em 48% o total do ano passado.
Como o Olhar Digital apontou, o resultado é ainda mais notável se comparado com o total de veículos elétricos vendidos no Brasil na última década. De 2012 a 2022, cerca de 126 carros desses modelos foram comercializados no país. Ou seja, em dez meses, o Brasil emplacou um número de eletrificados superior ao total de uma década inteira.
De acordo com o Inside EVs, os veículos elétricos puros (BEV) e híbridos plug-in (PHEV) respondem por 71% das vendas do setor em 2024, totalizando 98.396 unidades. Já os veículos híbridos convencionais (HEV e HEV Flex) e micro híbridos (MHEV) completam o restante, com 40.185 emplacamentos. A participação dos plug-in cresceu consideravelmente em relação a 2023, quando representavam apenas 50,4% das vendas.
O desempenho positivo surpreendeu as montadoras. Isso porque, desde janeiro, o governo federal retomou a cobrança de imposto de importação sobre os carros elétricos, o que, ao menos em tese, encareceria o produto para o consumidor brasileiro. No entanto, a chegada de marcas chinesas ao mercado nacional, com preços mais competitivos até mesmo na comparação com modelos tradicionais a combustão, manteve as vendas aquecidas em 2024.
Fonte: ClimaInfo
Imagem de Stefan Schweihofer por Pixabay