A coleção também permitirá fortalecer a vigilância e o enfrentamento de novas pandemias, epidemias e surtos
A Fiocruz deu um passo significativo ao reconhecer institucionalmente a Coleção de Vírus do Biobanco da Biodiversidade e Saúde (CVBBS), que é composta por linhagens virais e será incrementada com material de diversas regiões do país. Sua oficialização ocorreu este mês, após a aprovação pela Câmara Técnica de Coleções Biológicas (CTcol/Fiocruz) e a atualização da Portaria n° 14, de 2023. O material pode ser acessado por estudiosos e instituições de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico. Serão beneficiadas tanto as investigações internas da Fundação como as realizadas com outras instituições parceiras.
Com a CVBBS, as coleções biológicas da Fundação foram ampliadas para 36. Elas estão distribuídas nas categorias de coleções microbiológicas, zoológicas, botânicas, histopatológicas e arqueopaleontológica. O movimento de organização e reconhecimento institucional das coleções biológicas iniciou em 2006, com a criação do Fórum Permanente de Coleções Biológicas da Fiocruz, depois transformado na CTcol/Fiocruz pela Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB/Fiocruz).
“A nova coleção ampliará a capacidade da Fiocruz de responder a emergências de saúde pública e reforçará a posição da instituição em redes globais de pesquisa”, informa a vice-presidente da VPPCB/Fiocruz, Maria de Lourdes Oliveira. Além disso, promoverá colaborações nacionais e internacionais e avanços científicos significativos. Esse reconhecimento institucional também fortalecerá o papel do Biobanco da Biodiversidade e Saúde (BBS-Fiocruz) na promoção da autonomia biotecnológica, ajudando o país a desenvolver tecnologias próprias e a reduzir a dependência externa em áreas estratégicas da saúde.
Para a gerente-geral do BBS-Fiocruz, Manuela da Silva, a CVBBS desempenhará um papel crucial na preservação de vírus de diversas regiões do país. O que facilita o estudo de vírus emergentes e reemergentes. “A coleção permitirá desenvolver vacinas, diagnósticos e tratamentos, além de fortalecer a vigilância e o enfrentamento de novas pandemias, epidemias e surtos,” observou.
O processo de avaliação da CVBBS começou em março deste ano e foi concluído em agosto. A análise foi realizada por uma comissão da CTcol/Fiocruz, formada por Aline da Silva Soares Souto, da VPPCB/Fiocruz, e Fabrício Souza Campos, da UFRGS. A coleção tem como curador, Felipe Naveca, vinculado à Fiocruz Amazônia, ao Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e ao BBS-Fiocruz, e curador adjunto, Tiago Salles, também do BBS-Fiocruz. “A nova coleção permite oferecer recursos valiosos para a pesquisa, o desenvolvimento biotecnológico e a inovação na área da saúde. E ainda contribuirá para a capacitação de profissionais e as atividades de popularização da ciência e da saúde”, complementa Naveca.
O Biobanco da Biodiversidade e Saúde
O BBS-Fiocruz surgiu em 2021, com financiamento do Ministério da Saúde, como parte das estratégias de enfrentamento da pandemia de Covid-19. Inicialmente, foi denominado de Biobanco Covid-19 da Fiocruz, mas, em 2023, mudou o nome para Biobanco da Biodiversidade e Saúde e ampliou sua finalidade. Desde então, além de armazenar materiais biológicos humanos e da biodiversidade (vírus) relacionados à Covid-19, incluiu o depósito de materiais biológicos humanos relacionados a outros agravos e emergências em saúde pública e de outros vírus de interesse taxonômico, epidemiológico e biotecnológico. Para ter mais informações sobre o acesso e uso da Coleção de Vírus, as pessoas interessadas podem entrar em contato com o BBS-Fiocruz por meio do telefone (21) 2088-3860/3863 ou pelo e-mail cvbbs@fiocruz.br.
Fonte: Fiocruz
Foto: Peter Ilicciev / Reprodução